010-Preparação para a conquista da terra - Lição 10 [Pr Afonso Chaves]04set2024
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LIÇÃO 10
PREPARAÇÃO PARA A CONQUISTA DA TERRA
TEXTO ÁUREO: “Neste dia, começarei a pôr um terror e um temor de ti diante dos povos que estão debaixo de todo o céu; os que ouvirem a tua fama tremerão diante de ti e se angustiarão” (Deuteronômio 2.25)
LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 21.1-3, 21-25
INTRODUÇÃO Após a inóspita recepção dos edomitas, que proibiram a passagem pelas suas terras, e a lamentada perda de Arão, o povo de Israel prossegue sua jornada, ainda sob a liderança de Moisés, em direção à terra de Canaã, e trava seus primeiros embates com os seus habitantes – providencialmente começando a cumprir a determinação de Deus de exterminar e desalojar os cananeus e outros povos que haviam se tornado abomináveis e indignos de permanecer naquela terra.
I – UMA VITÓRIA ANTECIPADA CONTRA OS CANANEUS Tendo sido impedidos pelos edomitas de prosseguirem viagem através de sua terra, os israelitas desviaram sua rota margeando pelos limites de Edom, passando primeiramente pelo monte Hor e seguindo o mesmo caminho que os espias, quase quarenta anos antes, haviam percorrido para espiar a terra de Canaã. Mas, ao passo que os espias conseguiram passar despercebidos pela terra, ou talvez somente tardiamente se descobriu que os israelitas haviam passado por ali; a marcha de todo o povo de Israel não podia deixar de ser notada. Como bem sabemos, os cananeus temiam Israel pelos feitos que Deus havia operado em seu favor no Egito – e, na medida em que aquele povo se aproximasse de Canaã e começasse a destruir os seus reis, mais os cananeus se inquietariam (Ex 15.15-16; Js 2.8-11). Assim, ao receber notícias da aproximação dos israelitas, o rei de Arade – uma cidade próxima ao monte Hor, ao sul, já na terra de Canaã – resolve se antecipar e vai ao encontro de Israel para combatê-lo, provavelmente apanhando-os de surpresa, de maneira que alguns israelitas são feitos prisioneiros e levados pelos cananeus (Nm 21.1). Este ocorrido poderia ter causado grande comoção e até mesmo murmuração por parte do povo, pois parecia um revés diante da perspectiva da entrada iminente na terra prometida e da vitória sobre os cananeus que os aguardava. Os israelitas ainda não haviam enfrentado nenhum daqueles povos, sabiam que teriam de combatê-los, mas talvez não esperassem que sua primeira batalha ocorresse fora do território dos cananeus. Mesmo assim, lemos que, ao invés de frustração, essa adversidade despertou a confiança dos israelitas no poder de Deus para cumprir a Sua promessa, levando-os a votar: “Se totalmente entregares este povo na minha mão, destruirei totalmente as suas cidades”. Embora a determinação divina de destruir os cananeus já tivesse sido declarada antes, agora eles compreendiam e desejavam cumpri-la sem reservas – e esta disposição agradou ao Senhor que, a seu tempo, entregaria todos aqueles povos nas mãos de Israel para que suas cidades fossem aniquiladas – o que eles cumpriram em grande parte, especialmente sob a liderança de Josué (Nm 21.2-3; cf. Js 12.7-24).
II – AS SERPENTES ARDENTES A uma grande demonstração de ânimo e confiança em Deus diante da adversidade segue-se um revés na fé dos israelitas. Tendo partido do monte Hor, e seguindo pelo caminho dos espias, a marcha do povo começou a parecer particularmente angustiante, e mais uma vez se mostraram fracos e suscetíveis às dificuldades naturais do deserto, não obstante a providência divina que os sustentava e nada lhes deixava faltar de essencial à sua sobrevivência. De fato, aquela geração também precisava aprender que “o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do Senhor”, mas só assimilariam esta lição a duras penas: após murmurarem contra Deus, alegando que não tinham pão nem água e, deste modo, injuriando o maná – e, indiretamente, a água da rocha que os seguia – o Senhor os castiga permitindo que serpentes ardentes se infiltrassem no arraial dos israelitas e os picassem mortalmente. Assim perceberiam que jamais o Senhor deixou não apenas de prover o essencial – pão e água – mas também de protegê-los miraculosamente contra os perigos mais comuns e frequentes do deserto (Nm 21.4-6; cf. Dt 8.15). Contudo, rapidamente o povo reconhece o seu pecado e se dirigem, arrependidos, a Moisés, suplicando pela misericórdia de Deus, para que os livrasse das serpentes; ao que o Senhor responde com uma provisão maravilhosa e rica em simbologia e significado espiritual. Notemos que, ao invés de retirar as serpentes dentre os israelitas, o Senhor as mantém – por quanto tempo, o texto não o diz – e providencia um remédio, uma salvação eficaz contra a peçonha mortal: a serpente de bronze, erguida numa haste, para a qual todo aquele que fosse picado deveria olhar para que fosse curado e não perecesse (Nm 21.7-9). Tratava-se, evidentemente, de um ato que exigia do israelita fé, não na serpente de bronze, mas em Deus que, por esse sinal visível, demonstrava que estava removendo o pecado do meio do Seu povo, levantando-o no patíbulo para morrer, resultando daí em cura, em salvação para todo aquele que, em obediência ao chamado divino, contemplasse o símbolo. Em segundo lugar, e não menos importante, este episódio aponta para a futura crucificação do Redentor, nosso Senhor Jesus Cristo, que de modo igualmente único seria levantado da terra, para levar em Seu próprio corpo o pecado do mundo, aniquilando-o no madeiro, para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.14-16; 1 Pe 2.24; Hb 9.26).
III – VITÓRIA SOBRE OS AMORREUS Na medida em que avançam pelo sul, os israelitas se aproximam da terra dos moabitas, situada entre o Mar Morto e o deserto. Como o Senhor lhes havia ordenado que não incomodassem Moabe e Amom – pois, assim como Edom, eram povos cujas terras haviam sido recebidas em herança da parte do Senhor – o povo de Israel precisou rodear a terra de Moabe pelo deserto até alcançar o rio Arnom, que demarcava o limite norte do território moabita com a terra dos amorreus, do lado oriental do rio Jordão (Nm 21.10-13; Dt 2.17-19). Dali, avançaram até “o vale que está no campo de Moabe, no cume de Pisga, à vista do deserto”, que seria a parada final do povo de Israel em sua jornada, antes de marcharem em direção ao Jordão para atravessá-lo e adentrar a terra prometida; e também o local de onde Moisés, após proferir suas últimas palavras ao povo, seria recolhido por Deus no cume do monte (Dt 3.27). Segue-se então o relato da batalha travada contra Seom, rei dos amorreus, e Ogue, rei de Basã – cujas terras situavam-se ambas do lado oriental do Jordão e, respectivamente, ao norte de Moabe (onde Israel encontrava-se acampado) e ao norte de Amom. Notemos que, mesmo sendo o propósito de Deus destruir os amorreus em razão das suas abominações, que os havia tornado indignos de permanecerem na terra, o Senhor ainda propôs condições pelas quais esse povo poderia ter subsistido; mas os amorreus rejeitaram uma passagem pacífica de Israel pelas suas terras, preferindo sair ao seu encontro de forma ainda mais violenta que Edom – o que ensejou a destruição de Seom e seu povo (Gn 15.16; Nm 21.21- 25; cf. Dt 2.24-37). De modo semelhante, os amorreus que habitavam em Basã, e que tinham por rei um gigante, não foram menos inóspitos, saindo ao encontro de Israel para combatê-lo, apenas para encontrarem sua total derrota e aniquilação do seu povo (Nm 21.33-35; Dt 3.1-11).
CONCLUSÃO Aquela nova geração estava começando a testemunhar o cumprimento da grandiosa promessa de Deus que seus pais não puderam alcançar, e mesmo estando sujeitos a fraquejar pelo desânimo e incredulidade, a boa palavra de Deus prevaleceria, e ao menos Israel saberia que, enquanto fossem fiéis e confiassem no Senhor, nenhuma ameaça ou dificuldade teriam a temer, pois caminhariam sempre de vitória em vitória.
PARA USO DO PROFESSOR
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