001-A importância da Doutrina Bíblica - Lição 01[Pr Afonso Chaves]04jul2025
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LIÇÃO 1
A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA BÍBLICA
TEXTO ÁUREO: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas, porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo, como aos que te ouvem” (1 Timóteo 4.16)
LEITURA BÍBLICA: 2 TIMÓTEO 4.1-5
INTRODUÇÃO O conhecimento da doutrina bíblica é de suma importância para a igreja de Cristo. A Bíblia é essencialmente doutrinária, e sema sua doutrina não é possível conhecer a Deus nem entender a Sua vontade para nós. Embora a Bíblia seja uma fonte inesgotável de conhecimento e sabedoria divina, precisamos não apenas lê-la, mas entendê-la. E, para isto, o estudo dos seus principais assuntos ou temas doutrinários permite-nos obter uma ideia mais clara, profunda e organizada da revelação bíblica.
I – O QUE É A DOUTRINA BÍBLICA
1. DEFINIÇÃO E OBJETIVO. Doutrina significa “ensino”, “instrução”, e pode se referir tanto ao ato de transmitir conhecimento a outrem, como ao conteúdo desse conhecimento. Doutrina bíblica, no caso, é todo ensino ou instrução consignada por Deus nas Escrituras Sagradas. Em outras palavras, é a revelação bíblica de verdades concernentes a Deus ou às coisas divinas, as quais nenhuma ciência ou sabedoria natural pode ensinar ao homem (1 Co 2.6-10). O objetivo da doutrina bíblica é instruir o homem para a salvação e capacitá-lo para a obediência e o cumprimento de toda a vontade de Deus (2 Tm 3.15-17).
2. A DOUTRINA NA BÍBLIA. Não há como negar que a Bíblia é um livro de doutrina: todas as coisas nela registradas têm o propósito de nos ensinar algo a respeito de Deus e das coisas divinas. Se não fosse assim, ela seria apenas um livro de histórias para nos entreter e alimentar teorias ou especulações, mas sem nenhuma pertinência para nossas vidas. O que vemos, contudo, é que o cuidado com a doutrina está presente em toda a narrativa bíblica: desde os primeiros pais (Gn 18.19; cf. Dt 11.18, 19), passando pelos sacerdotes e profetas de Israel (Ml 2.6, 7; Is 8.16-22), até chegarmos em Cristo Jesus, o Mestre por excelência (Jo 13.13; Mt 4.23); aos Seus apóstolos, enviados a fazer discípulos de todas as nações (Mt 28.18- 20); e à Igreja que, na presente dispensação, recebeu uma variedade de dons relacionados à ministração da palavra de Deus, com o fim de preservar a doutrina como o fundamento dos fiéis (2 Tm 2.2; 1 Tm 3.14-15).
II – POR QUE A DOUTRINA BÍBLICA É NECESSÁRIA
1. DOUTRINA E PRÁTICA. Muitos nutrem um preconceito contra a doutrina como se fosse mera teoria, sem aplicação prática; mas este não é o caso da doutrina bíblica. Como já observamos, o conhecimento de Deus e das coisas divinas está intimamente ligado à prática cristã; quando recebida com sinceridade e aplicada ao coração pelo Espírito Santo, a sã doutrina necessariamente levará o fiel ao cumprimento da vontade de Deus (Rm 12.1, 2; Ef 4.20-24). É verdade que alguns interessam-se apenas pelo conhecimento, mas negam a doutrina pelas suas más obras; mas, neste caso, o problema está no coração corrompido e enganado pelo pecado (2 Tm 3.1-7; Tt 1.16). E se, por um lado, o conhecimento só é proveitoso quando leva à prática (Jo 13.17; 1 Jo 2.5), por outro, sem o conhecimento da vontade de Deus, não pode haver nenhuma prática da piedade, mas apenas uma religiosidade carnal baseada em preceitos humanos, que não é de nenhum valor para Deus (Mt 15.7-9; Cl 2.20-23).
2. DOUTRINA E PREGAÇÃO. À luz do Novo Testamento, o ministério da palavra apoiava-se basicamente no ensino (isto é, na doutrina) e na pregação. Embora muitos façam confusão sobre esses termos, dando à pregação maior importância que o ensino, ambas faziam parte do ministério de nosso Senhor Jesus (Mt 4.23) e dos Seus apóstolos (At 4.2; 28.30, 31). Enquanto a pregação consistia na proclamação das boas novas do reino, o ensino abrangia todas as formas de exposição e argumentação sobre as verdades enunciadas, ou implícitas, nessa proclamação (compare Mt 4.17 com 5.1-2, ss.), abrindo aos que davam crédito à pregação os tesouros ocultos do reino dos céus (Mt 13.11-12, 52). Ora, se é assim, podemos dizer que a doutrina é indispensável a todos os crentes, e não apenas a pastores e teólogos, pois é nela que se encontra o sólido mantimento que nos faz amadurecer espiritualmente (1 Co 14.20). Por isso, a falta de ministração da doutrina na igreja, ou ainda a necessidade de sempre se repetir os mesmos elementos básicos da fé devido à recusa dos ouvintes em aplicá-los ao coração, resulta em estagnação espiritual, que é prejudicial à fé, uma vez que os crentes devem sempre progredir na graça e no conhecimento de Deus (1 Co 3.1, 2; Hb 5.11-14; cf. Os 6.3).
3. DOUTRINA E HERESIA. Não são poucos os alertas que as Escrituras fazem contra as heresias, isto é, contra os falsos ensinos que se introduzem no meio do povo de Deus, os quais deturpam a fé e levam os incautos à perdição (1 Tm 4.1-3; 2 Pe 2.1-3). Assim como a sã doutrina salva e santifica, a heresia corrompe e condena (Tt 3.10, 11). O único antídoto contra esse mal é a ministração da doutrina bíblica, que dará ao crente o “conhecimento da verdade, que é segundo a piedade” (Tt 1.1), capacitando-o para uma vida cristã plena, e que assim redundará em maior edificação, comunhão com a igreja e firmeza na fé (Ef 4.11-16).
III – COMO ESTUDAR A DOUTRINA BÍBLICA
1. A NATUREZA DA DOUTRINA BÍBLICA. É interessante notar que a doutrina apresenta uma unidade, mesmo quando a palavra se refere a um conjunto de verdades divinas (Mt 7.28). Isto porque a fonte da doutrina, que são as Escrituras, procede de um só e o mesmo Deus (2 Pe 1.20, 21). Podemos então esperar que haja uma harmonia e dependência entre todos os aspectos ou assuntos particulares da doutrina bíblica, convergindo tudo para um só propósito ou “tema” principal. Certamente, o grande interesse de Deus ao nos recomendar a doutrina bíblica é que conheçamos, e creiamos, e tenhamos comunhão com Seu Filho, Jesus Cristo. Assim devemos buscar, em cada doutrina, sua conexão com nosso Senhor e Salvador Jesus, a fim de melhor compreende-la; é n’Ele que as verdades divinas, já presentes em germe nos primeiros livros da Bíblia (Jo 5.39), vão encontrar seu pleno desenvolvimento e significado (Ef 3.4-6). Por isso, negligenciar a complementaridade do Antigo e do Novo Testamento, e que este, onde Cristo é plenamente revelado, lança luz sobre aquele, onde Cristo está velado, para a compreensão da doutrina bíblica, é permanecer sob o véu das sombras e figuras (2 Co 3.14-16).
2. MÉTODO SISTEMÁTICO. Muitos se opõem ao estudo sistemático da doutrina, por um receio justificado de que o sentido de uma passagem possa ser distorcido para se encaixar em uma “categoria teológica”. Porém, é preciso entender que as verdades divinas estão espalhadas pelas Escrituras, e para compreendê-las é necessário comparar as passagens, aproximá-las de acordo com a analogia do assunto (1 Co 2.13). Um método que reúna de forma ordenada e racional as verdades reveladas não apenas possui utilidade prática para o nosso estudo, mas também é bíblico. Notemos que, por exemplo, os Dez Mandamentos (Ex 20), ou a Oração que o Senhor ensinou (Mt 6), são exposições tópicas, ou seja, expressam de modo conciso princípios que são explicados em muitas outras passagens (cf. ainda 1 Tm 3.16; Hb 6.1-2). Paulo também fala sobre certa forma, ou modelo de doutrina – o que implica em uma sistematização dos princípios da fé (Rm 6.17; 2 Tm 1.13). Desde que não violemos a proibição de acrescentar ou diminuir da palavra de Deus (Pv 30.5, 6; Ap 22.18, 19), podemos também agrupar as grandes doutrinas bíblicas de acordo com o seu assunto, e de um modo ordenado, como faremos nas próximas lições, para nossa melhor compreensão.
CONCLUSÃO Que a doutrina bíblica é negligenciada e desprezada em nosso tempo podemos ver no grande número de crentes que não entendem os elementos fundamentais da fé e são incapazes de dar a razão da esperança que há neles; e nos púlpitos, onde pregadores alegam a autoridade de suas opiniões pessoais, sensibilidades emocionais e experiência pessoal. Se quisermos nos desvencilhar das consequências nefastas dessa atitude em relação à palavra de Deus, e não perder o apoio do único verdadeiro fundamento da Igreja de Cristo, precisamos reconhecer a importância vital da doutrina bíblica e priorizá-la tanto em nossa busca particular por um viver piedoso como em nossa adoração e serviço em comunidade.
PARA USO DO PROFESSOR
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