005-A piedade no trato para com todos - Cartas Pastorais Lição 05[Pr Afonso Chaves]28jul2020
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LIÇÃO 5
A PIEDADE NO TRATO PARA COM TODOS
TEXTO ÁUREO:
“Conjuro-te, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que, sem prevenção, guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.” (1 Tm 5.21)
LEITURA BÍBLICA: 1 TIMÓTEO 5.1-7
INTRODUÇÃO
Depois de avisar Timóteo quanto aos perigos que se avizinhavam da igreja e de despertá-lo ao fiel e constante exercício da sua obra de ensinar e exortar o povo de Deus sob os seus cuidados, o apóstolo Paulo passa a fazer considerações sobre como o jovem obreiro deveria exercer seu ministério em atenção a todos os fiéis.
Veremos que um bom ministro é aquele que não despreza nenhum grupo da igreja, atendendo às necessidades particulares de cada um de modo que todos possam ser exortados, edificados e consolados pela palavra de Deus.
I – A PIEDADE PARA COM TODOS (VV. 1-8)
Quando Paulo exortou Timóteo a se exercitar na piedade, que para tudo é proveitosa (1 Tm 4.8), deveríamos entender esta palavra tanto no sentido de devoção, amor e temor a Deus como no aspecto do amor e respeito para com o próximo, pois são duas coisas interligadas que constituem a essência da verdadeira fé, da verdadeira religião (cf. 2 Tm 3.1-5; Tg 1.27; Mt 22.34-40).
É conveniente, portanto, que o apóstolo agora estabeleça princípios pelos quais não apenas Timóteo, mas qualquer obreiro possa lidar com os fiéis de modo justo, santo e agradável a Deus, não cometendo o pecado da acepção de pessoas, seja pelo desprezo de alguns ou pelo favorecimento de outros no ministério cotidiano (Tg 2.1-4, 9).
Mesmo considerando que o obreiro tem o dever de exortar e corrigir a todos, isto deve ser feito num espírito de amor, empatia e respeito, levando em consideração as limitações e necessidades de cada grupo de pessoas: anciãos (ou os mais velhos), jovens (ou os da mesma idade), mulheres idosas e moças.
Ao longo da sua caminhada em direção à perfeição celestial, o cristão passa por períodos que se destacam por tendências naturais que, através do ensino equilibrado e bem aplicado da sã doutrina, deverão ser santificadas ou contidas e impedidas para que não deem lugar ao pecado (cf. Tt 2.1-6). Outro grupo de pessoas visado pelo apóstolo nesta passagem, e sobre o qual ele ainda se estenderá além dos versos desta seção, são as viúvas.
Já consideramos em outras lições a grande importância e valor espiritual do cuidado com os pobres na igreja, e aqui Paulo está tratando de mulheres que se encontravam completamente desamparadas, tendo perdido seus maridos e não tendo meios de obter seu sustento (levando-se também em conta o contexto cultural daquele tempo, em que era muito difícil para uma mulher trabalhar por conta própria).
Assim como em relação aos órfãos, estrangeiros e qualquer outro tipo de pessoas desamparadas neste mundo, Deus não ignora o sofrimento dessas mulheres e sempre provê meios para que as viúvas no meio do Seu povo sejam honradas – o que significa serem materialmente amparadas (cf. Ex 22.22; Dt 24.17-22; Sl 68.5).
Duas coisas importantes que Paulo também destaca nestes versos é que, primeiro, a verdadeira viúva, digna de ser socorrida pela igreja, é aquela cujo testemunho seja de uma fiel, que “espera em Deus e persevera de noite e de dia em rogos e orações” (v. 5).
O segundo aspecto é que, se a viúva tem filhos ou netos, ela ainda não está de todo desamparada, e estes devem ser exortados a honrá-la, provendo às suas necessidades e assim cumprindo o mandamento: “honra a teu pai e a tua mãe” (Ex 20.12; cf. Gn 45.9-11; Jo 19.25-27).
A negligência deste exercício de piedade filial, além de ser contrário à natureza, desagrada a Deus e é reprovado como hipocrisia e apostasia da fé (Mt 15.1-9).
II – O SOCORRO ÀS VERDADEIRAS VIÚVAS (VV. 9-16)
Neste ponto, o apóstolo faz menção à inscrição das viúvas como que num rol – um costume que revela quão grande deve ser o cuidado da igreja em conhecer e socorrer os seus necessitados (cf. At 4.34; 6.1; Rm 12.13).
Mais uma vez, ele lembra Timóteo de que nem todas as viúvas se qualificavam para serem assim reconhecidas pela igreja; as verdadeiras viúvas eram aquelas que, além de completamente desamparadas, haviam tido bom testemunho cristão enquanto casadas e, após dedicarem boa parte de suas vidas a um único marido, agora demonstravam não ter nenhum interesse em buscar uma nova união a fim de poderem se dedicar exclusivamente ao Senhor (cf. 1 Co 7.8, 39-40; Lc 2.36-38).
Em outras palavras, as verdadeiras viúvas são aquelas que permanecerão neste estado e serão sustentadas pela igreja até o fim de suas vidas. Assim podemos compreender as restrições que Paulo faz às viúvas mais novas ou que haviam demonstrado, por um segundo ou terceiro casamento, a preferência por não permanecer sozinhas.
Admitidas a uma posição na igreja que representava uma dedicação especial ao Senhor e que exigia a serenidade, sabedoria e paciência que só a muita experiência de vida e maturidade espiritual poderiam garantir, essas mulheres poderiam ser facilmente tentadas por Satanás a atitudes levianas e a romperem com o seu compromisso diante da igreja, causando grande escândalo.
III – O SUSTENTO DOS PRESBÍTEROS (VV. 17-25)
Tendo já definido as qualificações necessárias ao que deseja o episcopado, Paulo trata agora sobre como Timóteo devia lidar com os presbíteros na igreja sob os aspectos do sustento e da repreensão. Notemos que ele usa mais uma vez a palavra “honra”, como o fez em relação às viúvas, no sentido de “sustento material” – sentido esse amparado pelas citações que faz da Escritura: “Não ligarás a boca ao boi que debulha”, e: “Digno é o obreiro do seu salário”.
Esta questão parece ser delicada ou discutível para muitos nos dias de hoje, mas o apóstolo não mostra nenhuma dúvida de que a igreja deve sustentar seus obreiros. Se ele mesmo muitas vezes abriu mão desse direito e trabalhou para obter o seu próprio sustento, foi para evitar falsas acusações; contudo, jamais deixou de reconhecê-lo como um direito de fato daqueles que vivem pelo evangelho (cf. 1 Co 9.4-14; Gl 6.6).
Assim como os demais grupos, os presbíteros (ou obreiros em geral) também podem ser passíveis de repreensão; mas o apóstolo orienta Timóteo a não permitir que a reputação de um obreiro seja arruinada por meros boatos ou acusações infundadas.
Contudo, se o seu pecado for comprovado, deve ser corrigido diante da igreja, para que todos (inclusive os demais obreiros) tenham consciência da gravidade do evangelho e de que ali é a casa de Deus, para Quem não há acepção de pessoas.
Por esta causa também o apóstolo orienta Timóteo a ter o cuidado de não impor suas mãos sobre candidatos ao ministério a fim de evitar a admissão de homens ineptos que serão difíceis de tratar quando pecarem.
Passando a recomendações mais particulares, Paulo orienta Timóteo a tomar os devidos cuidados com a sua própria saúde e a estar atento à manifestação dos pecados de alguns homens antes do juízo, através do que ele poderia discernir aqueles que usavam de engano e hipocrisia na casa de Deus e assim evitar manter comunhão com os tais (cf. 1 Co 5.9-11).
CONCLUSÃO
A igreja deve cuidar de todos os seus membros, seja em suas necessidades espirituais ou materiais; alguns precisam ser exortados, outros, socorridos, e outros ainda, repreendidos.
Todos nós fazemos parte da casa ou família de Deus e Ele nos tem provido de recursos e capacitado com dons para que possamos exercer nossa piedade tanto para com Ele como para com nossos irmãos.
PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira
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