012-O Verdadeiro sacrifício para Deus - Salmos Lição 12[Pr Denilson Lemes]14mar2023
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LIÇÃO 12
O VERDADEIRO SACRIFÍCIO PARA DEUS
TEXTO ÁUREO: “Oferece a Deus sacrifício de louvor, e paga ao Altíssimo os teus votos. E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.” (Salmo 50.14-15)
LEITURA BÍBLICA: SALMO 50.1-23
INTRODUÇÃO Na lição de hoje ainda nos deteremos sobre outro salmo didático, procurando extrair importantes lições para aplicação em nosso caminhar diante de Deus. Desta vez, no salmo 50, veremos como o poeta sagrado vislumbra a natureza da verdadeira adoração ao Senhor em um tempo onde ainda prevaleciam as figuras e sombras do reino dos céus. Ao mesmo tempo em que repreende a atitude daqueles que, julgando que o Senhor olhava apenas para a aparência do culto exterior, não atentando para os seus corações cheios de malícia e violência; o salmista também aponta o caráter simbólico e limitado da liturgia, bem como explica que a verdadeira adoração que propicia a Deus, garantindo acesso à Sua presença, consiste numa confissão sincera demonstrada por um coração reto.
I – DEUS JULGARÁ O SEU POVO (VV. 1-6) O salmo que ora estudamos, especialmente nestes primeiros versos, nos faz lembrar a inquietação do salmista quanto à presente condição do ímpio no meio do povo de Deus, alheio a qualquer julgamento divino – inquietação para a qual de imediato ele encontra alívio e consolação na certeza de que o ímpio não entrará no verdadeiro tabernáculo, mas somente aquele que pratica a justiça. Aqui, o escritor inspirado contempla a realidade espiritual por trás da presente condição, em que justos e ímpios convivem aparentemente sem qualquer diferença, ou onde os primeiros padecem enquanto os últimos prosperam; mas ele olha para um dia de juízo, quando “o Deus poderoso, o Senhor, falou e chamou a terra”, e no qual não há mais silêncio quanto à injustiça: “Virá o nosso Deus”. Aqui, o salmista confessa sua esperança em um juízo universal, no qual é convocado todo o povo da terra “desde o nascimento do sol até o seu ocaso”; e eterno, onde as obras do ímpio serão expostas por aquilo que realmente são e então condenadas, consumidas, pois Deus “não se calará” e, “adiante dele, um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor dele”. Contudo, no presente contexto, o que mais interessa ao salmista é o fato de que Deus convocará toda a terra para, primeiramente, julgar o Seu povo. Certamente, os povos que não conhecem ao Senhor, embora não sejam como Sião, a “perfeição da formosura”, que recebeu o privilégio de entrar em concerto com Deus e conhecer as maravilhas da Sua lei, serão julgados de acordo com a medida de luz que possuem, seja ela a mais simples noção da verdade impressa em suas consciências, até o testemunho do evangelho do reino (Is 2.2-3; Rm 2.12-16). Mas aqui nossa atenção é direcionada ao problema do ímpio no meio dos justos, e à solução deste “problema” quando o Senhor vier para julgar o Seu povo, os céus e a terra servindo de testemunhas desse juízo: “Chamará os céus, do alto, e a terra, para julgar o seu povo” (cf. Dt 30.19-20). Que será um dia de destruição inescapável para aqueles que praticam a injustiça, a linguagem dos primeiros versos já deixa transparecer; contudo, para que não nos exasperemos com o terror desse dia, o salmista o descreve também como um dia de reunião dos santos de Deus, para a justiça deles, até então desprezada pelos homens, seja proclamada até nos céus – pois nada escapa ao escrutínio de Deus. Consideremos ainda o ponto que será desenvolvido nos próximos versos, onde o justo, o santo, é distinguido por ter feito com Deus um concerto com sacrifícios – o que faz dele não apenas um membro do povo eleito, mas alguém que fazia do rito dos sacrifícios uma expressão exterior do seu compromisso pessoal com Deus, que a um nível mais elevado se manifestava na sinceridade e no quebrantamento.
II – OS FIÉIS SÃO INSTRUÍDOS NA VERDADEIRA ADORAÇÃO (VV. 7-15) Deus passa a lembrar o Seu povo do concerto do qual haviam sido feitos participantes, e protesta contra eles por não estarem cumprindo os seus termos. Ora, a parte que cabia ao povo de Israel era ouvir à voz do Senhor, isto é, obedecer aos Seus mandamentos (Ex 19.5). Os sacrifícios faziam parte de um rito que fora instituído apenas com vistas a prover expiação para o pecado – ou seja, quando o povo justamente deixasse de cumprir os termos do concerto. Assim, os sacrifícios só tinham valor para Deus na medida em que realizados na sinceridade de um coração contrito que, por ter fracassado, se arrependia e, por meio do sacrifício, esperava alcançar o perdão e graça para retomar o caminho da justiça. Os sacrifícios não eram um fim, mas antes uma figura daquilo que o povo deveria almejar – misericórdia e justiça. Enquanto os sacrifícios oferecidos sem o espírito da verdadeira piedade poderiam ser rejeitados, a um coração sincero anelante pela graça o Senhor jamais rejeitaria (Os 6.6; Mq 6.7; Is 1.12; 58.1; Sl 51.17-19). Outro erro exposto nestes versos é o de que Deus porventura pudesse ser de algum modo beneficiado pelos sacrifícios – e isto de certo modo O “obrigasse” a aceitar o ofertante. “Comerei eu carne de touros? Ou beberei sangue de bodes?” Não só porque os céus e a terra, e tudo o que neles há, pertencem a Deus, ninguém podendo dar qualquer coisa como se fosse sua própria; mas o Altíssimo e Todopoderoso Deus não precisa de absolutamente nada, não havendo nenhuma “moeda de troca” para o que Ele pode conceder ao homem. Não quer dizer que o culto ou qualquer forma de devoção exterior seja inútil; apenas que de nada vale se não corresponde a um espírito de piedade e fidelidade que, comparativamente, é mais valioso aos olhos de Deus. Afinal, é isto que faz da devoção exterior não uma mera aparência, mas uma exata demonstração do que há no interior, guardando-nos assim da hipocrisia (2 Tm 3.5; Tt 1.16).
III – OS HIPÓCRITAS SÃO REPREENDIDOS NA SUA FALSA PIEDADE (VV. 16-23) Dirigindo-se agora de forma mais direta àqueles que confiavam nas cerimônias para tentar esconder o seu coração perverso até do próprio Deus, o Senhor afirma o Seu desprezo por esse tipo de religiosidade: “Que tens tu que recitar os meus estatutos, que tomar o meu concerto na tua boca?” O ímpio usa de hipocrisia porque toma o presente, o breve tempo em que Deus se silencia e não desmascara imediatamente os seus pecados, como um sinal de que o Criador estaria fazendo “pouco” dos seus crimes, ou mesmo justificasse seus atos: “pensavas que era como tu”. Contudo, desprezando a misericórdia de Deus, expressa no silêncio que faz “tardar” o juízo, por assim dizer – o hipócrita voluntariamente ignora o fato de que inevitavelmente terá de comparecer perante Deus, para prestar contas de todos os seus atos (Rm 2.4-5; 2 Pe 3.8-9). E, para que saiba que Deus atenta, sim, para o coração, e não para o exterior; e para que a oportunidade do presente não seja desperdiçada, mas antes abraçada como tempo de arrependimento e conversão, o salmista encerra com um apelo, de que só é certo o socorro e a salvação daqueles que oferecem a Deus sacrifício de louvor – isto é, a confissão e de um coração sincero – e bem ordenam o seu caminho – ou seja, praticando a justiça, e desviando-se do mal.
CONCLUSÃO Assim como os salmos 15 e 37, este salmo 50 também nos ensina, a seu modo e de acordo com o seu propósito particular, que o ímpio não prevalecerá em seus caminhos, mesmo quando faz uso do nome do Senhor e se esconde sob o manto da falsa piedade. Sirvamos a Deus não apenas no exterior, mas na sinceridade de um coração que ama a justiça, a misericórdia e tudo aquilo que Deus ama.
PARA USO DO PROFESSOR
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