007-Quando o castigo se torna inevitável - Ezequiel Lição 07[Pr Afonso C...
LIÇÃO 7
QUANDO O CASTIGO SE TORNA INEVITÁVEL
TEXTO ÁUREO: “Filho do homem, escreve o nome deste dia, deste mesmo dia; porque o rei de Babilônia se aproxima de Jerusalém neste mesmo dia” (Ez 24.2)
LEITURA BÍBLICA: EZEQUIEL 21.1-7
INTRODUÇÃO As profecias que estudaremos nesta lição concluem a primeira parte do livro de Ezequiel, cujo tema é o juízo determinado por Deus sobre Jerusalém e Judá. A gravidade tanto dos pecados da nação como do castigo apropriado já haviam sido apontados, as razões divinas já haviam sido declaradas e as contradições do povo, expostas. Embora a oportunidade de arrependimento e perdão jamais se lhes tenham sido recusadas, o coração dos israelitas era um só na rebeldia e indiferença à mensagem do profeta. Restava então apenas esperar o pior, e essa espera estava chegando ao fim, na medida em que os caldeus – os executores do juízo divino – já estavam a caminho de Jerusalém.
I – O TEMPO DA LONGANIMIDADE DIVINA ACABOU (CAPÍTULO 20) As duas únicas referências cronológicas que encontramos para toda esta seção permitem situar o período destas profecias entre os dois anos que restavam até o cerco da cidade ter início (cf. 20.1; 24.1; 2 Rs 25.1-3). Em outras palavras, Nabucodonosor já havia recebido notícias da traição do rei Zedequias e havia resolvido punir severamente Jerusalém, fazendo dos judeus um exemplo para todas as nações. A ocasião desta palavra é, mais uma vez, a disposição hipócrita dos anciãos de Israel em vir até o profeta para ouvir a palavra de Deus – hipócrita porque, como já consideramos em lição anterior, o coração deles e de todo o povo ainda estava aferrado aos ídolos, portanto, não se impressionando com qualquer palavra da parte do Senhor e não demonstrando nenhuma disposição ao arrependimento. Essa rebeldia, porém, não tinha nada de novo. De fato, desde o princípio, Israel viveu em constante rebelião contra Deus e, se não foram castigados antes, não é porque as gerações passadas foram melhores que a atual, e sim porque Deus exerceu a Sua loganimidade, estendida por fatores tais como a promessa feita aos pais, de fazer aquela nação herdar a terra e, através disso, engrandecer o Seu santo nome: “O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante dos olhos das nações”. Mas a longanimidade de Deus não é infinita, embora possa ser grande além da nossa compreensão. Ele é, sim, infinito em misericórdia, porque não há pecado que Ele não possa perdoar, e não há um pecador que, arrependendo-se sinceramente do seu caminho, deixe de encontrar com Deus expiação e perdão para as suas transgressões, por maiores e numerosas que sejam. Mas Ele não espera o pecador nem contém a Sua ira para sempre – todo pecador tem a chance de ser poupado, mas, se não aproveitá-la, não escapará ao castigo (cf. Na 1.3; Ex 34.7; 2 Pe 3.9). Assim, aquela geração chegava a um momento em que a longanimidade de Deus havia se esgotado; não havia mais razão para esperar. Nenhum arrependimento brotaria daqueles corações se o furor divino não fosse derramado sobre aquela geração. O desejo do Senhor de que o homem viva pela justiça, que antes havia soado como um sincero e interessado conselho pelo seu bem estar, agora seria inculcado nos corações endurecidos daquela geração da forma mais severa: “E vos farei passar debaixo da vara e vos farei entrar no vínculo do concerto” (v. 37).
II – O POVO ESTÁ “PREPARADO” PARA O CASTIGO (CAPÍTULOS 21 E 22) O tempo da paciência havia acabado, e o castigo, pronto para ser executado. A figura da espada açacalada (afiada) e desembainhada, cortando em todas as direções, aponta para a punição brutal e avassaladora que seria exercida por Nabucodonosor sobre o povo judeu; não haveria meias medidas, ninguém seria poupado, e o rei não voltaria atrás da sua decisão. Isso deveria retirar remover deles toda esperança de uma mudança no cenário do cerco iminente, não fosse por uma circunstância que surgiria no caminho do rei dos caldeus, e através da qual os rebeldes em Jerusalém poderiam ganhar tempo para, quem sabe, a chegada de algum apoio vindo do Egito, ou mesmo afastar completamente a atenção dos caldeus de Jerusalém. Nabucodonosor também tinha contas a acertar com os amonitas, outro povo vassalo que havia se rebelado contra o seu domínio, mas cuja terra, do outro lado do Jordão, colocaria o rei em um dilema, cuja decisão ele confiaria aos seus deuses. É interessante que os judeus veriam nesse pedido de ajuda a falsos deuses, usando meios expressamente proibidos pelo Senhor Jeová, apenas uma demonstração da religiosidade vã e idolátrica do rei de Babilônia. Contudo, a maldade era muito maior que a superstição deste homem cujo tempo de conhecer ao único e verdadeiro Deus ainda não havia chegado; por isso, o Senhor mesmo asseguraria que os oráculos consultados por Nabucodonosor o orientassem e incentivassem a seguir em direção a Jerusalém. No capítulo seguinte, o Senhor descreve Jerusalém como uma cidade preparada para receber a punição, e que havia até se apressado para isso: “Ai da cidade que derrama o sangue no meio dela, para que venha o seu tempo!” (v. 3). Não se podia esperar arrependimento de um povo que simplesmente não tinha mais uso para os seus profetas. A expressão: “Julgarás, julgarás a cidade sanguinária?”, também dita no começo desta sessão, significa que não havia sentido em o profeta orientar e repreender os seus ouvintes, porque eles não dariam ouvidos. Restava apenas denunciar o pecado do povo e suas terríveis consequências. A comparação seguinte torna ainda mais clara a imagem de que, naquelas circunstâncias, Jerusalém era “caso perdido”, e só restava mesmo ser submetida ao juízo divino: “a casa de Israel se tornou para mim como escória”, restos inúteis de diferentes metais, e que, derretidos sob o calor intenso do forno, se fundem numa única peça, mais fácil de ser descartada. Mas é com grande tristeza que a cidade se afigura de forma tão terrível, pois bem desejou o Senhor encontrar alguém estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim, contrapondo ao papel nocivo dos falsos profetas no meio de Jerusalém, “mas a ninguém achei” (v. 29).
III – A AMARGA EXPERIÊNCIA DO CASTIGO (CAPÍTULO 24) Por ocasião desta palavra, Jerusalém começava a ser sitiada pelos caldeus, e mais de um ano de longo sofrimento se seguiria até a sua queda e destruição. Como última mensagem “encenada” pelo profeta, mas a que com certeza mais lhe doeu pessoalmente, ele deveria representar a angústia e tristeza que se seguiriam à destruição do templo, que para o povo representava a glória da sua fortaleza, o desejo dos seus olhos e o regalo das suas almas, pois de Deus ainda queriam manter os privilégios como nação eleita. Fazendo morrer a esposa do profeta e determinando o modo do seu luto, o Senhor de antemão os avisava que não apenas perderiam algo que representava a sua identidade como povo, mas sequer poderiam lamentar essa perda.
CONCLUSÃO Com o início do cerco da cidade, ficava evidente que o tempo do juízo havia chegado. Agora, restava apenas esperar que esse momento terrível, mas necessário, passasse logo e assim chegasse o tempo da restauração.
PARA USO DO PROFESSOR
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