013- A Excelência do amor conjugal - Cantares Lição 01[Pr Nilson Vital]21jun2022

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LIÇÃO 13 

A EXCELÊNCIA DO AMOR CONJUGAL 

TEXTO ÁUREO: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct 6.3) 

LEITURA BÍBLICA: CANTARES 1.1-11 

INTRODUÇÃO Cantares de Salomão é considerado um dos livros mais controversos da Bíblia, em razão do modo como retrata o amor conjugal, e das dificuldades para se entender a mensagem de Deus neste livro, que o faz pertencer ao cânon sagrado. Como reservaremos apenas uma lição para o estudo deste livro, nosso objetivo será explicar o sentido geral do livro, estabelecendo pontos importantes para compreendermos esta belíssima poesia e o seu propósito singular como parte das Escrituras Sagradas. 

I – CANTARES, UM POEMA SOBRE O AMOR CONJUGAL Cantares é também chamado cântico dos cânticos, no sentido superlativo de “o mais excelente cântico”, o mais belo cântico de Salomão (cf. 1 Rs 4.32). Trata-se de um livro poético e, como tal, podemos esperar encontrar na sua linguagem muito do paralelismo característico da poesia hebraica (lembrando que o paralelismo bíblico consiste na repetição, não de sons, mas de ideias que “rimam” entre si). Há uma abundância de referências a costumes e aspectos da vida nos tempos bíblicos, em comparações inusitadas que mal seríamos capazes de apreciar hoje com a mesma mentalidade e sentimento de um hebreu daqueles tempos remotos; mas, estando familiarizados com muitos desses aspectos graças ao contexto mais amplo fornecido pelas Escrituras, podemos ler Cantares e ainda apreciar muito da beleza poética e dos sentimentos expressos no texto. Cantares é uma poesia que conta a história de amor entre Salomão e sua mulher, identificada no texto como sulamita (Ct 6.13). Se é verdade que este rei teve muitas mulheres e concubinas, não resta dúvida de que ele também teve um primeiro amor, do qual resultou o seu primeiro casamento – aquele que deveria ter sido o único, uma vez que os demais são fruto de alianças políticas com povos estrangeiros e, conforme Deus já havia alertado, mais tarde se revelariam prejudiciais para o próprio rei (cf. Dt 17.17; 1 Rs 11.1-3). Pois bem, Cantares é um poema celebrando esse primeiro e genuíno amor, cujo ápice se encontra na união íntima do casal. O texto começa com uma espécie de antecipação, onde ambos expressam suas alegrias, impressões e desejo de um pelo outro (Ct 1.2-2.7); um possível encontro de ambos, talvez lembrado por ela, a partir do que ela percebe que ainda não o tem consigo (Ct 2.8-3.5); segue-se o casamento, onde um passa a pertencer ao outro, e consuma-se a união – este é considerado o coração do livro (Ct 3.6-5.1); na última sessão, após negar-lhe um pedido, ela tem de buscá-lo e o encontra novamente, e o amor e compromisso de ambos são reafirmados (5.2-8.14). Não há nada de estranho em ser este o tema de um livro inteiro da Bíblia. Embora ao longo da história tanto judeus como cristãos tenham procurado entender Cantares num sentido estritamente alegórico ou tipológico, o fato é que o amor conjugal é um tema do interesse divino. Há pouco aprendemos com o mesmo Salomão, em Eclesiastes, que o casamento é uma das coisas boas, ou dons, que Deus concedeu aos homens para serem desfrutados nesta vida debaixo do sol (Ec 9.9). A própria união física e íntima entre o homem e a mulher no casamento é celebrada neste livro, porque somente assim o amor conjugal é consumado e ambos se tornam uma só carne (Gn 2.23-25). O problema é que o pecado e a perversão moral da sociedade constituem um grande empecilho para a abordagem deste tema com serenidade e pureza, de modo que muitas vezes só conseguimos tratar de assuntos que constituem “tabus” usando termos mais didáticos e cuidadosos, como os de Paulo se dirigindo aos coríntios, os quais provinham de um contexto permissivo e precisavam aprender os rudimentos de questões como estas (1 Co 7.28). Acrescente-se que conceitos religiosos e de falsa piedade introduzidos no meio do povo de Deus ao longo da história não apenas incentivaram o celibato como uma forma de santificação, mas deram à intimidade física do casal um caráter secundário, ou uma função meramente reprodutiva, rejeitando qualquer outro aspecto dele derivado como pecaminoso – numa distorção demoníaca do ensinamento bíblico (cf. 1 Tm 4.3-5). 

II – A SANTIDADE DO AMOR CONJUGAL À luz do quanto foi dito sobre o tema e o propósito de Cantares, podemos afirmar que, antes de procurar algum sentido alegórico ou tipológico nas suas imagens, precisamos entender o que ele ensina literalmente sobre o amor conjugal. A relação íntima entre um homem e uma mulher é uma coisa santa e louvável, desde que fruto da união conjugal; ao passo que, fora desse vínculo, é considerada uma profanação (cf. 1 Ts 4.3-6; Hb 13.4). E o livro de Cantares de modo algum prejudica esta verdade, uma vez que ambos os protagonistas não se entregam a uma paixão desenfreada, mas acalentam o amor de um pelo outro até que possam realizá-lo legitimamente. Notemos que somente após o casamento Salomão é convidado a desfrutar de intimidade com a sulamita – intimidade esta representada pelas figuras do jardim ou manancial. Antes disso, ela é como um jardim fechado, ou um manancial selado (Ct 3.11; 4.8, 12, 16; 5.1; cf. Pv 5.15-18). Outro aspecto notável do amor conjugal evocado no poema (particularmente na última divisão, conforme propomos no tópico I) diz respeito ao perigo a que o casal se expõe quando um se recusa ao outro; assim como, no poema, a amada descobre que uma breve demora em atender à voz do amado resultou na sua ausência, lembremos que o apóstolo também admoesta os casais a não se defraudarem um ao outro (Ct 5.2-6; 1 Co 7.3-5). Apercebendo-se do risco de sofrer novamente pela sua ausência, a sulamita sai em busca desesperada pelo seu amado até encontrá-lo, quando reafirma seu amor e não se permite mais abandoná-lo (Ct 6.2-3; 7.10-13; 8.6-7). 

III – O AMOR CONJUGAL É FIGURA DO AMOR DE CRISTO PELA IGREJA Seremos mais breves neste tópico porque a tipologia do relacionamento entre Cristo e a igreja no casamento não é coisa inédita em nossos estudos, nem de difícil compreensão; mas nem por isso é de menor importância que o casamento enquanto tal. Como a intimidade conjugal é a expressão mais ilustre da união entre um homem e uma mulher, ela representa adequadamente, na linguagem humana, o mistério da comunhão espiritual, profunda e indissolúvel de Deus com o Seu povo (Ez 16.8; Jr 2.2-3; Is 54.5) – comunhão esta selada por Cristo Jesus, revelado como o Salvador da igreja, a qual é o Seu corpo e a Sua esposa (Ef 5.22-23, 25-27, 32; Ap 19.7-8). Assim, a exaltação do amor conjugal em Cantares também deveria ser interpretada figuradamente como uma exaltação do amor de Cristo pela Sua igreja e por seus membros em particular. A intimidade conjugal ilustrada em Cantares nos remete à entrega total que o Senhor Jesus fez da própria vida na cruz em nosso favor, isto é, dando Sua carne e Seu sangue por nós, em nosso lugar. Neste ato do mais puro e sublime amor, Ele se doou por nós diante de Deus, que O aceitou e nos aceitou n’Ele, como se no Calvário tivesse sido consumado um casamento, um pacto indissolúvel do qual fazemos parte por misericordiosa graça (2 Co 5.14-15; 1 Co 6.16; Ef 5.30), de modo que agora bem podemos dizer como a sulamita: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu”. 

CONCLUSÃO A intimidade conjugal reafirma o caráter perpétuo e indissolúvel do casamento, selando o amor de ambos os cônjuges no coração um do outro, fortalecendo-os para enfrentarem e vencerem juntos as adversidades da vida e exaltando ainda mais o casamento como um dom maravilhoso de Deus ao homem e uma sublime alegoria do nosso relacionamento com o glorioso Esposo da Igreja.

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA 
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO 
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira


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