008-As virtudes da comunhão cristã - Aos Colossenses [Pr Afonso Chaves]18fev2020

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LIÇÃO 8 
AS VIRTUDES DA COMUNHÃO CRISTà

TEXTO ÁUREO: 
“E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3.14). 

LEITURA BÍBLICA: COLOSSENSES 3.12-17 

INTRODUÇÃO 
Na lição anterior, o apóstolo Paulo havia tratado dos elementos fundamentais de uma verdadeira conversão a Deus, cujas evidências são uma mudança radical de pensamento, interesse e propósito para as coisas que são de cima; a mortificação dos membros do corpo, ou das paixões que antes dominavam nosso coração; e a renúncia ou despojamento de todos os atos exteriores que manifestavam a natureza carnal do velho homem. 
Para completar este quadro, até aqui mais negativo, ele vai agora descrever as virtudes positivas que caracterizam o novo homem – as disposições interiores e o comportamento que devem predominar entre aqueles que já morreram e ressuscitaram com Cristo. 

I – VIRTUDES GERADAS NO CORAÇÃO (V. 12) 
Paulo ainda tem em mente a metáfora acerca dos feitos do velho homem como sendo uma roupa velha que não convém mais ao cristão, pois este morreu para o mundo e, estando vivo para Deus, deve se despojar do velho homem e vestir-se do novo, o qual, assim como o primeiro, também tem os seus feitos ou atos exteriores que lhe convêm. 
Mas, assim como, em seu aspecto negativo, a mortificação começa no coração, daí resultando em um verdadeiro despojamento das obras da carne; do mesmo modo, a formação do novo homem começa no interior, na renovação de um entendimento que busca e cultiva as virtudes, o fruto do Espírito, e então se manifesta, inevitavelmente, em toda a nossa maneira de viver. 
Por isso o apóstolo começa esta seção exortando os colossenses a buscarem o revestimento das virtudes em si mesmas, para depois considerar as suas várias aplicações e manifestações exteriores. Jamais nos esqueçamos que tais virtudes provêm, primariamente, de uma obra da graça de Deus no coração, e não podem ser produzidas a partir de nossos próprios esforços; por isso são chamadas também de “fruto do Espírito” (Gl 5.22) e, em outro lugar, o mesmo apóstolo fala de uma delas – o amor – como tendo sido derramado em nossos corações (Rm 5.5). 
Portanto, são dons de Deus. Mas há também considerações nas Escrituras acerca do cultivo, do exercício e da confirmação de tais virtudes – que é o sentido em que Paulo aqui usa a expressão: “Revesti-vos”. Não se deve apenas esperar que essas virtudes serão automaticamente produzidas em nós, mas devem ser um tema de constante preocupação, interesse e busca por todo aquele que deseja andar como convém a “eleitos de Deus, santos e amados” (cf. 2 Pe 1.3-7). 
É importante também observar que as virtudes aqui citadas pelo apóstolo, embora não sejam as únicas, estão todas ligadas ao nosso relacionamento uns com os outros – que será o foco da sua exortação até o final da epístola. 
A referência a entranhas, relacionada a todas essas virtudes, é própria da língua hebraica (o idioma materno de Paulo), e significam que a misericórdia, benignidade, humildade, mansidão e longanimidade são algumas das disposições mais interiores e verdadeiras de um ser humano para com o seu próximo (cf. Gn 43.30; compare com 1 Jo 3.17). 

II – VIRTUDES EXERCIDAS FRATERNALMENTE (VV. 13-15) Passando à aplicação das virtudes anteriormente citadas, encontramos duas recomendações práticas: suportar uns aos outros e perdoar uns aos outros. 
Isto implica que, mesmo fazendo parte de um mesmo corpo e sob o comando sábio e perfeito de nosso Senhor Jesus Cristo, estamos longe de ser iguais uns aos outros. 
Cada um busca sua conformação a Ele (quando busca) de acordo com os vícios e imperfeições próprias do seu caráter e viver anterior que precisam ser agora corrigidos e suplantados pelo fruto do Espírito; portanto, o andar de cada um com Deus não é igual ao do outro (cf. Rm 14.4, 10, 12). 
Essa disparidade poderia facilmente levar a conflitos como aqueles ilustrados por Paulo na palavra: “Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros” (Gl 5.15). 
Mas é no exercício da paciência (suportando) e do perdão que encontramos o caminho de Deus para o nosso relacionamento uns com os outros; e aqui temos mais um argumento contra os ditames da religião e daqueles que querem dominar os outros impondo uma conformação exterior ao seu próprio padrão de piedade. 
Há muito o que se dizer e meditar sobre o amor ao próximo, mas aqui a definição apostólica basta: o amor é “o vínculo da perfeição”. Como seremos perfeitos na prática da piedade cristã se nossa motivação maior não for o amor? Nenhum ajuntamento de pessoas pode se considerar igreja de Cristo, nem uma comunhão de crentes pode produzir fruto, se não entendem nem creem que, por serem gerados pelo mesmo Deus, devem se amar uns aos outros assim como foram amados por aquele que os gerou (1 Jo 4.10-12, 20-21). 
Paulo considera ainda a paz de Deus como um resultado, ou mesmo outra virtude a ser buscada e cuidadosamente preservada, em conexão com as demais virtudes fraternais. 
No primeiro sentido, ele exorta em outro lugar a guardarmos a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Ef 4.1-4); de onde podemos entender que a comunhão cristã deve ser pacífica, não contenciosa, insuportável. Dentre outras recomendações que poderiam ter sido feitas – e que o foram em outras epístolas – ele ainda acrescenta: “Sede agradecidos”. 
Pode ser gratidão para com Deus, mas, à luz do contexto imediato e pelo fato de que este aspecto será considerado a seguir, podemos considerar aqui uma alusão à gratidão de uns para com os outros ou pelos outros também. Lembremos que, como corpo, todo o fruto espiritual que cada um de nós produzimos no exercício da comunhão (não necessariamente ou apenas aqueles relacionados ao culto) são motivo de gratidão a Deus e de grata consideração pelos irmãos. 

III – VIRTUDES APOIADAS NA PALAVRA DE CRISTO (VV. 16-17) 
Paulo recomenda agora aos irmãos a própria palavra de Cristo que, na verdade, é a fonte e ao mesmo tempo o objetivo de toda a sua exortação. 
Afinal, é através da palavra divina que se dá todo o processo da nossa morte e ressurreição com Cristo; é através da palavra que as virtudes das quais devemos nos revestir são conhecidas e exercidas. 
Para tanto, essa palavra precisa habitar em nós abundantemente – o que significa que ela deve ser o objeto de tudo o que fazemos em nossa comunhão, especialmente em nossa adoração, nos ensinos, admoestações, salmos, hinos e cânticos espirituais. Não há lugar para outros elementos – nem para a religião – apenas para a palavra de Cristo. 
Mas aqui também devemos considerar o aspecto mais amplo do nosso viver diário, ao qual a abundância da palavra recomendada pelo apóstolo deve se estender. De fato, nada há, em tudo o que fazemos, pensamos ou falamos, que deva ser feito sem consideração pela palavra de Deus, ou em honra, louvor e grata submissão à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo: “Tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus”. 
Esta é uma característica daquele que está bem ajustado a Cristo, de alguém verdadeiramente cheio do Espírito Santo (cf. Ef 5.18-20). 

CONCLUSÃO 
Pudemos aprender que as virtudes a serem exercidas na comunhão fraternal são evidências essenciais de um coração regenerado. 
Fomos chamados para fazer parte de um corpo, onde a palavra de Cristo deve nos motivar a nos revestir dessas virtudes e a nos interessar para que uns aos outros se incentivem a cultivá-las.

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

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