001-Levítico e sua relevância para Igreja - Levítico Lição 01[Pr Afonso Chaves]29set2020

 

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 LIÇÃO 1

LEVÍTICO E SUA RELEVÂNCIA PARA A IGREJA 

TEXTO ÁUREO: “Porque eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo” (Lv 11.45). 

LEITURA BÍBLICA: ÊXODO 40.17-35 

INTRODUÇÃO Embora nenhum cristão sensato questione a inspiração divina do livro de Levítico, muitos ficam intrigados com o seu conteúdo e se perguntam: qual seria a utilidade deste livro na presente dispensação? As dificuldades encontradas aqui podem leva-los até a evitarem completamente a sua leitura, mas tal atitude é injustificável, pois, conforme estudaremos ao longo deste trimestre, o terceiro livro do Pentateuco é de uma utilidade doutrinária incalculável para a igreja de Cristo. 

I – O CONTEXTO E PROPÓSITO DE LEVÍTICO Para entender a importância de Levítico, primeiro temos que considerar seu conteúdo à luz do seu contexto histórico mais imediato: a consagração dos israelitas para Deus como nação santa e reino sacerdotal. Após quatrocentos anos de dura servidão no Egito, os filhos de Jacó haviam sido libertados pela mão poderosa do Senhor e, guiados pelo Seu servo Moisés, chegaram aos pés do monte Sinai “no terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito” (Ex 19.1). Ali o Senhor firmou com eles o Seu concerto e lhes deu dois “instrumentos”, por assim dizer, para garantia e manutenção dos termos desse primeiro pacto: a Lei, gravada em duas tábuas de pedra e num livro (cf. Ex 24.4-7; 31.18); e o santuário, onde Arão e seus filhos exerceriam o ofício sacerdotal em favor do povo (cf. Ex 25.8-9; 28.1, 41-43). Ao contrário do primeiro, Moisés havia recebido apenas a visão de um modelo do que deveria ser o tabernáculo, devendo encarregar-se de conclamar e conduzir o povo no propósito da sua construção – seja no levantamento dos materiais necessários em ofertas voluntárias, seja na indicação daqueles que trabalhariam diretamente nessa obra (cf. Ex 35.20-29, 30-35). A construção do tabernáculo se completou e Moisés o levantou e consagrou “no mês primeiro, no ano segundo, ao primeiro do mês” da saída dos filhos de Israel da terra do Egito (Ex 40.17). Então, aquele santo recinto se encheu com a presença gloriosa do Senhor e é nesse contexto que situamos Levítico: “E chamou o Senhor a Moisés e falou com ele da tenda da congregação, dizendo” (Lv 1.1). Notemos que, enquanto a lei foi dada para incutir no povo o temor e o senso da inigualável santidade e justiça de Deus, provando-se para o homem decaído apenas um instrumento para manifestação da ira de Deus – o que logo se provou quando o povo a transgrediu; o santuário é inaugurado com uma manifestação visível do contentamento e da aprovação divina, porque seria através dele que se realizaria o propósito mais excelente de aproximar o homem de Deus: “E ali virei aos filhos de Israel para que por minha glória sejam santificados (...) E habitarei no meio dos filhos de Israel e lhes serei por Deus” (cf. Ex 29.43-46). Em outras palavras, a lei expressava o princípio: “O homem que fizer estas coisas viverá por elas” (Rm 10.5); enquanto o santuário apontava para a misericórdia e graça de Deus, pois nele era Deus quem vinha até o homem, depois que este havia pecado, para lhe prover perdão, justiça e santificação (cf. Rm 4.7). As orientações divinas exaradas em Levítico representavam então a manutenção da vida espiritual dos israelitas. Após constatar, a duras penas, quão perfeita era a santidade e justiça divina revelada na lei, o fiel podia se voltar arrependido para o santuário e vislumbrar nos sacrifícios, nas festas solenes e nos mais diversos rituais de purificação, sinais visíveis da misericórdia e compaixão de Deus, e encontrar descanso na certeza do perdão dos seus pecados. 

II – LIÇÕES FUNDAMENTAIS DE LEVÍTICO Seja na linguagem direta da doutrina ou na linguagem simbólica dos rituais, alguns temas são recorrentes em Levítico. E o primeiro que destacamos é o da santidade. Deus é santo e quer que o Seu povo seja santo (cf. Lv 20.7, 26). Ser santo significa, primeiramente, ser puro, limpo de contaminações – ou seja, isento daquilo que constitui transgressão, do que é mau ou reprovável aos olhos de Deus (cf. Hc 1.13); mas, sob a dispensação simbólica do antigo pacto, significa também ser dedicado, separado do comum e ordinário – ou seja, distinto do que muitas vezes é chamado neste livro de profano. E esta lição é ensinada de diversas maneiras ao povo de Israel que, para se lembrar da santidade de Deus, é ordenado separar um dia em sete, por exemplo; ou distinguir entre alimentos comuns e limpos; ou ainda não empregar as coisas dedicadas a Deus para fins ou interesses mundanos, comuns. Um segundo tema predominante em Levítico é o da expiação pelo sangue. Embora o princípio da vida representada pelo sangue já tenha sido enunciado em um tempo anterior (Gn 9.4-6), é somente neste livro que encontramos expresso o propósito do simbolismo estabelecido por Deus: “Porque a alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17.11). A lei ensina que o pecado impõe uma pesada dívida perante a justiça divina que só pode ser saldada com a morte do pecador, mas no santuário aprendemos que Deus, na Sua misericordiosa provisão, aceita, em lugar da vida do pecador, a vida – o sangue – de outra criatura, outro ser. De fato, não apenas a expiação do pecado, mas tudo o que diz respeito à santidade, depende desta provisão divina: “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22). 

III – A RELEVÂNCIA DE LEVÍTICO PARA A IGREJA DE CRISTO Encerramos esta lição considerando brevemente a relevância de Levítico para os nossos dias. Por ser um testemunho da misericórdia e graça de Deus para com o povo de Israel, é um livro que, de várias maneiras, prefigura a dispensação do evangelho. Não é necessário muito esforço para identificar nos sacrifícios e nos sacerdotes representações figuradas, ou tipos, de Cristo Jesus – afinal, Ele é literalmente chamado “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29) e “sumo sacerdote da nossa confissão” (Hb 3.1) e, conforme ainda examinaremos oportunamente, o escritor aos Hebreus dedica grande parte da sua epístola a explicar essas sombras e o seu cumprimento na pessoa do Senhor Jesus. Com um pouco mais de aplicação e cuidado, a partir das festas solenes, dos rituais de purificação e outros aspectos do culto levítico podemos extrair preciosos ensinamentos sobre a graça de Deus, sobre a relação entre Cristo e a Igreja, e mesmo sobre a nossa vida particular com Deus. Se Levítico encerra tais lições, fica comprovado que é tão relevante para a igreja de Cristo quanto os evangelhos e as epístolas, por exemplo. E, mesmo que para extrair a mensagem principal seja necessário mais cuidado na leitura e interpretação desse livro, esperamos que, ao final deste trimestre, chegaremos à conclusão de que Levítico é um dos livros mais messiânicos ou cristológicos do Antigo Testamento. Em última análise, seu estudo será como o do livro de Apocalipse: procuraremos usar de bom senso, preservando a harmonia com o ensino bíblico mais direto e claro das demais Escrituras, e não nos embaraçaremos com minúcias que poderiam dificultar a compreensão da mensagem principal. 

CONCLUSÃO Levítico é um livro proveitoso e atual para a igreja, não havendo motivo para ser negligenciado em nossas leituras e meditações cotidianas. As dificuldades surgem quando buscamos nossos próprios interesses nas Escrituras; se, pelo contrário, buscarmos nelas o seu Autor, ou aqu’Ele de quem elas realmente falam – ficaremos satisfeitos, pois certamente O encontraremos.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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