011-A ética cristã e os seus desafios - ètica Cristã Lição 11[Pr Afonso Chaves]07dez2021
LIÇÃO 11
A ÉTICA CRISTÃ E OS SEUS DESAFIOS
TEXTO ÁUREO: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos”. (2 Tm 3.1)
LEITURA BÍBLICA: 2 TIMÓTEO 3.1-17
INTRODUÇÃO Nesta lição faremos algumas considerações a respeito de desafios enfrentados pelos cristãos nos tempos atuais. Em grande medida, esses desafios resultam da necessidade de mantermos firmemente os princípios da ética cristã em meio a uma sociedade que está espiritualmente decaída e moralmente fracassada, e que por isso questiona os valores bíblicos a partir de suas próprias “razões”. Considerando a importância de tudo o que estudamos ao longo deste trimestre, é necessário estarmos prontos tanto para reconhecer e identificar as diferentes formas que esse desafio pode assumir, como também nos equiparmos apropriadamente com as armas da verdade e da justiça a fim de enfrentá-lo e vencê-lo.
I – O DESAFIO DA DEPRAVAÇÃO MORAL DO HOMEM 1) A aversão da natureza humana à lei de Deus. Considerando que a ética cristã trata nada menos que das leis de Deus e de sua aplicação em todos os aspectos da vida, o maior desafio encontrado pelo fiel em viver à luz dos princípios éticos e bíblicos é a natureza humana com que tem de lidar, não apenas no seu relacionamento com o próximo, mas também no seu próprio interior. O homem natural é uma criatura moralmente depravada, que tende a amar aquilo que a lei divina reprova ou proíbe e, mesmo quando inibido por algum escrúpulo, não deixa de fomentar o pecado em sua mente, e de buscar meios para realiza-lo sutilmente, e de justifica-lo e sentir-se menos culpado do que deveria (Rm 8.5, 7-8; Ef 4.17-20). Enfim, o fato é que o homem natural não ama a lei de Deus, e essa aversão da carne só pode ser mitigada pela obra do Espírito Santo, pela graça da salvação. Por um momento, podem até aprovar, louvar aqueles que fazem o bem; em outras ocasiões, demonstrarão uma indiferença ante a excelência daqueles que não são capazes de seguir os mesmos passos; mas, quando pressionados pela sua verdadeira natureza, eles não se sentirão envergonhados de se opor e perseguir aquele que é justo, santo e temente a Deus (1 Pe 4.1-4; Jo 15.19-21; 1 Jo 4.4-6). 2) O conformismo e a hipocrisia religiosa. Por outro lado, aqueles que uma vez foram alcançados pelo evangelho e agora têm Cristo gerado em seus corações, suas mentes inclinadas e bem-dispostas a cumprir a vontade de Deus, também enfrentam o desafio da depravação moral na forma de uma luta mais acirrada em seu interior (Gl 5.17, 24; Mt 26.41). A velha natureza precisa ser continuamente mitigada através de um renovado compromisso com a palavra de Deus e de uma constante revisão de nossos valores, tão facilmente influenciados pela sociedade e por falta de vigilância e oração (Rm 12.1- 3). A negligência neste dever, se não corrigida a tempo, leva ao conformismo ou à “mornidão espiritual” – onde, não tendo força e coragem suficiente para manter firme posição ante as insinuações do mundo, o indivíduo transige, mantendo um compromisso apenas intelectual, mas na prática jamais entrando em situações de confronto, preferindo se curvar sem protestos aos padrões da sociedade decaída (1 Jo 2.14- 16; 5.3-4). Um comportamento transigente, por sua vez, é ainda mais prejudicial para a causa da ética cristã, pois acusa a lei divina de ser pesada ou mesmo indigna de ser cumprida; além de escandalizar tanto os fiéis como os incrédulos pela ambiguidade daqueles que pregam uma coisa e fazem outra (2 Tm 3.5; Mt 18.6-10). Lições da Escola Bíblica Dominical 3º Trimestre de 2021 22
II – O DESAFIO DA DOUTRINAÇÃO MATERIALISTA 1) Os clamores da falsa ciência. Na sua natural oposição à lei de Deus, a sociedade humana busca embasar seus próprios valores em diferentes fontes de conhecimento e através de diferentes métodos de comprovação “científica”. De fato, “ciência” tornou-se sinônimo de verdade para aqueles que não creem na origem divina das Escrituras, e tem sido empunhada como uma arma contra tudo aquilo que não esteja no alcance de seus instrumentos de análise, especialmente visando desbancar os princípios e valores éticos orientados pela palavra de Deus. É necessário estar atento não apenas à educação formal incutida na mente de nossas crianças nas escolas seculares, mas à exposição mais sutil de todos nós a essa doutrinação, ventilada principalmente nos meios de comunicação, e muitas vezes perceptível até mesmo nos temas de nossas conversações (1 Tm 6.20; Pv 22.6; Ef 6.4). 2) Os clamores da falsa religião. Por sua vez, o meio cristão tem sido constantemente invadido por pretensos pregadores e líderes que, ao invés de reforçarem a necessidade de se viver de acordo com a ética cristã, procuram subterfúgios, muitas vezes nas próprias Escrituras, para fugir às demandas da santidade e pureza de uma vida que agrada a Deus (Fp 3.19; 2 Pe 2.1-3, 17-19). Outros ainda, ignorando completamente a prática da piedade cristã, alimentam a cobiça subjacente no coração dos mais fracos, incentivando os fiéis a buscarem seus “sonhos” a todo custo, levando-os a se comprometerem e a amarem mais os seus próprios interesses do que a vontade de Deus – assim enfraquecendo todos os princípios éticos, tornando-os facilmente negociáveis diante da sociedade (Mt 16.24-26).
III – O DESAFIO DO SUBJETIVISMO RELIGIOSO 1) A objetividade da ética cristã. Em razão da acentuada depravação moral da sociedade e do esvaziamento e desvalorização da ética cristã através da massiva doutrinação materialista, o “cristianismo” tende a ser reduzido pelos de fora a um conjunto de emoções e experiências subjetivas, e muitos “cristãos” aceitam essa redução e se alegram com o que lhes resta. Contudo, a ética cristã trata de princípios e valores objetivos e muito bem definidos, que permitem definir este ou aquele comportamento como “certo” ou “errado” aos olhos de Deus. Muito embora a atitude de considerar a ética um conjunto de atos exteriores acabe levando a outro tipo de erro – do legalismo – a verdade é que a vida cristã começa com uma experiência objetiva com Deus, cujo fruto é um caminhar que consciente e visivelmente testifica dessa experiência (1 Pe 1.17-25; Rm 5.1-5; cf. Is 58.13). 2) A Escritura é o fundamento da verdadeira ética cristã. Para ser objetiva, como já estudamos em lição anterior, a ética cristã precisa ser bíblica, baseada na Escritura. Qualquer definição que divague para fora desses termos cairá no relativismo e num subjetivismo cuja aprovação dependerá, em última análise, do homem, e não de Deus. E Deus não dá a Sua honra aos ídolos criados pelo homem – sejam eles estatuetas, sejam comportamentos, sejam palavras e pensamentos (Cl 2.20-23; Mc 7.7).
CONCLUSÃO Para vivermos de acordo com os princípios de uma ética sadia e bíblica, devemos estar cientes de que encontraremos muitos desafios e seremos confrontados e constrangidos de alguma forma a questionar esses valores e abandoná-los. Estejamos preparados para dar testemunho da verdade, e para viver e morrer por ela, pois, numa sociedade onde tudo vai mudando para se acomodar às preferências de cada geração, a ética cristã nos ajuda a definir até onde podemos pisar, seguros de que estamos sobre a Rocha eterna e inabalável, que não deixará nossos pés vacilarem.
PARA USO DO PROFESSOR
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