007-Conflitos na família - Família Lição 07[Pr Afonso Chaves]14mai2024
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LIÇÃO 7
CONFLITOS NA FAMÍLIA
TEXTO ÁUREO: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam” (Salmo 127.1)
LEITURA BÍBLICA: SALMO 128.1-6
INTRODUÇÃO Prosseguindo com o tema particular dos conflitos familiares, na presente lição falaremos de um modo mais amplo sobre situações problemáticas envolvendo outros tipos de relacionamentos na família além do conjugal, já considerado na lição anterior. Veremos que não apenas a incredulidade pode ser a causa de muitos desses conflitos, mas também outras inclinações naturais que mesmo aqueles que creem no Evangelho devem ter o cuidado de não permitir que brotem no coração e, brotando, tragam amargura a si mesmos e a seus familiares. I – LIDANDO COM A
INCREDULIDADE Assim como existem casais onde apenas um dos cônjuges recebe a fé em Cristo, enquanto o outro permanece indiferente, ou até se opõe ao evangelho ou ao que é crente; do mesmo modo, com maior frequência ainda, existem famílias onde nem todos são ou foram alcançados pela graça de Deus. Por mais que tenhamos razão para orar, instar através da palavra e do testemunho e esperar que a graça de Deus um dia traga salvação a todos da nossa casa, o fato é que não sabemos se este será o caso de cada um e de todos os membros da nossa família – e isto o apóstolo Paulo lembra aos irmãos casados, conforme já estudamos, ao orientá-los sobre como devem agir quando o cônjuge não crente deseja abandonar a relação. De qualquer modo, é uma situação que deve ser lidada com paciência e vigilância, no entendimento de que Deus quer que todos se salvem, para o que devemos orar e dar bom testemunho de obediência a Deus no cumprimento dos nossos deveres para com cada membro da nossa família (1 Tm 2.1-4; 1 Pe 2.15-16; 1 Co 10.32-33). Dentre as situações possíveis em famílias onde nem todos sejam fiéis está o caso de pais não crentes e de como os filhos crentes devem se comportar, de tal modo a não desonrar seus genitores e ao mesmo tempo não desobedecer a Deus. Independentemente do fato de serem crentes em Cristo ou não, nossos pais merecem sempre a devida honra por cumprirem seu dever para conosco, trabalhando e educando-nos com vistas à nossa realização; nem os excessos e arbitrariedades no exercício da sua autoridade paterna; e nem o Senhor jamais exigiria de nós uma atitude que implicasse em privá-los ou reduzir-lhes a honra devida e requerida pela Sua lei (cf. Hb 12.9; Mt 15.1-6). Por outro lado, honrar os pais é um princípio derivado da natureza paterna e materna tal como Deus a criou, e tal como a revelação nos faz conhecer através do mandamento. Honrar os pais é, portanto, honrar o próprio Deus que deu ao ser humano o poder e a autoridade de ser pai e mãe. Logo, quando há um conflito entre os interesses ou a vontade de Deus e a de pais incrédulos que desconhecem a exata vontade de Deus para seus filhos, não é a honra dos pais que está em jogo, mas a de Deus, e desobedecer a Deus para agradar aos pais não apenas desonra a Deus, como também aos pais, aprovando o uso arbitrário e impróprio dos dons e autoridade divina. Isto vale para qualquer outra forma de autoridade, mas, no caso dos pais, o apóstolo exorta os filhos a esse cuidado em particular: “Sede obedientes a vossos pais no Senhor” (cf. At 5.27-29; Ef 6.1). E, particularmente no caso do Evangelho, que é a expressão máxima da vontade de Deus no mundo que, pela desobediência, se faz inimigo de Deus, não deveríamos nos surpreender se inclusive entre nossos familiares despertasse oposição, dividindo crentes e incrédulos e suscitando conflitos por causa da verdade, tornando-se assim uma prova, ainda que difícil, mas de grande valor, do amor dos fiéis por Cristo Jesus e da sua disposição em servi-lo a qualquer custo (Mt 10.34-38, 39; cf. 8.21-22).
II – LIDANDO COM A DESOBEDIÊNCIA Queremos considerar neste tópico especificamente a desobediência dos filhos aos pais, que é uma das causas mais freqüentes de conflitos amargos e duradouros nas relações familiares. Não apenas a lei determina que os filhos honrem seus pais, implicando na devida obediência, como observou Paulo; mas também condena severamente a desobediência contumaz de filhos que nem mesmo sob castigo ou disciplina se emendam da sua rebeldia (Dt 21.18-21). A desobediência é própria da natureza pecaminosa do homem, tendendo a se manifestar já nos primeiros anos de vida, e por isso os pais devem aplicar a disciplina nos anos formativos da infância e adolescência, a fim de que, no futuro, possam se orgulhar e receber honra de seus filhos; pais que não disciplinam nem corrigem seus filhos consentem na desobediência e no erro, trazendo tristeza e desonra para si mesmos (Pv 13.24; 29.15, 17). Além do caso dos filhos de Eli, cuja desobediência à voz de seu pai decorria da falta de disciplina, e acabou trazendo castigo tanto contra os filhos como contra o velho sacerdote; podemos citar também o caso de Absalão e Adonias, filhos de Davi que, na complacência do pai encontraram apoio não apenas para buscar seus próprios interesses como desejassem, mas também para contrariar e desonrar seu próprio pai (2 Sm 14.33; 15.1-6, 13-14; 1 Rs 1.5-6).
III – LIDANDO COM OS CIÚMES O relacionamento entre irmãos reflete um aspecto básico da doutrina prática cristã, segundo o qual todos os que crêem são irmãos pela fé em Cristo Jesus, sendo filhos de um mesmo Pai, de maneira que os fiéis devem se relacionar uns com os outros nos termos de um amor fraternal, isto é, nos moldes do amor que deve haver entre irmãos de sangue. É verdade que os laços espirituais que nos unem em Cristo Jesus transcendem os laços de sangue, implicando num parentesco muito mais profundo e duradouro; mas permanece o fato de que o amor fraternal serve-lhe de modelo ou figura. Assim, aplicam-se às relações entre irmãos segundo a carne os mesmos princípios que àqueles que são irmãos pela fé em Cristo Jesus: amar uns aos outros (1 Jo 2.10-11), honrar e buscar o interesse uns dos outros (Rm 12.10; Fp 2.3-4), perdoar e pedir perdão uns aos outros (Mt 18.21-22). Contudo, é verdade também que graves desentendimentos e inimizades podem ocorrer no relacionamento entre os irmãos, sendo comuns aqueles que resultam dos ciúmes que um possa nutrir pelo outro. As Escrituras apresentam inúmeros casos: por ciúmes, Caim matou seu irmão Abel; Ismael zombou de Isaque; Esaú intentou matar Jacó; os irmãos de José venderam-no como escravo, dando-o como morto ao seu pai; Arão e Miriã murmuraram contra Moisés; enfim, em todos estes casos prevaleceu um sentimento carnal e maligno de rejeição por parte daquele que teve ciúmes do outro, que o impediu de se alegrar na exaltação do irmão. Assim, os ciúmes surgem da ignorância do fato de que os pais podem ter suas razões para privilegiar em dado momento ou de certa forma particular um de seus filhos, mas isto não significa que desprezem os outros – como nos ensina a lição final da parábola do filho pródigo, ou o fato de que o próprio Deus não faz acepção entre seus filhos, mas distribui seus dons a cada um conforme lhe apraz (Lc 15.25-32; Ef 4.1-7).
CONCLUSÃO Vimos que conflitos podem surgir em todos os relacionamentos familiares, cada qual relacionado aos seus fatores e problemas para os quais encontramos solução na sabedoria revelada nas Escrituras. Atentemos para a palavra de Deus e dependamos do Seu conselho para edificar e estabelecer o nosso lar, e assim nada o abalará.
PARA USO DO PROFESSOR:
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