003-Lamento e reprovação à desobediência - Jeremias 03[Pr Afonso Chaves]16jan2024
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LIÇÃO 3
LAMENTO E REPROVAÇÃO À DESOBEDIÊNCIA
TEXTO ÁUREO: “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (Jr 9.23-24)
LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 9.1-14
INTRODUÇÃO Depois de considerar a rebeldia do povo de Judá e o terrível castigo que se abateria sobre a nação, e que de nada adiantaria invocar o nome do Senhor, se não houvesse sincero arrependimento; o profeta apresenta novas razões para temer o pior que estava por vir, pois os pecados de Judá eram grandes e não podiam ficar impunes. Veremos que a consideração desses pecados despertava em Jeremias um profundo sentimento de empatia e compunção pelo povo, mas ao mesmo tempo o horrorizava e fortalecia em seu coração o desejo de que Deus manifestasse logo a Sua justiça.
I – A SABEDORIA ESTÁ EM CONHECER O SENHOR E OS SEUS CAMINHOS Embora acreditassem que, por terem o templo de Deus entre eles, ao mesmo tempo em que ofereciam incenso à rainha dos céus e passavam seus filhos pelo fogo no vale de Hinom, praticamente às portas de Jerusalém, nutrindo assim uma falsa e ímpia esperança de proteção contra qualquer mal que pudesse se abater sobre eles; o Senhor já havia dito que a terra seria assolada, e todos os lugares que consideravam sagrados seriam profanados (8.1-3). Mas neste capítulo oito queremos chamar a atenção para a tristeza e decepção expressas pelo profeta – num reflexo do próprio desapontamento de Deus pela condição decaída do Seu povo. A contínua apostasia de Judá refletia uma ignorância, uma falta de sabedoria inexplicável, inferior até mesmo ao comportamento instintivo mais básico dos animais: “Cairão os homens e não se tornarão a levantar? Desviar-se-ão e não voltarão?” (8.4-7; cf. Is 1.3; Sl 49.20). Como podia ser este um povo especial dentre todas as nações, a propriedade peculiar do Senhor, que se gloriava em ter a Lei como guia, quando até os mais entendidos entre eles se entregavam às paixões mais vis dentre as nações, e não se envergonhavam de cometer as maiores abominações; e ainda insistiam acreditar e proclamar a paz na desobediência? (8.8-15). A lamentação que significa fraqueza, mas revela uma grave reflexão sobre a situação desesperada de Jerusalém e Judá; ao invés de ele mesmo criar falsas expectativas, Jeremias é realista e não vê motivos para se consolar, ou esperar uma melhora na situação do povo. Usando os argumentos que os pecadores apresentavam para justificar sua falsa segurança (e respondendo também aos que já haviam sido levados em cativeiro), o profeta reafirma que seria em vão esperar que o Senhor protegesse Sua morada (Jerusalém), quando o povo havia introduzido falsos ídolos ali; seria inútil contar com as virtudes e bênçãos proverbiais da terra da promessa, quando eles se haviam feito incuráveis pela sua impenitência, e desprezado toda oportunidade de salvação (8.18-22). O que restava então era chorar pelos mortos, que certamente seriam numerosos, mas até mesmo o profeta se via em dificuldade para isto, pois estava no meio de um povo impenitente que, ao invés de se juntar a ele na sua lamentação e pranto, preferia se deleitar e festejar no pecado (9.1-3, 4-6). Seu desejo, portanto, era se isolar daquele povo, porventura indo às terras já assoladas pelo castigo de Deus, e esperar que, numa situação onde nada mais pudesse mudar a sentença de juízo, alguém reconhecesse a justiça de Deus por ter assolado a terra (9.10, 13-14, 23-24).
II – JUDÁ TROCOU O SENHOR PELOS ÍDOLOS E QUEBROU A ALIANÇA Aqui o Senhor mostra como o povo de Judá se havia feito incircunciso entregando-se às vaidades e superstições das nações vizinhas, que não conheciam ao Deus vivo que criou os céus e a terra, mas serviam aos ídolos fabricados por suas próprias mãos. Quando chegasse o tempo da visitação sobre as nações, os ídolos se mostrariam inúteis e incapazes de livrá-las, mas o Senhor seria exaltado pelos Seus juízos (10.1-15). E, ao fazer esta denúncia contra os deuses das nações, vemos aqui, ao mesmo tempo que a esperança de uma destruição não completa, uma não menos terrível declaração da gravidade do pecado cometido por Judá, pois o mal vindo do Norte para destruir as nações assolaria todas as suas cidades (10.20-23). Ao que o profeta clama ao Senhor para que castigue o Seu povo com medida, deixando o derramar completo da Sua ira para as nações que não O conhecem nem entendem os Seus caminhos (10.24-25). Uma segunda palavra dirigida a Israel (Judá) chama a atenção de Jeremias para o fato de que, havendo firmado um concerto com os pais, estes foram infiéis ao seu juramento, e não deram ouvidos à voz do Senhor, mas não escaparam ao castigo divino, conforme estabelecido nas próprias palavras do Concerto (11.2-5). O profeta agora é ordenado a lembrar aos seus conterrâneos o teor destas palavras, e o destino dos seus pais desobedientes, e a denunciar a conjuração, isto é, o esquema de traição em que o povo de Judá havia se envolvido, ao se voltarem para os ídolos das nações e quebrantarem o concerto de Deus (11.6-13), o que justificava o terrível castigo que estava prestes a acomete-los, e do qual não escapariam, pois, embora fossem amados por Deus, e plantados para produzir fruto, haviam se desviado de tal forma que seriam como que incendiados (11.15-17).
III – A CONSPIRAÇÃO CONTRA O PROFETA Jeremias então é informado pelo próprio Deus de uma conspiração contra a sua pessoa, em razão das duras palavras que estava anunciando ao povo, mas o que lhe causa maior consternação é saber que os que desejavam mata-lo eram seus próprios conterrâneos, moradores de Anatote (11.18-23). Isto desperta a indignação do profeta, que não somente clama pelo castigo contra os seus conspiradores – o que o Senhor confirma que fará quando da visitação de Judá e Jerusalém – mas também questiona até quando terá de suportá-los prosperando em seus caminhos e na sua oposição à palavra do Senhor (12.1-2). O profeta estava seguro da sua inocência e sinceridade para com Deus; por certo, era acusado de desejar o mal do seu povo, e a origem divina das suas palavras era questionada no sentido de que não se cumpririam, e ele não veria o fim deles (12.3-5). Mas a resposta do Senhor a Jeremias é que, se isto lhe parecia difícil de suportar por muito tempo, o que ele faria se soubesse que seu próprio pai e irmãos estavam entre os que o aborreciam pelo seu ministério profético, dissimulando seu descontentamento com palavras boas que diziam na presença do profeta? Pois era exatamente este o caso – os da própria família de Jeremias tornando-se seus inimigos, e assim o profeta sendo orientado a não confiar nos homens, pois deles receberia apenas oposição e sofrimento (12.6; Mt 5.11-12; 10.36; 24.9; cf. Mq 7.5).
CONCLUSÃO Nesta lição aprendemos que nada podemos esperar dos homens, pois, se o pecado não os impede de trair e abandonar o próprio Deus, que só deseja o seu bem e a sua salvação, que constrangimento terão em perseguir aqueles que denunciam os seus caminhos perversos? Esperemos apenas no Senhor, que é aqu’Ele que pode salvar e que, na ira, pode se lembrar da misericórdia.
PARA USO DO PROFESSOR
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