008-A Contradição de Coré, Datã e Abirão - Lição 08{Pr Afonso Chaves]20ago2024
MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 8
A CONTRADIÇÃO DE CORÉ, DATÃ E ABIRÃO
TEXTO ÁUREO: “E tomou-o Arão, como Moisés tinha falado, e correu ao meio da congregação; e eis que já a praga havia começado entre o povo; e deitou incenso nele e fez expiação pelo povo. E estava em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga” (Números 16.47-48)
LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 17.1-13
INTRODUÇÃO Dentre todas as ocasiões em que os filhos de Israel tentaram ao Senhor no deserto, a que estudaremos hoje ilustra a que nível de insolência o ser humano pode chegar na sua rejeição à soberania e ao domínio de Deus. Frustrados pelas consequências dos seus próprios pecados, os israelitas pareciam não compreender que somente eles eram prejudicados quando se revoltavam contra o Senhor, que permanecia inabalável na Sua santidade, justiça e poder, e que, mesmo depois de castigá-los, ainda se interessava, mais do que eles próprios, na sua felicidade e salvação.
I – CORÉ, DATÃ E ABIRÃO QUESTIONAM A AUTORIDADE DE MOISÉS E ARÃO Não sabemos quanto tempo havia se passado desde a última murmuração e, sem dúvida, a mais atroz, cometida pelos israelitas, com graves consequências para aquela geração. O certo é que nenhuma punição até agora, e mesmo muitas outras depois dessa, seriam suficientes para converter ou mesmo refrear os israelitas de continuarem seguindo seu coração rebelde. Não por acaso, as leis registradas no capítulo 15, além do modo como os israelitas deveriam apresentar suas ofertas ao Senhor quando entrassem na terra prometida, também determinam como deveriam ser tratados futuros casos de rebelião – isto é, de pecados cometidos não apenas por erro, mas “à mão levantada”, por injúria ou em desprezo ao mandamento do Senhor: “Mas a alma que fizer alguma coisa à mão levantada, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao Senhor; e tal alma será extirpada do meio do seu povo” (cf. Nm 15.22- 31) – o que significava ser apedrejado pela congregação até a morte. Com efeito, essa determinação havia sido feita justamente após um israelita ter sido apanhado em flagrante transgressão à guarda do sábado – isto depois das diversas repetições deste mandamento, e do zelo de Deus pela Sua guarda manifesto, por exemplo, no modo como o maná era enviado e como devia ser colhido pelo povo (Ex 16.25-26; 31.13-16; 35.3; Lv 19.30). Mas agora nos encontramos diante de um novo episódio da recorrente rebelião do povo de Israel; desta vez, encabeçada por Coré, um levita da tribo de Coate, e dirigida diretamente contra a autoridade de Moisés e Arão, que eram seus parentes próximos. Reunindo-se a ele Datã, Abirão, Om e Pelete, todos estes maiorais da tribo de Ruben, e mais duzentos e cinquenta maiorais dos israelitas – notemos, portanto, que todos eram líderes – o grupo apresenta sua “queixa” contra Moisés e Arão alegando que estes lideravam Israel por presumirem ser mais santos que o restante do povo. A insolência desses homens parece inacreditável, mas chega ao ponto de insinuarem que ainda não haviam entrado na terra prometida, não por causa das suas próprias murmurações, mas porque Moisés os teria levado até o deserto para ali se assenhorear deles. Mas, como o próprio servo do Senhor declara, essa era uma queixa não contra os dois líderes, mas contra o próprio Senhor, que havia escolhido tanto Moisés para liderar Israel como Arão para ministrar o sacerdócio (Nm 16.1-11; Hb 5.1-4). Mais uma vez notamos a mansidão e condescendência de Moisés, pois, embora indignado com a falsa acusação de ter cobiçado ou prejudicado o seu povo em qualquer coisa, tudo o que faz, além de reivindicar sua inocência perante o Senhor, é pedir que a oferta de Coate não fosse aceita por Deus na prova que Moisés havia proposto para o dia seguinte – como se Coate e os seus, de um lado, e Arão, do outro, estivessem, na questão do sacerdócio, em pé de igualdade para apresentar suas ofertas, e como se o Senhor pudesse rejeitar um e escolher o outro! (Nm 16.12-19).
II – OS REBELDES SÃO SEVERAMENTE PUNIDOS O Senhor então se manifesta, não para provar a Coré e seu grupo quem Ele havia escolhido para o sacerdócio, mas para que soubessem que eles haviam provocado ao Senhor, e não aos homens, e que haviam se queixado contra a soberania divina ao questionar a escolha de Arão para o sacerdócio. Mais uma vez, não fosse a intercessão de Moisés, que sabiamente apelou para a justiça do próprio Deus, toda a congregação teria perecido naquele dia (Nm 16.20-22). Embora conhecesse o coração perverso daquele povo, Deus jamais os puniria por um ato de rebelião que, desta vez, não havia sido cometido por todos. Isto, porém, não diminui a gravidade e o risco que o pecado de rebelião representa para toda a congregação do Senhor, de maneira que este caso é emblemático de como os rebeldes ao domínio divino devem ser evitados: “Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes ímpios homens e não toqueis nada do que é seu, para que, porventura, não pereçais em todos os seus pecados.” (Nm 16.23-26; cf. Dt 13). Era necessário que algo novo acontecesse – nem o fogo consumidor, nem as pragas já infligidas contra os rebeldes em ocasiões anteriores pareciam suficientes para convencer o povo de que Deus estava entre eles e fora Ele quem havia operado todos os sinais desde a saída da terra do Egito, e não Moisés. Assim, a forma como Coré, Datã e Abirão são castigados, sendo engolidos vivos pela terra, foi algo de completamente novo e inusitado, aterrorizando a toda a congregação. Quanto aos outros duzentos e cinqüenta maiorais, foram consumidos na presença do Senhor pelo mesmo fogo que não poupara nem mesmo aqueles filhos de Arão que, embora legitimamente constituídos, também haviam profanado a santidade do sacerdócio (Nm 16.31-34, 35; cf. Lv 10.1-2). O que nos surpreende ainda mais é que, mesmo após tudo isso, a congregação volta a se rebelar e murmurar sobre o juízo de Deus: “Vós matastes o povo do Senhor”. Desta vez, à ordem para saírem do meio da congregação, os dois servos de Deus não têm como argumentar novamente que inocentes seriam punidos junto com pecadores, como na contenda anterior, e rapidamente o juízo começa a ser executado. Contudo, o profeta e líder de Israel é movido pelo entendimento da eficácia da propiciação dos pecados realizada pelas mãos daquele que Deus constituiu como sacerdote – isto é, da eficácia e do triunfo da misericórdia de Deus sobre o juízo, quando arguida sobre o fundamento da expiação; de maneira que, embora terrível e devastadora, a praga cessa imediatamente tão logo Arão se apresenta no meio do povo pecador e realiza a expiação pelo seu pecado (Nm 16.44-48).
III – O SENHOR CONFIRMA A ELEIÇÃO DE ARÃO PARA O SACERDÓCIO Cumprida a justiça de Deus no castigo contra os contendores e rebeldes, e demonstrada a Sua misericórdia através da intercessão de Arão em favor dos israelitas, o Senhor mesmo propõe dirimir toda e qualquer dúvida ou murmuração persistente com um último sinal, que deveria ser considerado como a resposta definitiva de Deus quanto a quem Ele havia eleito para o sacerdócio. O florescer e frutificar miraculoso de apenas uma das varas ou galhos – aquela que representava a tribo de Levi e, mais especificamente, a casa de Arão – era um sinal claro de que somente aquele cujo nome havia sido entalhado na vara prosperaria diante de Deus no serviço do tabernáculo (Nm 17.1-8). Guardando-a perante o Testemunho – isto é, no lugar santíssimo – o profeta asseguraria que as gerações seguintes jamais questionassem novamente a autoridade sacerdotal, ou disputassem o direito à sua investidura, pois ali estaria um memorial de todo o episódio que resultou em terrível castigo para os rebeldes e aqueles que duvidaram da soberania e autoridade divina.
CONCLUSÃO A contradição de Coré, Datã e Abirão tipifica a mais abjeta rebelião do homem contra o domínio de Deus, quando, cegado pelo desejo torpe de fazer a sua própria vontade, toda e qualquer expressão da vontade divina será rejeitada sob o pretexto de insubmissão a líderes humanos, a palavras de homens e a um falso sentimento de piedade.
PARA USO DO PROFESSOR
Comentários
Postar um comentário