003-A justiça perfeita do reino dos céus - O Sermão do Monte Lição 03 [Pr Afonso Chaves] 10jan2017
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LIÇÃO 3:
A JUSTIÇA PERFEITA DO REINO DOS CÉUS
TEXTO ÁUREO: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” (Mt 5.20)
LEITURA BÍBLICA: MATEUS 5.17-20
INTRODUÇÃO Após declarar qual é o caráter e a felicidade daqueles que hão de herdar o reino dos céus, o Senhor Jesus notificou aos Seus discípulos que eles mesmos são esses indivíduos mui felizes e abençoados. Em razão disso, eles são como sal e luz para a humanidade, e as virtudes dessa nova natureza, divina e espiritual, devem ser expressas através de boas obras que glorifiquem a Deus diante dos homens. Seguindo esta linha de raciocínio, o Senhor agora vai explicar que o Seu ensinamento não está em desacordo com a Lei de Deus, como alguns poderiam pensar; tampouco acrescenta a ela inovações; mas antes confirma os seus santos e justos preceitos, e conduz o homem à rejeição de toda justiça própria e falsa, e à prática da verdadeira justiça – a justiça perfeita do reino dos céus.
I – CRISTO CUMPRIU A JUSTIÇA DO REINO (MT 5.17-18)
Jesus conhecia os pensamentos tanto dos Seus discípulos como da multidão (Lc 9.47), e por isso não é sem motivo que ele inicia Suas próximas palavras deste sermão advertindo-os para que não considerassem Seus ensinamentos contrários às Escrituras, de um modo geral, nem os valores do reino por Ele anunciado em desacordo com os preceitos divinos exarados na Lei, em particular. Sabemos que o ministério de Cristo era impiedosamente questionado e criticado pelos escribas e fariseus, que procuravam razões para acusa-lO, especialmente de transgredir ou de ser contrário à Lei de Moisés (Lc 6.7). Mais tarde, esse tipo de acusação também seria falsamente imputado aos Seus discípulos (At 6.13, 14). A fim de remover qualquer suspeita e esclarecer a identidade perfeita entre as boas novas do reino e a Lei de Deus, o próprio Jesus se identifica como aquele que veio para cumprir tudo o que Deus havia dito no passado, seja na lei ou nos profetas. Cristo cumpriu a Lei em todas as suas demandas, não apenas ao nascer e viver como um israelita (Gl 4.4, 5), prestando Ele mesmo perfeita obediência a essa Lei; mas também ao sofrer e morrer pelos pecados de Seu povo (2 Co 5.21; Gl 3.13), satisfazendo plenamente à justiça divina. Considerando que a Lei consiste ainda de preceitos e ordenanças cerimoniais (como ofertas e sacrifícios, dias solenes e festivos, etc.), Cristo também a cumpriu perfeitamente, sendo Ele a realidade e imagem exata das coisas prefiguradas nessas cerimônias (cf. Jo 1.29; 1 Co 5.7). E, por fim, quando Jesus diz que veio cumprir também os profetas, só podemos entender isto como uma clara confissão de que Ele era o Messias prometido (Lc 24.27, 44). Ao declarar por que veio para cumprir a lei ou os profetas, o Senhor Jesus ratifica e presta Sua solene homenagem às Escrituras, afirmando sua imutabilidade e autoridade. Esta maravilhosa reverência que nosso Senhor demonstra pela Palavra de Deus pode ser verificada ao longo de Seu ministério, sempre argumentando respaldado pelos oráculos divinos, e encontrando Seu sustento e conforto em toda a palavra de Deus (Mt 4.3-10). Além disso, ao afirmar que Ele vem cumprir todas as coisas, não isenta a ninguém dessa responsabilidade para com a lei e os profetas, pois estes continuam em vigor enquanto existirem esses céus e terra.
II – OS DISCÍPULOS DE CRISTO CUMPREM A JUSTIÇA DO REINO (MT 5.19)
Uma vez declarado o compromisso de Cristo com a lei e os profetas, para deixar ainda mais claro que as boas novas do reino não isentavam Seus súditos das reivindicações da lei divina, Ele apresenta, como consequência lógica do que disse antes, que, na sua relação com a Lei de Deus, os discípulos não podem ser diferentes do Mestre. O verdadeiro súdito do reino dos céus tem o mesmo nível de compromisso com todos os mandamentos da Lei; enquanto aqueles que não demonstram a mesma inclinação, e amor, e zelo por essa lei não fazem parte do reino, ainda que sejam até mesmo chamados ou se considerem mestres da lei. Não é difícil perceber nas palavras: “qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens”, uma alusão aos escribas e fariseus, que eram considerados doutores e piedosos praticantes da Lei. Mas, apesar da aparência de zelosos por Deus, eram especialistas em criar interpretações elaboradas, e meios sutis para se evadirem às proibições ou ordenanças da lei divina; também faziam distinção entre mandamentos, como se houvesse maiores e menores, uns mais dignos de ser obedecidos do que outros (Mt 15.1-6; Mt 23.23). Mas nenhuma ordem ou preceito divino é pequeno, nem insignificante; todos são igualmente importantes e complementam-se como uma revelação perfeita da justiça divina. Por isso não se pode quebrantar um sem comprometer todos os demais (Tg 2.10). Com tal atitude, os escribas e fariseus desprezavam a Lei de Deus, e por isso seriam igualmente tratados – como desprezíveis e insignificantes – ante a revelação da verdadeira justiça no reino dos céus. Ou seja, ficariam de fora do reino, assim como aqueles que eram ensinados por eles (Mt 23.13, 15). 6 O discípulo de Cristo, assim como seu Mestre, mostra toda a reverência, zelo e comprometimento com todos e cada um dos mandamentos da Lei de Deus. Não há mandamentos menos importantes para ele, mas todos são grandes, pois procedem da mesma Fonte, e todos são igualmente imutáveis e obrigatórios (Tg 2.11). Alguns se cumprem na realidade do próprio reino de Deus, e o cristão os obedece pelo simples fato de ser participante desse reino (Cl 2.16, 17); outros impõem a necessidade de se obedecê-los ativamente (Mt 19.17). De qualquer modo, somente fazem parte do reino dos céus – somente são considerados grandes – aqueles que tanto cumprem como ensinam todos os mandamentos da Lei.
Uma vez declarado o compromisso de Cristo com a lei e os profetas, para deixar ainda mais claro que as boas novas do reino não isentavam Seus súditos das reivindicações da lei divina, Ele apresenta, como consequência lógica do que disse antes, que, na sua relação com a Lei de Deus, os discípulos não podem ser diferentes do Mestre. O verdadeiro súdito do reino dos céus tem o mesmo nível de compromisso com todos os mandamentos da Lei; enquanto aqueles que não demonstram a mesma inclinação, e amor, e zelo por essa lei não fazem parte do reino, ainda que sejam até mesmo chamados ou se considerem mestres da lei. Não é difícil perceber nas palavras: “qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens”, uma alusão aos escribas e fariseus, que eram considerados doutores e piedosos praticantes da Lei. Mas, apesar da aparência de zelosos por Deus, eram especialistas em criar interpretações elaboradas, e meios sutis para se evadirem às proibições ou ordenanças da lei divina; também faziam distinção entre mandamentos, como se houvesse maiores e menores, uns mais dignos de ser obedecidos do que outros (Mt 15.1-6; Mt 23.23). Mas nenhuma ordem ou preceito divino é pequeno, nem insignificante; todos são igualmente importantes e complementam-se como uma revelação perfeita da justiça divina. Por isso não se pode quebrantar um sem comprometer todos os demais (Tg 2.10). Com tal atitude, os escribas e fariseus desprezavam a Lei de Deus, e por isso seriam igualmente tratados – como desprezíveis e insignificantes – ante a revelação da verdadeira justiça no reino dos céus. Ou seja, ficariam de fora do reino, assim como aqueles que eram ensinados por eles (Mt 23.13, 15). 6 O discípulo de Cristo, assim como seu Mestre, mostra toda a reverência, zelo e comprometimento com todos e cada um dos mandamentos da Lei de Deus. Não há mandamentos menos importantes para ele, mas todos são grandes, pois procedem da mesma Fonte, e todos são igualmente imutáveis e obrigatórios (Tg 2.11). Alguns se cumprem na realidade do próprio reino de Deus, e o cristão os obedece pelo simples fato de ser participante desse reino (Cl 2.16, 17); outros impõem a necessidade de se obedecê-los ativamente (Mt 19.17). De qualquer modo, somente fazem parte do reino dos céus – somente são considerados grandes – aqueles que tanto cumprem como ensinam todos os mandamentos da Lei.
III – A JUSTIÇA DO REINO É UMA JUSTIÇA PERFEITA (MT 5.20)
A declaração deste verso confirma que Jesus vem contrastando a prática dos escribas e fariseus, considerada impropriamente pelos homens como “justiça”, e aquela que se requer dos que hão de herdar o reino dos céus. Os líderes da nação israelita não tinham justiça nenhuma, uma vez que ao homem natural é impossível ser justo diante de Deus (Rm 3.10): suas obras são manchadas e inutilizadas pela parcialidade, motivações impróprias e pecaminosas, pela aparência e exterioridade vazia (Pv 21.2, 27). Ao que a religiosidade apenas acrescenta o pretexto para se enganarem em sua justiça própria (Mt 15.7-9; Lc 16.15). Por outro lado, a justiça do reino de Deus, que excede a dos escribas e fariseus, porque é a única justiça verdadeira e perfeita, só pode ser alcançada por obra da graça de Deus, e isto é chamado nas Escrituras de “justificação pela fé” (Rm 3.21-24). Trata-se da imputação da justiça perfeita de Cristo na vida do pecador arrependido, que passa a ser contado como justo e inocente diante de Deus. Esta é uma das razões pelas quais Jesus veio para cumprir a lei e os profetas: por causa da nossa necessidade de uma justiça inalcançável pelos nossos próprios esforços (1 Co 1.30; 2 Co 5.21). Mas também é preciso salientar que essa justiça perfeita, embora não seja alcançada por obras, mas concedida graciosamente através da fé (tudo isto sendo dom de Deus, cf. Gl 2.16; Ef 2.8, 9), não significa que aquele que foi justificado, por nada mais dever perante a justiça divina, está livre da justiça. Pelo contrário, agora ele é feito servo da justiça, não no exterior, mas no interior (Rm 6.15-22); mais ainda, ele anela e deseja sinceramente a Lei de Deus (Sl 119.20, 40, 48, etc.), e suas ações são pautadas pelo zelo e temor de não quebrar seus mandamentos (Jo 14.15, 21). Ele não vê nas boas novas do reino uma licença para pecar, para viver sem lei, tampouco usa de evasivas e desculpas para os seus fracassos e transgressões (Rm 7.18, 22-23), mas sabe que a própria obediência é obra do Espírito de Deus, e que começa pela obra interior da justificação (Jr 31.31-33; Rm 8.3, 4).
CONCLUSÃO
A justiça do reino dos céus não é genérica, superficial, nem subjetiva. Tampouco é dada aos cristãos liberdade para pecar. Em Cristo Jesus, não apenas nossa condição é declarada justa, mas somos feitos anelantes e praticantes da justiça, e as qualidades espirituais excelentes que Deus implantou em nossos corações necessariamente se manifestam através de obras concretas de obediência sincera à Lei de Deus. Não há outra forma de demonstrarmos nosso amor e zelo por Deus, e de nos fazermos como que dignos da Sua consideração e estima.
QUESTIONÁRIO
1. O que significa “a lei” e “os profetas”, no contexto desta lição?
2. Em que sentidos Cristo cumpriu a Lei?
3. Como Cristo cumpriu o que diziam os profetas?
4. O que é ser “menor” e “maior” no reino dos céus?
5. Por que o cristão é justo e pratica a justiça perfeita do reino?
PARA USO DO PROFESSOR
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AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.
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APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira
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