010-Jesus e o Espírito Santo - Ensinos de Jesus Lição 10[Pr Denilson Lemes]30ago2022
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LIÇÃO 10
JESUS E O ESPÍRITO SANTO
TEXTO ÁUREO: “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11)
LEITURA BÍBLICA: ATOS 1.1-8
INTRODUÇÃO Um dos ensinos de Jesus constante em diversas passagens dos evangelhos diz respeito à promessa do Espírito, feita por Deus através dos Seus profetas. Esta promessa é tão importante no contexto da salvação que o Filho de Deus veio ao mundo para revelar e consolidar através da Sua obra que João, o precursor, anunciou o Cristo principalmente como “aquele que vos batizará com o Espírito Santo”. Do mesmo modo, ao encerrar Sua obra, o Senhor deixou os discípulos com a certeza de que esta promessa brevemente se cumpriria, pois somente na posse deste dom maravilhoso é que a igreja poderia exercer o Seu papel como o corpo daqu’Ele que foi “ungido com o Espírito Santo e com poder”.
I – O ESPÍRITO SANTO SOBRE JESUS (LC 4.14-21) A primeira das muitas passagens que poderiam ser apresentadas como ponto de partida para um estudo sobre a relação do Espírito com Cristo é esta, onde, ao ler a passagem do profeta Isaías que diz respeito ao servo do Senhor, ungido com o Espírito para realizar a obra de Deus com autoridade divina (cf. Is 61.1-3), o Senhor Jesus afirma claramente que esta palavra havia se cumprido n’Ele. Na verdade, tendo já realizado vários milagres, a declaração de Cristo visava não apenas estabelecer um ponto inicial a ser provado, mas uma razão para as maravilhas já realizadas – maravilhas essas que Seus conterrâneos, embora não pudessem negar, viam com dúvida e até desprezo, em razão de conhecerem a “origem” e criação de Jesus. Não era porque o poder de Deus em Cristo fosse limitado, mas, devido à incredulidade do povo, manifestada primeiramente entre os nazarenos, estes haviam sido privados e outros, que estavam distantes, seriam contemplados com muitos sinais e maravilhas (cf. Mt 13.54-58). Voltando-nos para a palavra do profeta, a expressão: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu” é uma clara referência à unção com óleo ministrada aos sacerdotes e reis no passado, a qual simbolizava a investidura com poder e autoridade para realizarem a obra de Deus (cf. Ex 40.14-15; 1 Sm 16.13). Ora, o Messias, sendo aqu’Ele que restauraria todas as coisas, assegurando a salvação eterna do povo eleito, não poderia realizar uma obra de tão grande envergadura sem esta unção do Espírito. Mas, diferente de Arão, Davi, e outros que O “antecederam”, por assim dizer, na obra de Deus, Jesus, por ser o Filho, possui o Espírito na Sua plenitude desde a eternidade (cf. Cl 1.15, 19; 2.8; Hb 1.9); além disso, antes mesmo da fundação do mundo, Ele já havia sido designado, isto é, ungido por Deus para exercer o Seu reinado de salvação sobre os homens (cf. Pv 8.23; Sl 2.1-8; 1 Pe 1.20). No limiar dos tempos, ao vir a este mundo e iniciar Seu ministério por ocasião do batismo de João, esta unção foi anunciada por revelação ao precursor, o qual, por sua vez, testemunhou à multidão (cf. Mt 3.13-17; Jo 1.30-34; 3.34).
II – O ESPÍRITO SANTO BLASFEMADO PELOS FARISEUS (MT 12.22-32) Neste episódio temos uma clara demonstração do poder da unção divina sobre Cristo, quando Ele expulsa um demônio de cegueira e mudez de uma pessoa, e de tal modo esta é curada que toda a multidão se maravilha com o sinal e exclama: “Não é este o Filho de Davi?” Ao ouvir isto, os fariseus, não podendo negar o milagre, atribuem-no ao “príncipe dos demônios”, implicando que Jesus estaria associado a Belzebu e, em outras palavras, Seus sinais não passariam de embustes para enganar o povo. Jesus repreende e expõe a malícia deles, explicando, primeiro, que Satanás jamais faria algo para dividir e enfraquecer o seu reino – ora, os milagres de Cristo devolviam a saúde física dos enfermos e libertavam os oprimidos do domínio do diabo, redundando tudo isto em louvor a Deus. Ademais, os filhos dos fariseus também expulsavam demônios (ou ao menos tentavam) e, se estes o faziam em nome de Deus, por que no caso de Jesus seria diferente? Tratava-se de um julgamento injusto da parte deles. A única conclusão possível era que Jesus operava pelo Espírito de Deus, e isto era um claro sinal de que o reino de Deus, que segundo as promessas traria grande libertação para o povo, havia chegado. Usando de uma comparação, o Senhor explica que não poderia ser de outra maneira, uma vez que Satanás, através do pecado, mantinha o povo de Deus sob dura tirania, e jamais entregaria voluntariamente o seu despojo. Por isso, vindo Jesus, com o poder e a autoridade conferida pela unção do Espírito, saqueou os tesouros “do diabo”, por assim dizer, e tomou para si as almas, que por direito de criação já Lhe pertenciam, mas pelas quais se dispôs a pagar o preço infinito da Sua própria vida, assim travando grande combate para nos salvar (cf. At 10.36-38; Cl 2.13-15; Lc 10.17-18; Hb 2.14-15). Mas, embora seja absurda a ideia de lutar contra o próprio reino, os escribas e fariseus, ao não darem apoio e testemunho aos milagres de Cristo, automaticamente estavam se posicionando como inimigos do reino de Deus, pelo qual tanto ansiavam e de que se consideravam herdeiros, e que deveriam ser os primeiros a identificar e acolher. E esta não era uma ofensa qualquer, pois, tendo testemunhado os sinais de que este reino havia chegado, e podendo determinar que Jesus operava pelo dedo de Deus (como os magos de faraó, no seu parco conhecimento de Deus, puderam testificar diante dos sinais de Moisés), eles voluntariamente (talvez por malícia, ou por inveja) ofenderam o Espírito. Jesus afirma que esse tipo de ofensa não pode ser perdoada, ao passo que qualquer outro tipo de pecado será perdoado aos homens (havendo arrependimento, naturalmente). Uma coisa seria proferir uma ofensa contra Jesus por conta de Sua aparência, ou conduta entre os homens – coisa que os fariseus já faziam – mas outra completamente diferente era desprezar ou rejeitar a graça apresentada claramente na doutrina, nas palavras e nos milagres de Jesus – que não eram d’Ele propriamente, mas do Pai (cf. Jo 14.11). É o que as Escrituras também chamam de pecar voluntariamente – é a rejeição à graça de Deus, quando esta já confrontou nosso coração de forma inequívoca (cf. Hb 10.26, 29).
III – O ESPÍRITO SANTO SOBRE OS DISCÍPULOS (ATOS 1.1-8) Nesta passagem encontramos o Senhor Jesus instruindo Seus discípulos quanto à promessa feita por João e exortando-os a se prepararem para receberem em Si mesmos o Espírito Santo. Até então, era o próprio Jesus quem, estando presente com os discípulos, havia sido o Consolador, e a Verdade, apoiando-os e fortalecendo-os para que perseverassem ao Seu lado. Mas, tendo de voltar para o Pai, finalmente se cumpriria a promessa, e o Espírito encheria e habitaria os discípulos de tal modo que o Senhor estaria com eles para sempre (cf. Jo 14.16-18, 21, 23; At 5.32). A partir deste texto, podemos aprender duas lições importantes. Primeiro, que a promessa diz respeito a um derramar abundante – de fato, um batismo – do Espírito sobre todos os que crerem, completando ou selando a obra de salvação iniciada pela pregação do batismo de arrependimento com João (cf. At 2.38-40; Ef 1.13; Jo 7.38-39; At 10.45-48). E, em consequência dessa plenitude de virtude e graça do Espírito de Cristo em suas vidas, os fiéis são capacitados a produzir fruto, isto é, a viver segundo a vontade de Deus, e a dar testemunho do evangelho e, inclusive, realizar as mesmas obras que Jesus e os apóstolos realizaram, segundo os dons distribuídos pelo Espírito àqueles que forem úteis na igreja (cf. Gl 5.18, 22-25; Jo 15.4-7; 1 Co 12.7-11, 28; Ef 4.7-13).
CONCLUSÃO Consideremos o quanto dependemos do Espírito Santo para em tudo agradarmos a Deus, e cuidemos para não aborrecê-lo nem rejeitar a graça deste dom que nos foi concedido em Cristo Jesus, e que é o penhor de que sempre viveremos com Ele, seja aqui ou na eternidade.
PARA USO DO PROFESSOR
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