001-A Criação dos Céus e da Terra- Gênesis Lição 01[Pr Denilson Lemes]05out2025
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LIÇÃO 1
A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA
TEXTO ÁUREO: “Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados” (Gênesis 2.1)
LEITURA BÍBLICA: GÊNESIS 1.1-31
INTRODUÇÃO Os capítulos 1 a 11 de Gênesis constituem reconhecidamente uma seção distinta do restante deste primeiro livro da Bíblia, pois nela encontramos as origens dos céus e da terra, do homem, do pecado, da promessa de redenção, do culto divino, das nações e, finalmente, de um povo eleito por Deus para ser testemunha da Sua glória. Consequentemente, nestes primeiros capítulos encontramos também os elementos das doutrinas mais importantes da Bíblia, de modo que, se não compreendermos aquilo que o relato das origens nos ensina, jamais entenderemos o escopo e o progresso da revelação divina no seu todo.
I – O PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO (1.1-5) Embora, de um ponto de vista teológico, poderíamos falar sobre a existência de Deus e os Seus atos e decretos na eternidade, antes da criação do mundo; como nosso tema é Gênesis, devemos começar onde a narrativa bíblica começa, a saber, no princípio. Aprouve a Deus revelar aos homens, num primeiro momento, a verdade sobre aquilo que eles podem ver e ouvir, para depois, gradualmente, desvendar aquilo que está além dos seus sentidos. Assim, o que importa saber antes de tudo é que Deus criou todas as coisas e, a partir da criação, podemos determinar Sua existência, natureza e caráter, bem como Seu propósito para nós (Hb 11.3, 6; Rm 1.19-20; At 17.24-25). Naturalmente, princípio aqui não diz respeito a Deus, mas sim ao que foi criado. Deus é eterno, não tem começo nem fim e, portanto, não está sujeito ao tempo, que é uma característica das coisas criadas; de modo que, antes do tempo, Deus já existia com o seu Verbo (Sl 90.2; Jo 1.1-3; Cl 1.17). Por outro lado, isto significa que a matéria não é eterna e, portanto, Deus criou a partir do nada – embora não necessariamente todas as coisas, mas aquilo que, num primeiro momento, era apenas uma massa bruta, como nos informa a Escritura: “A terra era sem forma e vazia, e havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. De fato, estava tudo ali – a terra, o espaço, as águas – mas de tal modo indefinido e inadequado ao propósito de Deus que era necessário dar forma àquela matéria original – como o oleiro dá forma ao barro – até que tudo estivesse do agrado do Criador (Gn 1.31; 2.1; cf. Is 45.18). Além disso, embora pudesse ter criado todas as coisas do nada e de imediato, o Senhor Deus trabalhou como um artista, ou artesão, executando a criação dos céus e da terra, e de tudo o que neles há, por etapas, até completar esta obra prima que testemunharia a Sua glória e sabedoria (Sl 19.1; Pv 3.19). Assim, após ter criado do nada a matéria primordial, o primeiro ato de Deus foi trazer à existência, ou fazer aparecer a luz em meio à escuridão, separando uma da outra. Sendo uma característica da matéria ainda não aperfeiçoada, a escuridão não atendia ao propósito de Deus para as Suas criaturas – especialmente o homem – pois ela encobre as coisas, engana e faz errar; ao passo que a luz é boa porque revela as coisas tais como são, permitindo compreendê-las e julgá-las de acordo com a verdade. Daí podemos entender por que Deus é comparado à luz e por que ser alcançado pela Sua graça, ou viver de acordo com ela, é como ter ou estar na luz (Jo 1.5; 8.12; 1 Jo 1.5-7; 2.9-10; cf. 2 Co 4.6).
II – A SEPARAÇÃO DOS CÉUS, DA TERRA E DO MAR (1.6-10) A expressão “e foi a tarde e a manhã”, empregada ao término de cada etapa ou dia da criação, assinala não apenas o transcurso do tempo pela sucessão de noite e dia, mas também o aprimoramento constante de tudo aquilo que ia sendo criado, na medida em que tarde corresponde à escuridão (imperfeição) e manhã, à luz (perfeição). Percebemos ainda que, enquanto os três primeiros dias da criação são dedicados à separação da luz e das trevas, dos céus e da terra, da terra seca e dos mares; nos quatro dias finais, o Criador como que adorna e povoa esses ambientes com os seus exércitos. É como se Deus tivesse primeiro formado os cômodos de uma grande casa para depois mobiliá-los e enchê-los de moradores. Assim, no segundo dia, Deus separou os céus da terra, formando uma expansão entre águas e águas. Lembremos que a terra ainda era uma massa indistinta das águas que a cobriam; Deus ordenou então que se fizesse um espaço nessa massa líquida, de modo que parte dela ficasse dispersa além da terra, até os confins do universo. Observemos que aqui se trata dos céus da criação visível, isto é, tanto o sideral como o atmosférico; e não o mundo espiritual, a habitação de Deus e dos anjos que, por estar muito além desta criação, é chamado também, figuradamente, de céus, céus dos céus, ou terceiro céu (Sl 113.4-6; 2 Co 12.1-4). Segue-se o terceiro dia, quando então Deus se voltou para aquela massa líquida de que consistia o planeta e ordenou às águas que ficaram debaixo da expansão que se acumulassem, a fim de que aparecesse a porção seca. Com isto, o Criador estabeleceu uma habitação firme e segura para o homem, impondo limites às águas para que não cobrissem a superfície da terra (2 Pe 3.5-6; Jr 5.22; Jó 38.4-11).
III – A FORMAÇÃO DOS ASTROS, DOS VEGETAIS E DOS SERES VIVENTES (1.11-31) Tendo definido os limites dos céus, da terra e dos mares, o Todo-poderoso passa a prepará-los para comportarem e servirem às formas de vida com que os povoaria. Ainda no terceiro dia, após fazer emergir a porção seca da terra, Deus como que a semeou com diferentes espécies de vegetação, as quais, embora ainda não tivessem brotado e florescido, seriam capazes de se reproduzir e multiplicar-se sobre a terra, servindo de alimento aos seres viventes (cf. Gn 1.29-30; 2.5). No quarto dia, Deus formou os luminares, a saber, o sol, a lua e as estrelas, na expansão dos céus, a fim de que, através da sua luz, servissem como demarcadores naturais da passagem do tempo, assim como simbolizassem realidades espirituais (cf. Dn 12.3; Ml 4.2). No quinto dia, Deus criou os primeiros seres de alma vivente – isto é, criaturas cuja existência não depende apenas de circunstâncias físicas, como água, luz solar e nutrientes (como a vida vegetal); mas também de um espírito, ou sopro vital, que não lhes é inerente, mas que provém de Deus, e que volta para Deus (cf. Sl 104.29; Jó 14.7-10). No sexto dia, após ter povoado as águas e a face dos céus, é a vez da terra seca, da qual o Criador então formou numerosas espécies de animais que estariam mais próximos ao homem – gado, répteis e feras. E, finalmente, ainda neste dia, o Senhor arremata Sua obra com a formação do primeiro casal humano. “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” é uma expressão que indica o conselho de Deus com o seu Verbo de honrar o homem sobre as demais criaturas, pois, embora todas as coisas sejam obra das Suas mãos, somente o homem foi feito à imagem de Deus (Cl 1.15-17; cf. Gn 9.5-6). Significa então que o homem foi criado para ser como Deus, e representar o Criador na sua relação com os outros seres, exercendo um domínio (ou mordomia) caracterizado por qualidades divinas tais como santidade, justiça, bondade e verdade, para a glória de Deus (Ef 4.22-24; Cl 3.9-10; cf. Sl 8.3-8). Assim, o sexto dia se encerra com a nota de que tudo era muito bom aos olhos de Deus, pois nada do que fora criado O desagradava e, nesta condição, tudo estava completo e perfeito para que todos os seres cumprissem o propósito para o qual foram criados (Gn 1.31-2.1; cf. Ec 7.29).
CONCLUSÃO Considerando que a narrativa da criação resume em poucos versos uma quantidade inumerável e incompreensível para nós de processos envolvendo a criação de todas as coisas, a Escritura é muito clara e objetiva em estabelecer que tudo foi criado por Deus de acordo com uma ordem, propósito e sabedoria maravilhosa, a fim de que reconheçamos a Sua bondade para conosco, porque pela Sua vontade existimos, e fomos criados.
PARA USO DO PROFESSOR
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