010-A revelação das Setenta Semanas - Daniel Lição 10[Pr Afonso Chaves]02jun2020
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LIÇÃO 10
A REVELAÇÃO DAS SETENTA SEMANAS
TEXTO ÁUREO:
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos” (Dn 9.24). LEITURA BÍBLICA: DANIEL 9.20-27
INTRODUÇÃO
Na sequência das visões registradas por Daniel na parte final de seu livro, estudaremos nesta lição aquela que trata das setenta semanas.
Esta é uma revelação de grande importância nos estudos escatológicos, pois contém a chave para a compreensão de acontecimentos que abrangem um longo período de tempo – de fato, se estendem até a consumação do mundo.
Além disso, a passagem contém preciosas lições sobre o tratar de Deus com o Seu povo, além de apontar uma conhecida descrição do caráter de Daniel, que muito nos fala sobre como Deus considera os Seus servos fieis.
I – A ORAÇÃO DE DANIEL (VV. 1-19)
Daniel teve esta visão no princípio do império medo-persa, quando mal havia feito um ano desde que Dario, da linhagem dos medos, havia subido ao trono.
A queda do império babilônico e a sucessão dos medos e persas poderiam ter despertado o profeta a buscar compreender esses eventos à luz da revelação divina e alguma possível relação com o cativeiro do seu povo.
Por ser um homem de estudos e por ter acesso aos livros das Escrituras, inclusive o de Jeremias (que havia sido seu contemporâneo), Daniel certamente já conhecia a profecia acerca dos setenta anos.
Parece então que aqui ele fala mais de um despertamento quanto à proximidade do fim do cativeiro, do que da descoberta de um tempo que ele nunca havia notado em suas leituras.
Despertado por esta palavra, ele então se dirige ao Senhor Deus em “oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza”.
Mas sua motivação não era uma simples euforia devida à compreensão de que o cativeiro do seu povo estava perto de acabar; mas ele sabia que o castigo não chegaria ao fim sem que antes produzisse o seu verdadeiro fruto: confissão do pecado, arrependimento e conversão, e finalmente, a súplica pela restauração.
Assim, falando como que em nome de toda a nação, Daniel começa reconhecendo que toda aquela tragédia poderia ter sido evitada, pois Deus esteve sempre pronto a perdoa-los e fazer cumprir os bons termos do Seu concerto com Israel; mas, ao invés de poupá-los, Ele teve de tratá-los com justiça, pois eles não apenas se haviam feito culpados, mas rejeitaram todos os apelos e ofertas de perdão (vv. 4-14; cf. Ex 20.5-6; Dt 28.1-2, 15, 36, 45; Jr 35.15, etc.).
Então o profeta passa a suplicar a misericórdia do Senhor, considerando o propósito grandioso de Deus para com Israel desde o princípio, anunciado na forma poderosa como Ele os tirou da terra do Egito (compare com Dt 9.26); e considerando ainda o quanto o povo já havia sofrido, a ponto de se tornar um “opróbrio para todos os que estão em redor de nós”; e confiando que, atentando Deus para tamanha desolação, certamente Ele se comoveria e apartaria Sua fúria, não porque o povo não a merecesse, mas porque muitas são as Suas misericórdias.
II – A RESPOSTA DE DEUS (VV. 20-24)
Esta passagem representa um maravilhoso testemunho de como Deus atenta para a oração dos Seus servos e não deixa sem resposta aqueles que O buscam com sinceridade e propósito.
Mais uma vez, é o anjo Gabriel que aparece intermediando na interpretação do que Deus tem a dizer ao Seu servo, pois a resposta às suplicas de Daniel vem mais uma vez na forma de uma visão. “Agora saí para fazer-te entender o sentido” indica que a maior preocupação de Deus com aqueles que lhe são mui amados é que, quando estamos em aflição, antes de dar uma solução imediata aos nossos problemas, Ele quer que “entendamos o sentido” das coisas que estão acontecendo.
Por isso, o que o profeta aqui recebe não é apenas uma palavra quanto ao fim da aflição do cativeiro, mas ainda de aflições futuras que se abateriam sobre o Seu povo – o povo santo – até a consumação de todas as coisas.
O enunciado da visão: “Setenta semanas estão determinada sobre o teu povo” aponta para o que acabamos de dizer, por sua relação numérica com o “número de anos de que falou o profeta Jeremias”.
Contudo, agora não são mais setenta anos, mas setenta semanas é o tempo em que se cumprirão os propósitos de Deus quanto à restauração e glorificação do Seu povo.
Se os setenta anos do cativeiro podem ser computados literalmente à luz da cronologia bíblica e secular; as setenta semanas, por sua vez, não seguem esse critério.
Vemos nos versos seguintes que é o próprio anjo quem apresenta os eventos que marcam o avanço na contagem desse período e, quando buscados na cronologia, as datas não correspondem com o transcorrer das semanas, seja qual for o método adotado.
Mas, uma vez que semana (sete dias) representa um período completo (como vemos na conclusão da obra de Deus na criação), podemos dizer que setenta semanas representa o período completo da obra de Deus neste mundo, que se concluirá na salvação eterna do Seu povo.
III – A INTERPRETAÇÃO DAS SETENTA SEMANAS (VV. 25-27)
Seguindo então a infalível interpretação divina, as setenta semanas começam a transcorrer exatamente quando termina o cativeiro – ou seja, a partir do momento em que Ciro, o persa, dá ordem aos judeus para que retornem a Judá e reconstruam o templo em Jerusalém: “desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar Jerusalém” (cf. Ed 1.1-4).
A partir deste primeiro evento, a contagem do tempo divino avança sessenta e nove semanas até o próximo marco, que é a vinda de Jesus a este mundo: “até ao Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas”.
Notemos ainda que a restauração da cidade e do templo (representando a restauração do próprio povo), e todo o período posterior até a vinda do Messias, seria “em tempos angustiosos” – uma característica inegável da história judaica antes de Cristo.
A interpretação prossegue, e agora é dito que, após as sessenta e nove semanas – isto é, dentro da septuagésima e última semana – o Messias seria tirado e “o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário”.
Aqui temos dois eventos distintos, separados por algumas décadas, mas interligados quanto ao seu significado nos desígnios divinos: o primeiro se refere à morte, sepultamento e ressurreição do Senhor Jesus, após ser rejeitado pelo Seu povo; e o segundo à destruição da cidade de Jerusalém e do templo pelos romanos (o povo do príncipe) – destruição essa que representa o juízo de Deus pela rejeição que os judeus fizeram do Messias e como sinal de que a sua posição como povo de Deus lhes havia sido tirada (cf. Mt 21.42-44; 23.34-39; 24.1-2; Lc 21.20-24).
Anuncia ainda que até ao fim haverá guerra, “estão determinadas assolações”. Esses eventos são retomados no último verso, mas sob uma luz diferente: o mesmo Messias que é tirado antes também firmará um concerto com muitos por uma semana – pois, vindo a este mundo, Jesus chamou muitos a Si nos termos do concerto da salvação, e depois o confirmou perpetuamente (por uma semana divina) através do Seu sacrifício na cruz (Mt 26.27-28; Hb 8.10-13).
Ao mesmo tempo, Ele tornou obsoletos os sacrifícios que se ofereciam segundo a lei mosaica no templo (Hb 10.9-14), isto ocorrendo na metade da última semana.
A partir daí, e até a consumação, fala-se ainda de uma especial aflição para o povo santo, pois agora o assolador (as forças que se opoem a Deus) vem “na asa das abominações”, ou seja, na forma de expressa afronta à santidade divina, o que afligirá grandemente o povo de Deus até que venha o seu fim (cf. Dn 7.21, 25; 8.10-11, 25).
CONCLUSÃO
Muitas são as aflições do povo de Deus neste mundo, mas o Senhor nos livrará de todas e cumprirá em nós o Seu propósito de nos tornar um povo eternamente santo para o Seu louvor e glória.
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira
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