012-Moisés conduz Israel até o fim da jornada - Lição 12 [Pr Afonso Chaves]18set2024
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LIÇÃO 12
MOISÉS CONDUZ ISRAEL ATÉ O FIM DA JORNADA
TEXTO ÁUREO: “Manda, pois, a Josué, e esforça-o, e conforta-o; porque ele passará adiante deste povo e o fará possuir a terra que apenas verás. Assim, ficamos neste vale defronte de Bete-Peor” (Dt 3.28-29)
LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 27.12-23
INTRODUÇÃO Na medida em que nos aproximamos dos últimos capítulos de Números, poucos são os eventos que resta relatar antes de Moisés dar por encerrada a jornada de Israel pelo deserto e, após um último discurso, transmitir a liderança do povo a Josué, o qual os conduziria para além do Jordão, a fim de conquistarem a terra prometida. Na lição de hoje, trataremos destes últimos episódios esparsos em meio a diversas leis, as quais, por sua vez, reservaremos para estudo na próxima e última lição do trimestre.
I – FINÉIAS FAZ PROPICIAÇÃO PELO PECADO DE ISRAEL COM AS MOABITAS Após serem abençoados por Deus, e terem sua vitória sobre os seus inimigos declarada por Balaão – ainda que a contragosto deste profeta que esperava encontrar oportunidade para amaldiçoá-los – os israelitas mantinham-se inabaláveis e seguros em seu acampamento no deserto, e o final do capítulo anterior parece indicar que, não havendo acordo entre o propósito de Deus e o desejo do profeta corrupto de agradar ao rei dos moabitas, estes dois se separaram pela frustração de seus planos (Nm 24.25). Contudo, não demora para lermos novamente a respeito dos moabitas que, embora preocupados e temerosos quanto aos israelitas, e desejando o seu mal, por sua vez não eram considerados com a mesma desconfiança, prevenidos como estavam os israelitas de incomodarem Moabe. Tanto que, ao deter-se em Sitim, afirma-nos o texto sagrado, sem rodeios, que os filhos de Jacó se envolveram com os moabitas a ponto de se deixarem seduzir para pecar contra o Senhor, curvando-se a Baal-Peor, sacrificando e prostituindo-se perante os falsos deuses de Moabe. Tamanho pecado provocou grandemente a ira de Deus, que se manifestou na forma de uma terrível praga que rapidamente ceifou a vida de milhares de israelitas e que produziria efeitos que se estenderiam por muito tempo mesmo depois de cessada a praga (Nm 25.1-3, 5-9; Sl 106.28-29; cf. Js 22.17). Era necessário apaziguar a ira de Deus, torná-lO novamente propício ao Seu povo, reparando-se a injustiça pela punição dos transgressores – daqueles que haviam passado para o território de Moabe para pecar; daí a determinação tanto para que Moisés enforcasse os maiorais que haviam pecado, como para os juízes, isto é, os maiorais que não haviam pecado, matarem aqueles que haviam pecado dentre os homens sob sua responsabilidade imediata (Nm 25.4-5). Eis que então se apresenta, no meio da congregação, um israelita e sua mulher midianita, unidos não porque esta se convertera ao Deus de Israel, mas porque aquele se rebelara contra o Senhor e se unira à midianita em idolatria e prostituição. Não está claro se eles se achavam ali na esperança de se abrigarem da execução ordenada contra os transgressores, ou para apelarem aos sentimentos da congregação para que os perdoasse e tivesse misericórdia do casal – como se fosse pouco trazer morte e luto para a nação, que pranteava perante o Senhor. Seja como for, a afronta não passa despercebida a um dos sacerdotes – Finéias, filho de Eleazar – o qual, tomando uma lança, vai até eles, na tenda, e os atravessa a ambos, matando-os ali mesmo (Nm 25.6-8). Notemos que, sendo sacerdote, Finéias não estava ordenado a matar os transgressores, mas devia, na verdade, interceder e se compadecer deles. O caso, porém, era de um transgressor que, mesmo depois de contemplar a desgraça que havia causado ao seu povo, em clara desaprovação divina, ao invés de se arrepender e buscar expiação, preferiu insistir no erro, mantendo a mulher midianita e trazendo-a para o meio da congregação. Ao que o sacerdote, movido por puro zelo divino, agiu de tal modo coerente com a justiça de Deus que, ao matar o israelita com a midianita, fez propiciação por todo o povo, cessando então a praga, e ainda obtendo paz com Deus para si e seus descendentes. Com efeito, foi a melhor coisa que, como um sacerdote que desejava a salvação do seu povo da destruição que lavrava no meio da congregação, deveria ter feito naquela ocasião. Por esta causa, Finéias recebe a promessa de Deus de que o sacerdócio se manteria perpetuamente sobre a sua posteridade (Nm 25.11- 13; Sl 106.30-31).
II – A SEGUNDA CONTAGEM DO POVO E O ANÚNCIO DA MORTE DE MOISÉS O livro de Números se inicia com a contagem do povo de Israel no segundo ano da sua saída do Egito, quando ainda estavam aos pés do monte Sinai; e agora se encerra com a contagem de uma nova geração, porquanto os que haviam participado do primeiro censo já haviam perecido no deserto – com exceção de Calebe e Josué. Algumas linhagens também não mais existiam, em razão da contenda na qual Datã e Abirão, com suas famílias, haviam perecido (Nm 26.1-4, 9-11, 51; cf. Nm 14.29-30). Esta seria a geração que herdaria a terra prometida, e portanto o Senhor determina dois princípios a serem seguidos na repartição da terra: primeiro, que as tribos mais numerosas recebessem uma porção maior, e as menos numerosas, uma porção proporcionalmente menor; e, segundo, que a distribuição fosse feita por sortes – sistema esse que não só prevenia que disputas surgissem sobre a preferência e precedência de uma tribo sobre a outra, mas também permitia que a providência divina tivesse a palavra final sobre a sorte de cada tribo na terra (Nm 26.52-56, 64-65). Contudo, esta tarefa não seria realizada sob a liderança de Moisés, que, conforme Deus já havia dito, não entraria na terra em razão da desobediência dele e de Arão por ocasião da contenda sobre as águas de Meribá. Tendo sido negada sua petição para passar o Jordão e ver a terra prometida, nada mais restava a este homem, que no mais havia cumprido fielmente sua missão, com zelo de Deus pelos filhos de Israel, senão ser recolhido em paz pelo Senhor, que havia sido com ele em todo o tempo, e não o abandonaria na morte, nem descuidaria sequer do seu corpo (cf. Nm 27.12-14; cf. Dt 3.24-25; 34.5- 6). Mas aqui vemos que, mesmo tendo a perspectiva de que sua missão estava completa, o profeta não demonstra menos preocupação com o povo eleito, rogando a Deus que constituísse um líder em seu lugar. Ao que o Senhor o orienta a constituir Josué, que já se havia mostrado fiel, principalmente em conduzir os israelitas nas guerras – que seriam frequentes após atravessarem o Jordão (Nm 27.18-23).
III – A VINGANÇA DE DEUS CONTRA OS MOABITAS Voltamos agora nossa atenção para o capítulo 31, onde se nos relata a vingança exercida, ainda sob a liderança de Moisés, contra os moabitas (aqui chamados também de midianitas), tanto pela malícia e sutileza que haviam usado contra os israelitas, lançando o tropeço da prostituição e idolatria em seu caminho e fazendo-os pecar e serem castigados por Deus; como também pela sua tentativa anterior frustrada de enfraquecê-los através de maldição. Não apenas os moabitas foram vencidos com um pequeno exército formado por mil homens de cada tribo (demonstrando que a força de Israel não estava no grande número dos seus exércitos), como também foram mortos alguns dos seus reis, e, para surpresa do leitor, menciona-se novamente Balaão que, ainda ávido pelo galardão da injustiça, parece ter voltado da sua terra com um novo plano para amaldiçoar os israelitas, sem precisar contrariar a palavra expressa de Deus (Nm 31.1-8; cf. Ap 2.14). Eis que este homem, tendo sido livrado uma vez da loucura do seu caminho por uma mula, desta vez a ninguém mais teve para impedi-lo de receber a justa paga da sua transgressão.
CONCLUSÃO Assim concluímos a parte narrativa de Números, onde percebemos a excelência do ministério de Moisés, que foi fiel sobre toda a casa de Deus, assegurando-se de que Israel estava preparado para entrar na terra prometida, antes de finalmente poder subir ao monte, de onde seria recolhido em paz.
PARA USO DO PROFESSOR
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