003-Paulo, o apóstolo dos gentios - Gálatas Lição 03[Pr Afonso Chaves]13abr2021
LIÇÃO 3
PAULO, O APÓSTOLO DOS GENTIOS
TEXTO ÁUREO: “E subi por uma revelação e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios e particularmente aos que estavam em estima, para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão”. (Gl 2.2)
LEITURA BÍBLICA: GÁLATAS 2.1-21
INTRODUÇÃO No momento em que Paulo recebeu a revelação de Jesus Cristo, ele não subiu a Jerusalém para então aprender daquela escola ou até mesmo ser consagrado por eles para o ministério. Antes, ele foi logo pregando o evangelho entre os gentios conforme a orientação do Senhor que recebera no caminho de Damasco. Por isso o evangelho que pregava não tinha compromisso com as tradições humanas, mas sim em mostrar que a justificação é pela fé em Cristo e não pelas obras da lei.
I – O EVANGELHO ENTRE OS GENTIOS (VV. 1-5) Quando recebeu o chamado do Senhor para o ministério, Paulo não foi até Jerusalém para ser treinado pelos apóstolos, portanto o seu evangelho não tem influência da escola de Jerusalém, no que diz respeito ao aspecto humano da sua formação. Mas, após catorze anos, ele sobe a Jerusalém para se explicar e expor a mensagem que estava pregando entre os gentios. E, na ocasião, leva consigo Tito, que era grego. O fato é colocado para os gálatas a fim de esclarecer que ele não era um apóstolo aventureiro separado da igreja mãe que estava em Jerusalém. Tanto o seu apostolado como a sua mensagem tinham a aprovação daqueles que eram reputados como colunas da igreja. E os apóstolos entenderam o seu chamado e como o evangelho era pregado entre os gentios, tanto que Tito, apesar de ser grego, em momento algum foi constrangido pela igreja de Jerusalém a circuncidar-se. Se a igreja de Jerusalém havia resolvido não impor mais carga sobre os gentios, como alguns judaizantes na Galácia podiam inquietar os irmãos? Estes primeiramente rejeitavam a mensagem para si mesmos e depois rejeitavam aqueles que se convertiam a Cristo. Eles fingiam a conversão e se introduziam entre os irmãos para espiarem a liberdade que estes tinham em Cristo – ou seja, liberdade de servir ao Senhor sem as cargas de uma tradição religiosa vazia. Os judaizantes eram como ladrões e salteadores que não entravam pela porta das ovelhas (Jo 10.1), não alcançaram a graça de Deus e perturbavam aqueles que a tinham alcançado.
II – TRADIÇÕES HUMANAS SÃO FALÍVEIS (VV. 6-14) Infelizmente há muitos que se apegam apenas à aparência e às regras humanas, pois através delas se consegue controlar as pessoas; contudo, Deus não aceita tais coisas. No verso 6, Paulo reafirma que, embora tivesse estado com os apóstolos, estes nada acrescentaram ao seu ministério, que continuava independente de Jerusalém, principalmente no tocante às tradições. E eles não se opuseram a Paulo – ao contrário, aprovaram e reconheceram que era um ministério diferente, assim como o que havia sido confiado da parte de Deus a Pedro. Porque o mesmo que havia operado em Pedro, operava também em Paulo. E a única observação feita pela Igreja de Jerusalém era de que os pobres não fossem esquecidos. A partir do verso 11, vemos que até mesmo Pedro e Barnabé, no que diz respeito às suas tradições, eram repreensíveis, mudando de comportamento e atitudes dependendo do lugar e daqueles com quem estavam. Ou seja, tradições humanas são vulneráveis e não essenciais para a salvação, pois são de homens e não de Deus. Assim, se até os próprios judeus tinham dificuldade em observar a lei, por que impor esse fardo aos gentios? (Mt 15.1-6) Essa dissimulação e fingimento, ou o esforço humano para cumprir preceitos e regras, não demonstram a verdadeira eficácia do evangelho. O verdadeiro evangelho é transformador e não uma simples mudança de atitudes e comportamentos. Tais atitudes mencionadas não estão em conformidade com o verdadeiro evangelho. Uma vez alcançado pelo poder do evangelho, o homem é transformado, e não precisa se esforçar para viver sob regras, correndo o risco de acertar aqui e errar ali. Afinal, em todos os lugares e em todos os momentos, estamos na presença d’Aquele que tem os olhos como chama de fogo.
III – A JUSTIFICAÇÃO É PELA FÉ, NÃO PELAS OBRAS DA LEI (VV. 15-21) A expressão utilizada por Paulo (v. 15) tem o sentido de origem, de natureza racial. E eles eram por natureza judeus, e não pecadores – termo que se refere à natureza dos gentios do ponto de vista judaico. Contudo, mesmo sendo judeus, observadores da lei, eles haviam chegado ao entendimento de que nenhum homem seria justificado diante de Deus pelas obras da lei (Sl. 143.2). Entenderam a necessidade de se crer na obra de Cristo e serem justificados pela fé, e não pela prática das obras da lei. Mas, pelos judaizantes, os gentios eram considerados pecadores por não serem observadores da lei (v. 17). Neste caso é necessário entender que há o pecado no sentido legalista, ou seja, aquele da quebra exterior dos muitos preceitos da lei; e no sentido moral, que é a desobediência consciente e voluntária a Deus, e que traz culpa e condenação. O homem que vive pela fé – embora ainda seja pecador em relação no primeiro sentido – por acaso ainda vive debaixo de culpa e condenação? O que Jesus teria trazido então para o homem – condenação? De maneira nenhuma – antes trouxe paz e comunhão com Deus (Rm 3.28-31; 5.1, 2). No verso 18, diz Paulo que o fato de ele ter abandonado as obras da lei não o constitui um pecador, mas se ele tornasse a edificar aquilo que havia destruído, aí sim se tornaria um transgressor. Dessa forma, a segurança do homem não deveria estar com as obras da lei, mas sim com aquele que, como diz o apóstolo, “me amou e se entregou a si mesmo por mim”.
CONCLUSÃO O evangelho que Paulo pregou entre os gentios não é de forma alguma baseada na justiça do homem, mas totalmente baseada na justiça de Deus. É através deste evangelho que Deus manifesta o seu grande poder para salvar o homem, não pelas obras da lei, mas sim pela fé em Cristo Jesus. E, portanto, para alcançar a salvação devemos nos identificar, não com as obras humanas, mas sim com a cruz de Cristo. Do contrário, Cristo teria morrido em vão...
PARA USO DO PROFESSOR
Comentários
Postar um comentário