011-A visão do Homem vestido de linho - Daniel Lição 11 [Pr Afonso Chaves]09jun2020


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LIÇÃO 11 
A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO 

TEXTO ÁUREO: 
“Fiquei, pois, eu só e vi esta grande visão, e não ficou força em mim; e transmudou-se em mim a minha formosura em desmaio, e não retive força alguma” (Dn 10.8). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 10.1-9 

INTRODUÇÃO 
Os capítulos 10 a 12 do livro de Daniel relatam uma última e complexa visão, onde são revelados vários detalhes sobre acontecimentos a se realizarem no fim dos tempos. 
Na lição de hoje vamos nos limitar ao estudo do capítulo 10, onde temos uma introdução a essas revelações e onde é apresentado, com grande destaque, um ser celestial cuja atuação será decisiva na consumação desses eventos escatológicos, e que é chamado de Miguel, príncipe do povo de Deus. 

I – O JEJUM DE DANIEL (VV. 1-3) 
Este capítulo começa de um modo semelhante ao anterior, descrevendo Daniel em uma atitude de contrição e busca ao Senhor Deus, mas sem apontar o propósito que o levou a isto. 
Aproximadamente quatro anos haviam se passado desde a revelação acerca das setenta semanas; Ciro, o persa, já governava e os judeus já haviam recebido permissão para voltar a Jerusalém e reconstruir o templo. 
De fato, a reconstrução estava em andamento, sob a direção de Zorobabel e Josué (sumo sacerdote), mas sob a importunação dos adversários do povo de Deus (cf. Esdras, capítulos 1 a 4). 
Como o próprio Senhor já havia dito, a restauração plena não seria imediata, e os tempos a frente seriam trabalhosos para o Seu povo. 
Consciente de que o pequeno alívio proporcionado pela volta dos judeus à sua terra não era pretexto para folgar, mas incentivo para buscar ainda mais a Deus, o profeta persevera em seu propósito de clamar pela salvação de Israel. 
Portanto, era oportuno se aplicar ao jejum, tendo em vista as muitas dificuldades pelas quais o povo de Deus ainda passaria, e as expectativas do profeta acerca “de uma guerra prolongada”. 
Aqui podemos observar que, conforme a prática do profeta (e dos judeus em geral naquele tempo), o ato de jejuar é uma forma de externar uma disposição interior do coração – no caso, tristeza ou contrição – através da abstinência de alimentos, particularmente aqueles que, além da subsistência do corpo, trazem maior sensação prazer pela saciedade (como carne e vinho, naquele tempo); e mesmo de adornos e cuidados com o corpo que tragam ao próprio indivíduo satisfação com a sua aparência (como ungir-se com unguento). 
Lembremos que jejuar continua sendo uma prática recomendada pela piedade cristã (cf. Mt 4.1-2; Mc 2.19-20; 9.29; At 13.2-3), mas, por envolver uma atitude exterior, é preciso ter cuidado com a hipocrisia e a vanglória (Mt 6.16-18; Lc 18.12). 

II – A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO (VV. 4-9) 
Daniel passa a descrever a visão que ele teve enquanto estava às margens do rio Hidequel (o mesmo que Tigre); e a visão começa de um modo um tanto diferente das anteriores. 
Ao invés de ter uma visão (seja de olhos abertos ou fechados) dos acontecimentos futuros através de formas simbólicas, o profeta aqui contempla alguém tão real e que estava tão presente que não somente ele, mas os próprios que o acompanhavam, mesmo não podendo ver o que Daniel via, também foram dominados de espanto e temor pela gravidade daquela presença. 
Eis que ali estava um homem de traje e aparência majestosa e divina, inigualável a qualquer outro ser já visto; alguém cuja contemplação trouxe ao profeta aquele senso da grandeza divina e da pequenez humana que abate completamente a todos os que já tiveram a experiência de contemplar a glória de Deus: “não ficou força em mim; e transmudou-se em mim a minha formosura em desmaio, e não retive força alguma” (Ez 1.28; Ap 1.17). 
A descrição deste homem é muito semelhante à daquele que João também viu, séculos depois, na ilha de Patmos, e por isso muitos afirmam que aqui Daniel teria visto o próprio Messias, o Senhor Jesus, em uma manifestação anterior à Sua encarnação. 
É verdade que as diversas manifestações angelicais do passado, por revelarem aspectos da natureza e do caráter divino no Seu trato com os homens, eram tipos de Cristo – a expressão mais plena e clara de Deus; e que todos os profetas – e, portanto, anjos – enviados para falar ao povo atuaram sob a influência do Espírito de Deus, que também é o Espírito de Cristo (1 Pe 1.11-12). 
Mas não podemos deixar de notar que o Filho de Deus, embora profetizado, nunca falou diretamente aos Seus servos na antiga dispensação, permanecendo oculto no seio do Pai até à dispensação da plenitude dos tempos (1 Pe 1.20; Hb 1.1). 
E, mesmo no caso de Apocalipse, sabemos que Jesus enviou o Seu anjo para comunicar toda a revelação a João, e que o próprio apóstolo não afirma com certeza que aquele ser glorioso que ele viu a princípio era o próprio Senhor, mas “um semelhante ao Filho do homem” (Ap 1.13). 
Fiquemos então com a idéia de que aqui Daniel está diante de um anjo que, em função da sua glória e papel na história da salvação, é um tipo de Cristo. 

III – DANIEL É CONFORTADO PELO ANJO (VV. 10-21) 
Abatido e paralisado por essa manifestação divina, o profeta é reanimado e instruído por um segundo homem (ou anjo) que aparece mais próximo dele (talvez o mesmo que aparece nas visões anteriores?). 
Esse anjo assumirá a narrativa descrevendo a revelação praticamente até o final do livro. Ciente de que ambos estavam ali por causa dele, o profeta é tomado de temor – uma reação própria de um coração que não confia em si mesmo e, confrontado com a santidade divina, só consegue se ver digno de punição; mas logo é confortado: “Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras”. 
A presença gloriosa daquele primeiro anjo representava algo completamente diferente e novo, cuja razão ele não compreenderia até que lhe fosse explicada. 
O segundo anjo havia sido enviado a Daniel, como em outras vezes, em resposta às suas orações, na atenção e cuidado de Deus com aqueles que se importam e anelam por compreender os Seus desígnios. 
Mas, desta vez, o mensageiro divino havia encontrado uma espécie de resistência ao cumprimento da sua missão. “Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias”. A referência deve ser entendida espiritualmente, pois se trata de alguém se opondo a um anjo. 
Não foi, portanto, o rei Ciro, mas sim principados ou potestades (aqui identificados com a Pérsia) que não queriam que a resposta de Deus chegasse ao Seu servo. Notemos que essa oposição durou exatamente o mesmo tempo do jejum de Daniel: “vinte e um dias” e só foi derrubada quando, conforme relata o anjo, “Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me”. 
O primeiro anjo ali presente é então este Miguel, um ser celestial de grande poder e majestade, capaz de confrontar e fazer calar todas as forças opositoras, inclusive Satanás (cf. Jd 9; Ap 12.7-9), atuando com um poder e majestade que, de acordo com sua alta posição na hierarquia divina (ele é um dos primeiros príncipes), manifestam ainda mais claramente aqu’Ele que o enviou (daí o seu nome: “Quem é como Deus?”). 
Havia, então, um conflito espiritual sendo travado entre as forças espirituais que estavam acima dos acontecimentos terrenos; e a visão tornava isto patente a Daniel, além de mostrar que Deus é todo-poderoso e ninguém pode resistir à Sua vontade, podendo dispor de todas as forças necessárias para fazê-la cumprir. 

CONCLUSÃO 
Esta visão nos traz a segurança de que Deus está acima de todas as forças que se opõem ao Seu povo e Ele não permitirá que nenhuma delas atue além do tempo e do que Ele mesmo tem determinado, de modo que a Sua vontade sempre prevalecerá.

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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