002-A Igreja e a prática da oração - Cartas Pastorais Lição 02[Pr Afonso Chaves]07jul2020
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LIÇÃO 2
A IGREJA E A PRÁTICA DA ORAÇÃO
TEXTO ÁUREO:
“Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.3-4).
LEITURA BÍBLICA: 1 TIMÓTEO 2.1-7
INTRODUÇÃO
Como explicamos na aula anterior, as epístolas pastorais contêm orientações apostólicas tanto para a vida cristã em comunidade como para o cumprimento da chamada ministerial. Muitas vezes esses dois aspectos podem ser facilmente distinguidos, mas não é o caso da passagem que estudaremos hoje.
O assunto desta lição é pelo que, por que e como os crentes devem orar quando se reúnem – um assunto pertinente a todos os cristãos, ainda que, ao orientar a prática deste importante componente das nossas reuniões, o apóstolo requeira atitudes distintas de determinados grupos na igreja.
I – A IGREJA DEVE ORAR POR TODOS (VV. 1-2)
Juntamente com a pregação da palavra, a oração é uma das características mais importantes da vida cristã em igreja (cf. At 2.42; 8.4; etc.).
Assim sendo, Paulo iniciou sua epístola a Timóteo lembrando-o de que ele havia sido deixado em Éfeso principalmente para assegurar a pregação da sã doutrina nas igrejas sob o seu cuidado, repreendendo os maus obreiros e proibindo qualquer perversão da palavra de Deus.
E agora, antes de passar a outros assuntos, o apóstolo se sentia compelido a tratar da prática da oração nas igrejas: “que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graça”.
O uso de diversas palavras para denotar a prática desse dever indica que o objeto a ser proposto para oração não é casual, nem pouco importante, mas deve ser de contínuo interesse da igreja, os crentes perseverando e velando sobre isso com ações de graças diante de Deus (cf. Cl 4.2).
Segundo a orientação do apóstolo, os crentes, quando reunidos, devem orar “por todos os homens”. Certamente, “todos” aqui não significa: “de forma geral e indefinida”, nem “todos e cada ser humano”; mas, sem dúvida, inclui muito mais do que os crentes, seus familiares e suas necessidades particulares. Paulo apresenta então um exemplo: “pelos reis e por todos os que estão em eminência”. As autoridades políticas também não são todos os homens, mas representam um grupo de pessoas que ocupavam uma posição distinta das demais na sua relação com a igreja. De fato, esses poderes foram constituídos por Deus para manter a ordem e a paz da sociedade (Rm 13.1-7; 1 Pe 2.13-14), e essa estabilidade e segurança deve ser desejada pela igreja e buscada em oração (cf. Jr 29.7), pois, como diz o apóstolo, desta bênção depende o exercício da liberdade cristã em uma vida quieta e sossegada.
Assim sendo, o exemplo citado por Paulo deveria ser suficiente para entendermos que a igreja deve orar por todos os tipos ou classes de homens: por crentes e incrédulos; pobres e ricos; amigos e inimigos; governados e governantes. A razão disso vamos entender nos versos analisados no próximo tópico.
II – DEUS QUER SALVAR A TODOS (V. 3-7)
Apesar de podermos encontrar diferentes motivos para orar por determinados grupos de pessoas, como fez Paulo em relação às autoridades políticas, o apóstolo explica que orar por todos é bom e agradável diante de Deus porque Ele quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.
Notemos então que não é somente pelo testemunho da palavra, mas também – e podemos até dizer: antes – pela oração é que a boa vontade de Deus para salvar os homens se realizará (cf. At 4.24-31; Ef 6.18-19; Mt 6.10).
Muitos podem não entender porque Deus, na Sua vontade soberana, escolhe um e rejeita o outro; mas a igreja confessa, ao orar por todos, que Ele não faz acepção de pessoas, mas pode salvar e salva o pecador independentemente de sua raça, língua ou posição social (cf. At 10.34-35).
O apóstolo apresenta ainda um segundo argumento para reforçar o dever da oração comunitária em favor de todos os homens: a unidade de Deus e do Mediador entre Deus e os homens. Embora muitos se façam deuses ou assim sejam declarados pelos homens, o fato é que existe somente um Deus, que é criador de tudo e de todos e, por isso, nenhum tipo de pessoa, nenhuma das suas criaturas, pode ser considerada excluída do chamado à salvação (Mc 16.15; At 2.39; Rm 3.29).
Do mesmo modo, foi para dar-se a si mesmo em preço de redenção por todos que Jesus Cristo veio ao mundo como homem – pelas circunstâncias terrenas e em razão das promessas, judeu, é verdade; mas isto não exclui que, pela encarnação em si e pelo propósito divino, ele tivesse assumido a carne e o sangue que são comuns a toda a espécie humana (Jo 1.10, 14; Hb 2.14-15). Cf. At 17.24-28; 1 Co 8.5-6.
E esta também é uma nova oportunidade para Paulo apresentar o seu próprio ministério como argumento em favor da doutrina proposta, pois, assim como Deus e Cristo Jesus são um só para todos os homens, do mesmo modo ele havia sido constituído apóstolo e doutor não apenas para os judeus, mas para os gentios – ou seja, para os povos e nações do mundo todo (cf. At 9.15).
III – A NECESSIDADE DE ORDEM PARA A ORAÇÃO (VV. 8-15)
Tendo definido por quem e por que a igreja deve orar, o apóstolo passa a tratar do modo como os crentes devem conduzir suas reuniões. E, se Deus não discrimina ninguém quanto à salvação, isto não pode ser tomado como pretexto para abolir toda a distinção natural definida pelo próprio Deus.
Pelo contrário, a igreja deveria dar testemunho dessa ordem divina pelo exemplo. Assim, tanto a oração como a pregação, por representarem elementos essenciais do culto público, devem ser conduzidas pelos homens da igreja e assistidas pelas mulheres.
Talvez aqui haja uma questão cultural no que diz respeito à expressão dessa liderança na oração por meio do levantar das mãos; mas o ponto é que, seja qual for a atitude exterior, só são dignos de conduzir a oração pública aqueles que vivem em santidade (este é o sentido de mãos santas) e que estão em paz com o próximo (Hb 12.14).
As mulheres, por sua vez, também devem participar da oração (cf. At 1.14), mas com o cuidado de se ataviarem em traje honesto, com pudor e modéstia. A mulher santa que deseja orar e ser ouvida por Deus deve se lembrar de que Ele não olha para o exterior, mas para o interior (1 Sm 16.7), agradando-se de boas obras e de um espírito manso e quieto (1 Pe 3.3-6).
Se não cuida do seu interior, a mulher pode ter aparência que aos olhos dos homens pode ter valor, mas para Deus não vale nada. Por estarem relacionadas, o apóstolo passa facilmente da oração para a pregação, sendo ainda mais incisivo nesse ponto em relação às mulheres: não permito, porém, que a mulher ensine.
Ele não se estende muito aqui, mas podemos considerar que as razões para a proibição são as seguintes: aprender em silêncio está mais de acordo com a sujeição devida ao marido – sujeição essa inerente ao papel da mulher definido na criação, de auxiliar o homem e ser guiada por ele (1 Co 11.8-9; Ef 5.22-24).
E não foi por essa sujeição a Adão e sua liderança que Eva foi enganada, caindo em transgressão, mas precisamente quando agiu em desacordo com esses princípios. A sujeição tornou-se em castigo que se perpetuaria na ordem natural (Gn 3.16), mas a mulher ainda pode cumprir o mandato divino estabelecido no princípio por meio da procriação, e assim salvar-se por realizar o seu propósito enquanto mulher e, perseverando na fé, amor e santificação, salvar-se enquanto membro do corpo de Cristo, tal como o homem (Gl 3.28).
CONCLUSÃO
A igreja deve compreender que é testemunha da vontade de Deus em salvar o homem em todos os aspectos da sua existência, tanto redimindo-o dos seus pecados e conservando-o para a vida eterna como restaurando sua dignidade e mostrando-lhe a posição que ocupa na criação de Deus, somente onde poderá ser realmente feliz.
PARA USO DO PROFESSOR
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AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira
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