004-Aqueles que creem são benditos como Abraão - Gálatas Lição 04[Pr Afonso Chaves]20abr2021

 

 

LIÇÃO 4 

AQUELES QUE CREEM SÃO BENDITOS COMO ABRAÃO 

TEXTO ÁUREO: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti”. (Gl 3.8) 

LEITURA BÍBLICA: GÁLATAS 3.1-16 

INTRODUÇÃO Após ter mostrado aos gálatas a legitimidade do seu apostolado e a sua origem divina, nos próximos capítulos Paulo se ocupará mais com a legitimidade da sua mensagem. Seu objetivo é esclarecer que a pregação da fé existia bem antes da lei e que aquele que os judeus têm como pai foi justificado não pelas obras da lei, mas sim pela fé. Por isso não há razão para os gálatas observarem a lei, que sempre foi impotente para salvar. 

I – O ESPÍRITO VEM PELA PREGAÇÃO DA FÉ (VV. 1-5) Uma das maiores promessas de Deus ao Seu povo era o derramamento do Seu Espírito. Isso era necessário porque o povo não conseguia permanecer nos mandamentos de Deus devido à sua natureza pecaminosa, que por várias vezes havia feito com que Deus trouxesse o juízo sobre a nação. Isso é muito claro nas palavras do profeta Ezequiel – tanto a fraqueza do povo quanto a promessa de Deus de derramar do Seu Espirito. Mas também tal promessa se encontra em Isaías, Joel e outros profetas (Ez 36.25-27; 39.29; Jl 2.28, 29). É por isso que Paulo levanta a questão com os gálatas sobre se eles haviam recebido tal promessa pela observação da lei ou pela pregação da fé. A resposta é clara: pela pregação da fé. Porque pela lei nenhum homem pode ser justificado dos seus pecados e, havendo pecado, não há derramamento do Espírito. Agora, Jesus Cristo cumpriu a lei para que todo aquele que n’Ele crer seja justificado e alcance assim a promessa do Espírito (At 2.38; At 13.38, 39). Aquele que está na carne está sob a condenação da lei, porém aquele que alcança o perdão de Deus através de Cristo Jesus recebe o dom do Espírito. No caso, os gálatas se estavam se comportando como insensatos. Haviam ido da carne para o Espírito, já estavam livres, e agora novamente estavam desobedecendo à verdade, dando ouvidos a mentiras e assim voltando à escravidão e tornando a andar na contramão de Deus (Rm 3.20). 

II – AQUELES QUE CREEM SÃO JUSTIFICADOS COMO ABRAÃO (VV. 6-12) Humanamente falando, justificar é comprovar a inocência de alguém, ou então quando o culpado paga pelos seus erros. Teologicamente, quando Deus justifica o homem, não está comprovando sua inocência, mas imputando ao pecador a justiça de alguém – no caso, a justiça de Cristo é imputada ao homem pecador. O mérito, então, não é do homem, mas de Cristo. Para que o homem usufrua deste benefício, ele não precisa pagar, basta apenas crer naquele que justifica o ímpio. Assim como Abraão creu em Deus e foi justificado, todos os que são da fé são filhos de Abraão porque, à semelhança deste, também alcançaram a benção da justificação. E isso Deus mostrou em Abraão, muito antes do estabelecimento da lei, numa previsão de que justificaria os gentios somente pela fé, sem as obras da lei. Desta forma todas as nações, e não apenas Israel, são benditas em Abraão, ou seja, na mesma fé de Abraão. Essa fé é a de que existe um Deus justifica o ímpio. A partir do verso 10 Paulo, apresenta o oposto da fé – ou seja, todos os que estão na lei estão debaixo de maldição. Por conta da natureza carnal do homem, este não consegue por si mesmo guardar todas as determinações da lei, e está escrito que, se transgredir em um só ponto da lei, ele já transgrediu em todos os demais. Dessa forma ele estará sempre em maldição, não porque a lei seja má, mas por conta do próprio homem que está sob o pecado; e é esta razão pela qual Paulo coloca que o homem necessita do favor de Deus para se ver livre da condenação da lei (Tg 2.9, 10; Rm 7.12, 14). 

III – CRISTO É A POSTERIDADE DE ABRAÃO (VV. 13-16) E é exatamente neste ponto que Paulo pretende chegar – apresentar o favor de Deus para com o homem. Cristo cumpriu todos os requisitos da lei para livrar o homem desta obrigação da qual, por si só, ele não conseguiria se livrar, mesmo querendo agradar a Deus. E como existia uma promessa de salvar os gentios, ele não o fez pela lei, mas pelo Seu Filho Jesus Cristo, que é o meio pelo qual a bênção de Abraão chegaria aos gentios. Paulo destaca que o raciocínio deve ser lógico, pois, se entre os homens é estabelecido que, quando um testamento é confirmado, não pode mais haver mudanças, a mesma ideia segue-se em relação às promessas de Deus. Paulo já se antecipa aos argumentos dos judaizantes quanto à lei, que veio depois de Abraão, como sendo um novo estabelecimento de conduta. Contudo, as promessas de Deus já haviam sido estabelecidas (Rm 4.8-13). De repente, os judaizantes também poderiam argumentar que tais promessas foram dadas aos descendentes imediatos de Abraão e que, vindo a lei, aí seria uma nova situação. Porém, Paulo destaca que “posteridade” está no singular, ou seja, refere-se a um; portanto, a promessa transcende todo o período da lei e alcança até Cristo, que é aquele em quem está o cumprimento da promessa (Gn 22.15- 18; Jo 4.22; 14.6). 

CONCLUSÃO Antes que a salvação chegasse até aos gentios, Deus encerrou a todos debaixo de maldição, inclusive os israelitas, para poder com todos usar de misericórdia. O favor de Deus viria pela pregação da fé e, como exemplo do que Deus faria, é tomado Abraão, e não a lei. Desta forma, as bênçãos de Abraão alcançam os gentios não pela observância das obras da lei, mas pela posteridade do patriarca, que é Cristo. Observar as obras da lei é colocar-se novamente debaixo de maldição.

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