009-A vantagem de ser sábio nesta vida - Eclesiastes Lição 09[Pr Nilson Vital]24mai2022


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 LIÇÃO 9 

A VANTAGEM DE SER SÁBIO NESTA VIDA 

TEXTO ÁUREO: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma.” (Ec 9.10) 

LEITURA BÍBLICA: ECLESIASTES 9.1-10 

INTRODUÇÃO O autor de Eclesiastes continua argumentando sobre a vaidade deste mundo e, no capítulo que estudaremos nesta lição, ele faz diversas observações a respeito da sorte comum de todos os homens, independente do seu caráter e obras, e que as expectativas e certezas que geralmente são deduzidas a partir da experiência comum muitas vezes são contrariadas por reviravoltas que não podem ser explicadas de outra forma senão pela providência soberana de Deus. Por fim, veremos que, mesmo quando desprezado, o sábio ainda prospera e por sua causa outros são beneficiados. 

I – A MORTE ATINGE OS BONS E OS MAUS (VV. 1-10) Após refletir e muito buscar compreender a obra de Deus, conforme relata no final do capítulo anterior, Salomão, embora não chegue a uma solução satisfatória para sua indagação, ainda assim alcança o entendimento de coisas que ele expressa agora. E uma delas é que a bondade e a maldade, ou a justiça e a injustiça não são fatores determinantes da sorte do homem neste mundo, isto é, debaixo do sol, mas ambos estão igualmente sujeitos aos desígnios do Deus Todo-poderoso, e esses desígnios não apenas são insondáveis, mas também não podem ser julgados à luz da ordem e das relações terrenas. O fato é que o homem não conhece nem o amor nem o ódio – isto é, ele não é capaz de avaliar a natureza de tudo o que lhe sucede, nem estabelecer as verdadeiras razões para cada evento de sua vida, pois sua compreensão é parcial e limitada, e nenhuma experiência debaixo do sol é duradoura: “tudo passa perante a sua face”. Assim, aos nossos olhos, tudo sucede igualmente a justos e injustos, sem que possamos explicar ou entender as razões do que sucede a cada um; mas, por outro lado, entendendo que tudo provém de Deus, o sábio é amparado pela certeza de que tudo o que o Criador faz é bom e serve a um propósito sábio e, perante o eventual infortúnio do justo e a prosperidade do ímpio, se resigna com paciência e confiança na justiça e controle de Deus sobre todas as coisas (cf. Jó 1.20-22). Embora a diferença entre o justo e o ímpio no campo moral e espiritual seja abismal, não podendo ser negada pelo sábio, são poucas ou quase nenhuma a diferença entre ambos nas condições em que se encontram neste mundo, e isto leva o pregador a expressar sua perplexidade: “Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol”, e que sem dúvida é a perplexidade de muitos. E que, mesmo quando o homem vive na maldade e no desvario de suas obras durante toda sua existência, finalmente ele apenas se irá aos mortos, isto é, morrerá como morrem todos os homens. Assim, do ponto de vista terreno, que importaria ser justo ou ímpio? Importa mais estar vivo, mesmo que ímpio (o cão vivo) e não morto, apesar de justo (o leão morto). Notemos que, antes, Salomão havia dito que o dia da morte é melhor que o do nascimento, tendo em conta as tristezas e aflições que os vivos têm de enfrentar, e das quais os mortos já se livraram; mas, por outro lado, os vivos sabem que hão de morrer, ao passo que os mortos nada sabem (sequer que estão mortos). Mesmo tudo sendo vaidade, ainda há alegrias e prazeres nesta vida que os vivos podem desfrutar, e, como o próprio escritor sagrado disse, para estes há esperança: esperança de mudança, esperança de justiça, enfim, esperança em Deus (cf. Is 38.19). Assim, o pregador reforça o conselho já registrado neste livro, de que devemos fazer o melhor uso dos bens que Deus nos distribui na Sua bondade e misericórdia, sem nos inquietarmos com o fato de que tanto justos como ímpios descerão igualmente à sepultura. Se tememos a Deus e andamos nos Seus caminhos, já Ele se agrada de nossas obras, e os Seus dons podem ser desfrutados com alegria e contentamento – simbolizadas nas vestes alvas e na cabeça ungida (cf. Mt 6.17). Notemos ainda como o sábio louva o amor conjugal como um dos grandes dons que Deus repartiu aos homens para alegria em meio às aflições e frustrações da vida debaixo do sol (cf. Pv 5.18). E, por fim, ele faz uma recomendação confirmada até pela sabedoria terrena, ao nos incitar à atividade e tomada de iniciativa diante das oportunidades que se oferecem a cada instante, não relegando para um futuro incerto. 

II – CONTRADIÇÕES E INCERTEZAS DESTE MUNDO (VV. 11-12) Nestes versos, Salomão considera outro aspecto de como todas as coisas estão nas mãos de Deus, e não cabe a nós inquirir ou tentar entender o nexo entre cada uma delas, pois mesmo as relações de causa e efeito que aprendemos pelo senso comum e pela sabedoria terrena muitas vezes são contraditadas por fatos. Como já havia demonstrado em capítulos anteriores, o pregador repete aqui que há coisas que sobrevêm aos filhos dos homens independentemente e sem relação com as suas ações, e que ninguém pode prever sua sorte e contar apenas com o bem, ou apenas com o mal. Não existem pessoas “sortudas” e “azaradas”, por assim dizer, mas cada um tem a sua porção de ambas as coisas debaixo do sol – porção esta que não é repartida irracionalmente, como quer a crença popular, mas conforme a sabedoria inescrutável de Deus. Esta consideração não deve nos fazer acuar antes as oportunidades que surgem em nossa vida, das quais ele acabou de falar; mas antes nos levar à consideração de que, depois de havermos feito tudo, o sucesso ou fracasso dependem do propósito de Deus para toda e qualquer obra. 

III – A SABEDORIA É BOA, MAS PODE SER DESPREZADA (VV. 13-18) Apesar das reflexões anteriores, o objetivo do rei Salomão não é ofuscar a importância e valor da sabedoria, mas realçar que, muito embora a sorte do sábio neste mundo possa ser a mesma do tolo, senão pior, a sabedoria nunca deixará de ser intrinsecamente boa e proveitosa para aquele que a possui, e mesmo aqueles que a reconhecem no que a possui. E ele prova seu argumento contando uma história, envolvendo um sábio que, apesar de suas condições precárias (era pobre), e de seu desprezo posterior pelos próprios concidadãos, com a sua sabedoria conseguiu livrar a cidade em que habitava de uma destruição que de nenhum outro modo teria sido possível. Notemos que ele destaca, inclusive, que a cidade havia sido cercada por um grande rei, sutilmente sugerindo que o sábio encontra-se em posição de vantagem e poder inclusive em relação àqueles que desfrutam de grande privilégio e autoridade neste mundo. E assim, Salomão conclui que é para a sabedoria que devemos atentar ao ouvir outras pessoas, mais do que qualquer posição de destaque ou privilégio, que podem ocultar a tolice daquele que os possui; e que, por outro lado, ainda pior do que não ser sábio é ser um tolo (ou pecador), cujas obras são causa de grande destruição e prejuízo tanto para o tal como para aqueles que dele dependem. 

CONCLUSÃO Embora aos olhos humanos a sabedoria em nada nos diferencie no que diz respeito à sorte geral de todos os homens – sucessos e fracassos, vida e morte – é através dela que aprendemos a fazer melhor uso de tudo o que nos sobrevém enquanto vivemos debaixo do sol, de modo a não termos de nos lamentar, no final, de termos perdido oportunidades únicas ou de ter vivido de forma inútil ou sem propósito.

PARA USO DOS PROFESSORES

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO 
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira


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