002-Ofertas ao Senhor - Levítico Lição 02[Pr Afonso Chaves]06out2020

 

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LIÇÃO 2 

OFERTAS AO SENHOR 

TEXTO ÁUREO: “Esta é a lei do holocausto, e da oferta de manjares, e da expiação do pecado, e da expiação da culpa, e da oferta das consagrações, e do sacrifício pacífico, que o Senhor ordenou a Moisés no monte Sinai, no dia em que ordenou aos filhos de Israel que oferecessem as suas ofertas ao Senhor, no deserto do Sinai.” (Lv 7.37-38).

LEITURA BÍBLICA: LEVÍTICO 1.1-9 

INTRODUÇÃO Conforme ressaltamos na lição anterior, o conteúdo do livro de Levítico é do maior interesse de todo o povo de Deus, pois trata de como poderiam se aproximar do Senhor e ser aceitos por Ele, a despeito das suas muitas transgressões e incapacidade de atender aos ditames da justiça divina. Em harmonia com este princípio, os primeiros sete capítulos de Levítico registram as orientações divinas para que qualquer um dos israelitas pudesse oferecer um culto agradável a Deus, em harmonia com a Sua boa, santa e perfeita vontade. 

I – A IMPORTÂNCIA E A NATUREZA DAS OFERTAS NO CULTO A DEUS Considerando o fato de que todos pecaram e tornaram-se, por natureza, inimigos de Deus, afastando-se d’Ele e privando-se da glória da comunhão com o Criador; a tentativa de o homem aproximar-se de Deus para cultuá-l’O sempre implicou, antes de tudo, no reconhecimento do seu próprio estado e no desejo de fazer as pazes com Ele e agradá-l’O, o que nas Escrituras é chamado de propiciação. Conscientes dessa necessidade, todos aqueles que no passado desejaram e de fato alcançaram o favor do Todo-poderoso se apresentaram diante d’Ele com uma oferta, algo que lhes era próprio e de que voluntariamente abriram mão para oferecer como um presente a Deus. Mais do que isso, porém, tais homens também discerniram que um tipo de oferta comprazia especialmente – para não dizer exclusivamente – a Deus: as ofertas de sangue, isto é, de animais limpos que eram imolados e cujo sangue era derramado em terra e o corpo, ou partes do corpo da vítima, consumidas pelo fogo – tudo realizado cerimonialmente diante do Senhor (cf. Gn 4.1-5; 8.20-21; Hb 11.4). Assim, podemos dizer que Deus se agrada do culto em que nada menos que a própria vida – o dom mais valioso que Ele nos concedeu – Lhe é ofertada, em reconhecimento de que Ele é o seu legítimo dono (Ec 12.7). E, conforme explicamos na lição anterior, na Sua misericordiosa provisão para com os homens, o Criador se dispôs a aceitar, em lugar do próprio ofertante que busca o favor divino, a vida de uma criatura inocente, graças ao simbolismo do sangue. O que o Senhor faz em Levítico, então, é simplesmente regulamentar e desvendar maiores detalhes de uma ordem de culto já existente desde o princípio e que, em essência, se manteria até o fim dos tempos. Se antes qualquer lugar podia ser assinalado por alguma teofania (manifestação ou aparição divina) que legitimava a edificação de um altar para o oferecimento de sacrifícios a Deus (cf. Gn 12.7; 22.2, 13-14, etc.), agora o santuário se tornava o único lugar de culto – fora dali, qualquer oferta seria considerada sacrifício a demônios (Lv 17.7-9). Se antes o ritual era simples, agora a necessidade de incutir o senso da santidade e do sentido espiritual do ato em um povo duro de coração que poderia desprezar as coisas mais simples exigia uma liturgia complexa, com minúcias que até hoje temos dificuldade em compreender perfeitamente. E, justamente por isso, o papel de ofertante e sacerdote, que antes parecia confundir-se em um só indivíduo, agora precisa ser diferenciado e o sacerdócio incumbido a homens especialmente designados para a pesada tarefa de cumprir, ensinar e conduzir o povo de Deus na realização exata do culto levítico (Ex 28.1; Hb 5.1-4). 

II – AS ESPÉCIES DE OFERTAS AO SENHOR Os primeiros sete capítulos de Levítico apresentam os diferentes tipos de ofertas que poderiam ser oferecidas ao Senhor e o ritual a ser seguido em cada uma delas. Pela ordem do texto, são elas: holocausto (c. 1), oferta de manjares (c. 2), sacrifício pacífico (c. 3), sacrifício de expiação do pecado (4.1-5.13), sacrifício de expiação da culpa (5.14-6.7) e oferta das consagrações (6.19-23). Notemos que as ofertas deveriam ser voluntárias: “Quando algum de vós oferecer oferta ao Senhor... a oferecerá de sua própria vontade, perante o Senhor” (1.2-3), com exceção da oferta das consagrações, que deveria ser oferecida apenas pelos filhos de Arão, por ocasião da sua consagração ao sacerdócio, e que por isso estudaremos na próxima lição. Notemos ainda que, com exceção da oferta de manjares, as demais ofertas consistiam em sacrifícios de sangue, “de gado, de vacas e de ovelhas”. O texto apresenta em primeiro lugar o holocausto, uma oferta em que a vítima, depois de imolada e ter seu sangue derramado perante o Senhor, era completamente queimada no altar de bronze (1.5-9), que ficava à porta do santuário e era chamado também de altar do holocausto (cf. Ex 40.6); significava a entrega total e voluntária do ofertante. A oferta de manjares consistia em cereais e seus derivados (farinhas, bolos, pães), sem fermento e acompanhada de azeite e incenso; estes elementos e parte dos cereais eram queimados no altar do holocausto, significando o reconhecimento de que Deus não apenas dá a vida, mas também o seu sustento (Sl 104.14-15, 27-28). O sacrifício pacífico podia ter diferentes finalidades e variações no seu rito, mas, em essência, constava da morte de um animal, cujos órgãos, gordura e sangue eram queimados sobre o altar, e o restante dividido entre o ofertante e o sacerdote, expressando, na simbologia de uma refeição onde todos são feitos participantes, a comunhão entre Deus e o homem. Os sacrifícios de expiação do pecado e expiação da culpa abrangem diferentes modalidades de transgressão contra a lei de Deus, seja no aspecto ritual, civil ou moral, bem como o pecado no seu aspecto geral. Em alguns casos, a vítima sacrificial era totalmente queimada – em parte sobre o altar, em parte fora do arraial; em outros casos, somente parte era queimada e o restante pertencia ao sacerdote. 

III – CRISTO JESUS, A OFERTA PERFEITA Sob a provisão do culto levítico, especificamente nas suas diferentes ofertas, Deus revelou de forma didática aspectos da obra que havia proposto para redimir o homem do pecado e trazê-lo de volta à plena fruição da graça e da comunhão divina. Contudo, devido às suas limitações, essa dispensação se mostrou inadequada ou insuficiente para realizar plenamente o elevado propósito da redenção; nem mesmo a repetição diária dos sacrifícios conseguiu fazer do culto levítico algo mais que uma sombra transitória e imperfeita de uma provisão espiritual que só poderia ser feita em Cristo Jesus, através da Sua obra sacerdotal e sacrificial consumada no Calvário (Hb 10.1-4, 10-14). Assim, enquanto o israelita precisava recorrer à diferentes ofertas para atender às suas demandas espirituais, nós precisamos tão somente nos voltar para o Filho de Deus e encontraremos nele a expiação de nossos pecados e culpas (Jo 1.29; Hb 1.3; 1 Jo 2.2), o nosso holocausto pelo qual todos nós fomos consagrados ao Pai (2 Co 5.14-15), o nosso sacrifício pacífico pelo qual alcançamos a paz com Deus e de uns com os outros (Rm 5.1, 9-11; Ef 2.13-18); e a nossa ação de graças a Deus por todas as coisas, sabendo que, se Ele não nos negou Seu próprio Filho, como nos negaria as demais coisas necessárias para o nosso bem? (Rm 8.28-32). 

CONCLUSÃO Hoje não mais sacrificamos a Deus a fim de agradá-l’O, pois o sacrifício único e perfeito de Cristo não precisa nem pode ser repetido. Mas devemos nos lembrar de que Ele é o nosso sacrifício, de modo que n’Ele todos nós fomos oferecidos a Deus e essa oferta foi aceita eternamente.  

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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