005-Caminhando com Deus no deserto - Lição 05[Pr Afonso Chaves]01ago2024

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LIÇÃO 5 

CAMINHANDO COM DEUS NO DESERTO 

TEXTO ÁUREO: “Segundo o dito do Senhor, se alojavam e, segundo o dito do Senhor, partiam; da guarda do Senhor tinham cuidado, segundo o dito do Senhor pela mão de Moisés” (Números 9.23) 

LEITURA BÍBLICA: NÚMEROS 9.15-23 

INTRODUÇÃO Na lição de hoje consideraremos alguns momentos relacionados ao princípio da caminhada pelo povo de Deus através do deserto, partindo do Sinai: a importância e o significado da nuvem que indicava o momento de se acamparem e de partirem, prosseguindo a caminhada; a necessidade de sempre lembrar ao povo a solenidade dessa jornada, das alegrias e dificuldades que fossem encontradas no deserto; e a partida em si, ordenada e sob a liderança de Moisés, que em tudo também estava sendo preparado por Deus para conduzir o povo de Israel até a terra prometida. 

I – DEUS VAI À FRENTE DE ISRAEL Os últimos versos do capítulo 9 relatam como a viagem dos israelitas pelo deserto seria conduzida pelo próprio Deus, manifestado visivelmente na nuvem de dia e na coluna de fogo à noite. Era a mesma nuvem e coluna de fogo que seguia à frente do povo desde a sua libertação e saída da terra do Egito, guiando-os e protegendo-os em sua caminhada, seja do calor e claridade ofuscante do sol do deserto durante o dia, seja do frio e escuridão da noite; ao mesmo tempo em que confundia e desbaratava os inimigos de Israel. Era a mesma nuvem que, em meio a relâmpagos e trovões, tremor e sonido de trombeta, havia ressoado a voz do Todo-poderoso e aterrorizado o povo, ao mesmo tempo havia chamado Moisés para subir ao monte e encontrar-se com o Senhor. E, finalmente, era a mesma nuvem que havia consagrado o tabernáculo, enchendo-o de glória no dia em que foi levantado pela primeira vez, e a partir daí permaneceria vinculada ao santuário, de maneira que, achando-se este erguido no deserto, a nuvem se manteria sempre sobre ele, e era dali que ela se alçaria quando fosse necessário que o povo retomasse a caminhada pelo deserto (Ex 13.21-22; 14.19-20, 24-25; 19.16-20; 24.15-18; Nm 9.15-17). A nuvem que acompanhou os israelitas durante toda a sua peregrinação era um sinal visível da presença de Deus no meio deles, e esta forma era adequada para impedir que o povo caísse na idolatria. A nuvem também representava a obscuridade e o mistério inefável da presença de Deus, à qual poucos teriam acesso sob aquela dispensação (Dt 4.15-19; 2 Cr 6.1; Sl 97.1-4). Por outro lado, era uma forma de exercitar a obediência dos israelitas, na medida em que estes, embora não pudessem ver a Deus, deveriam ter plena consciência de que Ele estava verdadeiramente ali. E, de fato, após receberem um sinal ainda mais claro neste sentido – a voz de Deus ecoando aos ouvidos de todo o povo – os israelitas se dispuseram a receber a palavra de Deus e obedecê-la conforme transmitida por Moisés, Seu servo (Dt 5.22-27). Assim, a nuvem – bem como o dito do Senhor através de Moisés – passaria a indicar quando deveria o tabernáculo ser erguido no deserto e as tribos se acamparem ao seu redor, fazendo a sua guarda; e quando deveriam desmontá-lo e dar continuidade à sua viagem (Nm 9.18-23). 

II – CONTÍNUA MEMÓRIA DO POVO PERANTE O SENHOR A fim de assinalar diversas ocasiões que se tornariam recorrentes ao longo da viagem, o Senhor ordena que sejam feitas duas trombetas de prata, para que fossem tocadas de diferentes maneiras por ocasião desses eventos. O propósito de tocá-las era, primeiramente, o de convocar Israel perante o Senhor Deus, isto é, perante a tenda da congregação; depois, de indicar o tempo e a ordem de as tribos partirem do seu acampamento, quando fosse necessário seguir viagem (Nm 10.2-6). As trombetas assinalavam de forma inequívoca a ordem para todo o povo, além de santificar essas ocasiões como solenidades – seja o estar perante o Senhor em santa convocação, seja o estar em marcha pelo deserto. Não por acaso, eram os filhos de Arão, os sacerdotes, quem deveriam tocar as trombetas (Nm 10.7-8). Em segundo lugar, as trombetas seriam também tocadas em tempos de guerra, quando saíssem a batalhar contra os seus inimigos; mas, neste caso, além do efeito de ordem sobre o exército de Israel, o toque teria o propósito de invocar a Deus, apresentando diante d’Ele o momento grave em que Seu povo se encontrava, e como que suplicando Sua intervenção para lhes assegurar a vitória sobre o exército inimigo (Nm 10.9). E, por último, as trombetas deveriam ser tocadas como forma de comemorar as ocasiões de alegria, as solenidades instituídas do culto levítico, bem como os holocaustos e sacrifícios pacíficos oferecidos perante o Senhor, destacando a importância de celebrá-las com ordem e consciência do seu propósito – ao contrário dos demais povos, que comemoravam suas alegrias e festas desordenadamente (Nm 10.10; Sl 81.3-6). 

III – O POVO PARTE NA DEPENDÊNCIA EXCLUSIVA DE DEUS Finalmente, depois de aproximadamente um ano acampados junto ao monte Sinai, o povo de Israel parte pela primeira vez, sob o sinal da nuvem alçando-se de sobre o tabernáculo (Nm 10.11-13; Dt 1.6-7). Segue-se uma descrição da partida das tribos, cada uma segundo a sua ordem, as famílias dos levitas intercalando-se em dois grupos entre as demais tribos, carregando o tabernáculo e os seus utensílios, conforme a incumbência anteriormente atribuída por Deus a cada família. O episódio registrado nos versos seguintes deste capítulo não é fortuito, mas nos mostra como Moisés havia ficado aparentemente sozinho na liderança do povo que estava prestes a partir. Hobabe é o mesmo Reuel ou Jetro, sogro de Moisés, o qual havia saído ao encontro de seu genro quando Israel ainda estava a caminho do Sinai (cf. Ex 18.8-12, 27). Aqui, o escritor sagrado nos informa que ele havia permanecido acampado com os israelitas até o tempo da sua partida do Sinai – provavelmente sendo muito útil ao seu genro com seus conselhos e sabedoria – quando então, mesmo convidado por Moisés a acompanhá-los e testemunhar o cumprimento da promessa de Deus ao Seu povo, ele manifesta sua vontade de voltar a Midiã, a princípio não sentindo-se mais impelido a acompanhá-los do que em ficar na sua terra e com a sua parentela. Embora os midianitas também fossem descendentes de Abraão, o fato é que não haviam recebido a promessa de herdar a terra das suas peregrinações, como os israelitas; mas isto não impediu que Moisés instasse com seu sogro, no esforço de convencê-lo a ficar, pois não apenas seria útil para informá-los das condições dos diferentes lugares do deserto que atravessariam; mas também seria devidamente recompensado, quando Israel alcançasse a promessa de Deus: “E será que, vindo tu conosco, e sucedendo o bem que o Senhor nos fizer, também nós te faremos bem” (Nm 10.32). Sabemos, não por este texto, que Hobabe voltou para sua terra; mas posteriormente encontraremos queneus que eram seus descendentes e que, aparentemente, resolveram acompanhar os israelitas, de modo que, quando chegaram em Canaã, receberam lugar de habitação junto da tribo de Judá (cf. Jz 1.16; 4.11). 

CONCLUSÃO Deus estava preparando o povo para uma viagem onde o elemento mais importante e indispensável para o seu sucesso não eram os recursos materiais, a capacidade de sobrevivência ou a experiência particular do povo, mas sim a obediência irrestrita à palavra do Senhor e a confiança absoluta na Sua providência, cuidado e misericórdia para guiá-los e protegê-los, bem como para fazê-los chegar e herdar a terra prometida.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO 
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira


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