002-O Testemunho de Cristo na Lei e nos Profetas - Cristologia Lição 02[Pr Afonso Chaves]10out2024
MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 2
O TESTEMUNHO DE CRISTO NA LEI E NOS PROFETAS
TEXTO ÁUREO: “Examinais as Escrituras porque cuidais ter nelas a vida eterna; e são elas que testificam de mim” (Jo 5.39)
LEITURA BÍBLICA: LUCAS 24.13-27
INTRODUÇÃO Sendo Cristo o tema central das Escrituras Sagradas, não apenas do Novo, mas também do Antigo Testamento, convém verificarmos, por nós mesmos, este fato. Analisando as passagens mais representativas, tanto da linguagem velada das figuras e símbolos, como das declarações expressas dos profetas, veremos que o testemunho de Cristo anterior à Sua manifestação neste mundo é mais abundante, claro e detalhado que o testemunho de qualquer outro personagem das escrituras da antiga dispensação.
I – O TESTEMUNHO DE CRISTO NA LEI Podemos falar sobre o testemunho de Cristo na Lei primeiramente tomando esta palavra no sentido amplo de “escritos de Moisés” – isto é, em alusão aos cinco livros do Pentateuco (Gênesis a Deuteronômio) – onde encontramos abundante testemunho acerca da vinda e da obra de Cristo, especialmente na forma de profecias e tipos. Sendo, contudo, impossível elencar todos esses testemunhos, queremos chamar a atenção para aspectos gerais sempre reiterados pelo Espírito de Deus de uma mensagem para outra, dentre eles o da descendência de Cristo. Com a queda da humanidade em Adão, começa a se desvendar o propósito de Deus de redimi-la do pecado através de um membro da mesma humanidade, identificado como semente (ou descendente) da mulher. A chamada de Abraão representa o passo seguinte na revelação desse propósito de abençoar a humanidade, uma vez que a promessa feita ao patriarca se cumpriria, na verdade, no seu descendente, em quem todas as famílias da terra seriam abençoadas, pois todos os privilégios divinos adquiridos pelos israelitas seriam legados a este que seria, inclusive, descendente da tribo de Judá (Gn 3.15; 12.1-3; 49.10; cf. Gl 3.8, 16; Rm 9.3- 5). Quando falamos em tipos de Cristo presentes nos escritos de Moisés, muitos são velados e de difícil interpretação, ao passo que outros são claramente identificáveis. Neste caso, o primeiro deles é Adão, que representava a humanidade sujeitada ao domínio da morte pelo seu pecado, assim como Cristo, o último Adão, representa a humanidade redimida e agraciada com a vida através da Sua justiça (cf. Rm 5.14-15; 1 Co 15.22, 45). Outro tipo de Cristo é Melquisedeque, rei e sacerdote que, por ter abençoado Abraão e recebido os dízimos do patriarca, claramente testificava da existência de uma ordem superior e eterna, melhor que o sacerdócio levítico; do mesmo modo que Cristo, não podendo ser sacerdote segundo a carne, mas sendo sim segundo juramento de Deus, pertence a uma ordem igualmente superior, pois também permanece para sempre (Gn 14.18-20; cf. Hb 7.1-7, 13-22, 23-24). Por fim, o próprio Moisés é um tipo de Cristo, especialmente no sentido de que, como mordomo da casa de Deus, foi tão fiel ao que o constituíra que o Cristo seria um israelita semelhante a ele – fiel sobre a casa de Deus, embora, por ser Filho, herdeiro e senhor de tudo (Dt 18.15-19; 30.10-12; cf. Hb 3.1-6). Quando considerada no sentido estrito dos termos da aliança firmada com Israel no Sinai, a Lei também dá amplo testemunho de Cristo. Primeiro, porque revelava a justiça perfeita do Altíssimo e expunha a pecaminosidade e incapacidade humana de atender às demandas divinas, tornando absolutamente necessária a intervenção de um mediador, ou antes um fiador que pudesse garantir a obediência humana – condição indispensável à benção de Deus (Rm 5.19-21). Segundo, porque, ao instituir o sacerdócio levítico, a Lei previa a desobediência humana e a necessidade de expiação (ou compensação) pelas transgressões sem, contudo, provê-la de fato, mas antes testificando, por meio de sombras e figuras, de uma futura e plena expiação realizada em favor da humanidade, que asseguraria Lições da Escola Bíblica Dominical 4º Trimestre de 2024 4 não apenas o perdão dos pecados cometidos sob a antiga aliança, mas imputaria aos redimidos uma obediência perfeita sob uma nova aliança (1 Jo 2.1-2; Rm 3.21-26; Hb 8.6-13; 10.1-14). Assim, Cristo é o fim da Lei, porque tanto as demandas positivas da Lei como as dívidas negativas geradas pelo não cumprimento dessas demandas só poderiam ser satisfeitas através da justiça perfeita de um homem santo, incorruptível e justo como Ele, e imputada a nós pela fé (Rm 10.4; Gl 3.22-24; Cl 2.13-14).
II – O TESTEMUNHO DE CRISTO NOS PROFETAS Se o testemunho característico da Lei é o da necessidade absoluta de uma pessoa bendita e gloriosa que só pode ser Cristo, para solução de todos os problemas e incógnitas expostos nessa seção das Escrituras; o testemunho dos profetas, por sua vez, é o da certeza de que essa Pessoa viria, de tal modo que esses homens que falaram movidos pelo Espírito Santo ansiavam por ver os dias de Cristo, e conhecer de antemão as perfeições da Sua pessoa e obra. De fato, eles não apenas falaram a respeito de Cristo, mas falaram aquilo que ouviram e viram do próprio Cristo (Mt 13.16-17; 1 Pe 1.10-12). Lembremos, contudo, que não apenas esta seção das Escrituras representa o testemunho profético de Cristo; já vimos profecias na Lei, e veremos ainda profecias nos livros de caráter histórico, poético e sapiencial (cf. Jo 8.56-58). Dentre as muitas características da pessoa de Cristo apontadas pelos profetas, não podemos deixar de notar que o cuidado em determinar a Sua linhagem se mantém, na medida em que diversas vezes o Espírito revelou que Ele pertenceria à casa de Davi e, portanto, seria herdeiro do trono; ao mesmo tempo em que Suas excelências e perfeições seriam tais que o Seu reinado não seria como de qualquer outro descendente de Davi, mas antes um reinado eterno de paz, justiça e prosperidade (Is 7.14- 16; 9.6-7; 11.1-5; 32.1-2; Jr 33.15-17; 1 Sm 2.10; Sl 132.11-12; 45.6-7). Por outro lado, Cristo também seria humilde, manso e sofredor, a ponto de padecer injustamente, e assim se tornar um sinal de contradição e escândalo para os incrédulos, e de salvação para os fiéis (Is 42.1-4; 53.1-4; Zc 9.9; Sl 22.1-8; 118.22-26). A obra de Cristo revela-se então, nos profetas, como uma obra espiritual, de redenção (ou libertação) do povo de Deus das garras do pecado e da morte, tanto através da doutrina divina ensinada por Ele, como através da expiação oferecida a Deus pelo Seu auto-sacrifício (Is 53.5-12; 61.1-3; Zc 13.1).
III – O TESTEMUNHO DA LEI E DOS PROFETAS NO EVANGELHO Tendo Cristo se manifestado primeiramente aos filhos de Israel – aos quais as palavras de Deus haviam sido confiadas – não houve uma palavra ou milagre em todo o Seu ministério que não estivesse plenamente corroborada no testemunho da Lei e dos Profetas. Enquanto muitos se maravilhavam da doutrina e dos milagres de Jesus, aqueles que de contínuo O escrutinavam eram incapazes de encontrar erro ou pecado em Suas palavras e ações, e, quando pensavam o contrário, a parcialidade dos seus conhecimentos bíblicos era exposta de tal modo que ou concordavam com o Mestre, ou se calavam envergonhados (Mt 7.28-29; Mt 22.15, 46; Jo 8.46). Em outras palavras, a vida de Jesus estava em perfeita harmonia com o testemunho da Lei e dos profetas, cumprindo Ele tudo o que havia sido predito acerca do Cristo. E notemos o Seu cuidado para fazer aqueles que n’Ele criam entenderem tanto a necessidade de as Escrituras se cumprirem, como também de se cumprirem da forma como se sucederam os eventos relacionados à Sua vida, morte e ressurreição (Mt 5.17-18; Lc 24.44-45; cf. Mt 26.52-54).
CONCLUSÃO Quanto mais examinamos a Lei e os Profetas, mais claramente percebemos como as Escrituras apontam constantemente para Cristo, porquanto n’Ele está a vida eterna que buscamos.
PARA USO DO PROFESSOR
Comentários
Postar um comentário