001-Daniel o profeta dos nossos dias - Daniel Lição 01 [Pr Afonso Chaves]31mar2020

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LIÇÃO 1 

DANIEL, UM PROFETA DOS NOSSOS DIAS 

TEXTO ÁUREO: 
“E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará” (Dn 12.4). 

LEITURA BÍBLICA: DANIEL 1.1-7 

INTRODUÇÃO 
Neste trimestre estudaremos o livro do profeta Daniel. Diferente dos demais profetas que legaram a nós os seus escritos, este registra tanto as visões recebidas da parte do Senhor como também episódios maravilhosos ocorridos durante sua estadia de longos anos em Babilônia.
Os relatos nem sempre envolvem sua própria pessoa, mas são todos de grande instrução e esclarecimento sobre os modos de Deus agir com os homens – sejam aqueles que O temem mesmo nas circunstâncias mais difíceis, sejam os que O desprezam e insultam, até serem alcançados pela Sua mão poderosa e impactados pela realidade e poder do Seu reino que é sobre tudo e todos. 

I – CONTEXTO HISTÓRICO DE DANIEL 
Daniel é conhecido como um dos “profetas do cativeiro”, pois viveu durante esse que foi um dos períodos mais sombrios da história de Israel.
As dez tribos do norte já haviam sido desoladas e seu povo espalhado pelas terras além do rio Eufrates; o próprio império assírio, que havia executado tal destruição, já havia sucumbido e dado lugar ao poderio cada vez maior dos babilônios.
Jeoiaquim, filho de Josias, havia sido coroado pelo faraó egípcio como rei de Judá em lugar de seu irmão, Jeoacaz (cf. 2 Cr 36.4-5) e, poucos anos depois, Nabucodonosor conquistava tudo o que pertencia ao Egito (cf. 2 Rs 24.7).
Tendo se submetido por três anos, Jeoiaquim resolve se rebelar contra o jugo dos caldeus, e recebe uma rápida resposta: Jerusalém é sitiada, o rei preso e humilhado e, morto, é sucedido por seu filho, Joaquim (cf. 2 Cr 36.6-8; 2 Rs 23.36) que é conduzido preso a Babilônia e, junto dele, os utensílios da casa de Deus e, ainda, “todos os príncipes, e a todos os homens valorosos, dez mil presos, e a todos os artífices e ferreiros” (2 Cr 36.9-14; 2 Rs 24.8-16).
Em seu lugar, Nabucodonosor estabeleceu Zedequias como regente em Jerusalém e Judá, o qual ficaria no trono por onze anos, até que este se rebelaria novamente e a cidade seria finalmente destruída (cf. 2 Cr 36.10-13; 2 Rs 24.17-20; 25.1-2).
Daniel e seus companheiros viveram, então, durante esse período turbulento pelo qual o povo de Deus teve de passar e, ao que tudo indica, teriam sido conduzidos cativos para Babilônia antes mesmo daquele contingente levado depois juntamente com o rei Joiaquim.
Isto significa que estes jovens vieram a Babilônia bem no começo do reinado de Nabucodonosor, viram o aumento e a glória do seu império e, no caso específico de Daniel, presenciou a diminuição desse poder nas mãos dos seus sucessores, até ser entregue aos medos e persas – isto no decurso de aproximadamente 70 anos (cf. Jr 25.11; 27.6-7).
Ali em Babilônia, nosso profeta exerceu a função de estadista de grande prestígio e posição até o começo do reinado de Ciro, o persa, quando então teria se retirado da vida pública, mas não do seu chamado profético (Dn 1.21; 10.1).

II – O CARÁTER DE DANIEL
O livro traz poucas informações pessoais sobre o profeta. Seu nome, Daniel, significa “Deus é o meu juiz”. Quanto à sua genealogia, sabemos apenas que era da nobreza de Judá (v. 3), assim como seus três companheiros.
E, como nobres que eram, certamente viveram de acordo nos seus primeiros anos em Jerusalém – o que explica a sabedoria, cultura e habilidades adquiridas para servirem aos reis de Judá em funções administrativas ou de liderança.
Embora não possam ter exercido seus talentos onde esperavam, seu preparo não foi em vão; na sábia providência divina, tudo isso foi útil para que pudessem ser escolhidos e estar na corte do rei de Babilônia, tornando-se participantes e testemunhas das grandes coisas que Deus realizaria ali. Mas o que torna este profeta tão admirável são as indicações que a Escritura faz do seu caráter excelente – sua santidade, humildade, piedade e altruísmo.
Notamos, primeiro, que certamente não lhe faltou na infância a instrução no temor de Deus, pois que ainda jovem se mostra desapegado de prazeres terrenos, quando privado deles em razão do cativeiro, e incorruptível quando se lhe oferece nova oportunidade de desfrutá-los na corte do rei caldeu (vv. 5, 8).
Vemos que, apesar das ovações e dos presentes de que é rapidamente cercado, não confia em si mesmo, mas rende a Deus toda a glória de suas capacidades e sucessos (Dn 2.26-28).
Depois, sua determinação em recorrer ao Senhor em oração, súplicas e jejuns, tanto em momentos cruciais como no seu costume cotidiano, consciente de que Deus não os havia abandonado naquela terra estranha (Dn 2.17-18; 6.10; 9.1-3; 10.1-3). 
E, por último, mas não menos importante, sua consideração por seus irmãos em aflição, tanto ao buscar o bem dos que estavam ao seu alcance como ao se afligir pelo sofrimento do seu povo em geral (Dn 2.49; 9.19).

III – CARACTERÍSTICAS E PROPÓSITO DO LIVRO 
O livro de Daniel é classificado como profecia, tal como Isaías e Malaquias. O próprio Senhor Jesus se refere aos escritos do “profeta Daniel” (Mt 24.15). Mas podemos acrescentar que há diferenças notáveis entre o teor da profecia de Daniel e dos demais profetas.
Daniel não é chamado “oficialmente” para exercer o ministério profético, dirigindo-se a Israel e Judá por meio de profecias exortativas e corretivas em nome do Senhor; sua comunicação com Deus é mais pessoal, particular, no nível de “visões” ou “sonhos” de coisas que certamente acontecerão.
O escopo das profecias também é mais amplo, alcançando muitas gerações futuras, desvendando o propósito de Deus para com o Seu povo e o mundo até a consumação dos tempos (por isso são muito estudadas no âmbito escatológico).
E, se considerarmos que as narrativas têm o propósito de corrigir o erro e exortar ao reto caminho, assim como as narrativas dos livros históricos, vemos que aqui Deus se volta do povo em geral para cada indivíduo em particular, incitando-o a imitar o exemplo de fidelidade de seu amado servo Daniel.
O propósito do livro, além da exortação à fidelidade, é o de revelar a soberania e o domínio absoluto de Deus sobre todas as coisas. O tempo passa e com ele passam as gerações, os homens e os povos, e o seu poder é dado a outros; mas Deus permanece o mesmo e o seu reino é eterno e incontestável. Deus quer que Seu povo reconheça essa realidade, mesmo quando se encontra sob o jugo da tirania e impiedade, pois, passada a poeira a que os reinos deste mundo serão reduzidos, o reino dos céus permanecerá eternamente.
E aqueles que se opoem e não entendem isto podem ser levados a reconhecer e se dobrar diante do Rei eterno com grande quebrantamento (Dn 2.21; 4.34-37; 6.26; 7.27).

CONCLUSÃO
O estudo de Daniel não envolve apenas profecia, ou compreensão escatológica. Veremos que, além dessas visões serem muito pertinentes ao nosso tempo, há muito que se aprender sobre como sermos fiéis a Deus em circunstâncias onde parecemos estar sozinhos e quando ser fiel significa grande risco para nossas vidas.

PARA USO DO PROFESSOR:

AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova



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