007-A justiça de Deus e a perfeição - O Sermão do Monte Lição 07 [Pr Afonso Chaves] 07fev2017


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LIÇÃO 7: 
A JUSTIÇA DE DEUS E A PERFEIÇÃO

TEXTO ÁUREO:
 “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.48)

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 5.38-48

INTRODUÇÃO
Chegamos agora a um ponto crucial do Sermão do Monte, em que o Senhor Jesus encerra Suas considerações e aplicações cheias de sabedoria e verdade acerca dos mandamentos da Lei de Deus.
Pudemos observar, nas últimas lições, que as questões abordadas tratavam sempre do nosso relacionamento com o próximo, e do elevado padrão de justiça exigido por Deus para que não estejamos caiamos no pecado e no juízo da ira, do adultério e do perjúrio. E agora o Senhor traz à luz outra verdade encoberta pelo falso ensino dos escribas e fariseus, e que constitui a essência e o fundamento de todos os nossos relacionamentos humanos: a capacidade de sofrer o mal sem dar lugar à vingança e de vencer o mal com o bem, amando e fazendo o bem àqueles que nos prejudicam e nos odeiam. Nesta passagem do Sermão vamos aprender o que é ser realmente um “pacificador”, e o que é “sofrer por causa da justiça” (Mt 5.9-11).

I – A JUSTIÇA DE DEUS E A RETALIAÇÃO (MT 5.38-42)
Desta vez, Jesus se opõe ao que era ensinado pelos falsos mestres de Israel acerca de como entender e aplicar a “lei do talião”. Exarada em diversas passagens, esta lei em si era de total justiça e equidade, não permitindo que um crime ou pecado fosse punido de forma desproporcional à sua gravidade (Lv 24.19, 20). Além disso, era um princípio que refreava abusos dos fortes contra os fracos, aplicando-se igualmente a todos os israelitas (Ex 21.23-25; Dt 19.19, 20). Contudo, os escribas e fariseus faziam desta regra um pretexto para exercer livremente seus desejos carnais de retaliação (vingança), contra quaisquer injustiças ou prejuízos que sofressem. E a vingança, como tal, é fruto da ira humana, que jamais opera a justiça de Deus (Tg 1.20).
Por outro lado, a lei do talião não se tornou obsoleta, e tampouco Jesus se opõe à sua utilidade na aplicação da justiça através de juízes legitimamente constituídos. Deus constitui homens para exercer a justiça (Ex 21.22; Dt 19.18), e lhes dá meios para que executem o castigo, quando necessário, sem que isto seja considerado vingança pessoal (Rm 13.3-4; 2 Pe 2.13, 14; cf. Dt 32.35). Não há pecado em se recorrer à justiça humana constituída por Deus, particularmente quando está em jogo a verdade, a causa do Evangelho e a glória de Deus – como vemos nos exemplos de Paulo (At 16.35-37; 22.25; 25.11) e do próprio Senhor (Mc 14.48; Jo 18.22, 23). Mas, quando se trata de satisfazer à nossa disposição natural e carnal de recebermos reparação contra injustiças cometidas contra nossa pessoa, nossa honra ou nossos bens, ou ainda de sermos justificados perante os homens, aí devemos estar prontos a renunciar, a sofrer o dano, na consciência de que estamos sob o cuidado de um Deus que é justo e providente e que pode, somente Ele, exercer vingança (Rm 12.17-19; cf. 1 Pe 2.23).
Não somente isto, mas as situações ilustradas por Cristo na presente passagem apontam para uma atitude ainda mais elevada no verdadeiro cidadão do reino dos céus, de não apenas sofrer o mal real que lhe fazem, mas também de exceder a medida do mal recebido ao mostrar disposição em suportar ainda mais. Entendamos que os males aqui são oriundos de uma inimizade contra o Evangelho, contra Cristo, mesmo quando velada. São males injustificados. Nesse caso, o cristão entende que todas as coisas concorrem para o seu bem, e recebe a maior privação e injustiça cometida contra ele com a alegria e confiança na bondade de Deus (cf. Rm 8.35-39; Hb 10.32-34).

II – A JUSTIÇA DE DEUS E O AMOR AOS INIMIGOS (MT 5.43-45)
A seção seguinte do texto em análise está em íntima relação com a anterior; na verdade, é a continuação e conclusão lógica daquela, pois aqui o Senhor expõe o aspecto positivo do nosso relacionamento com aqueles que nos odeiam e prejudicam – ali, vimos que é nosso dever sofrer o mal; aqui, veremos que é nosso dever amar os que nos fazem mal. Os escribas e fariseus, pervertendo o mandamento: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18), limitavam o próximo apenas aos de sua própria nação, especialmente aqueles com os quais mantinham bom relacionamento. Jesus, porém, na ordem: “amai a vossos inimigos”, expõe a verdadeira extensão da palavra, já entrevista na própria Lei: o “próximo” era todo aquele com quem o israelita tivesse qualquer relacionamento, quer fosse bom ou ruim, inclusive com o estrangeiro (Lv 19.33, 34). A expressão: “odiarás o teu inimigo” simplesmente não era um mandamento divino, mas antes uma ímpia distorção do que diziam as Escrituras (cf. Ex 23.4,5; Pv 25.21).
Nossa atitude em relação ao mal é não apenas negativa, de sofrê-lo com resignação, e de não retribuir ao malfeitor na “mesma moeda”. Mas é necessário pagar o mal com o bem (Rm 12.20-21; Pv 25.21, 22). E esse amor não deve ser apenas aparente, nem formal, tampouco reservado a momentos em que o cristão possa ser notado por outros ou pelo próprio inimigo – como uma espécie de interesse em ter sua atitude reconhecida como superior à daquele que o aborrece. É expresso, sim, na manifestação exterior de bênçãos desejadas (“bendizei aos que vos maldizem”), bem como de benefícios realizados em seu favor (“fazei bem aos que vos odeiam”). Mas, ultrapassando essas oportunidades, é um amor que se revela sincero e de coração por ser expresso no relacionamento mais íntimo do cristão com Deus, na oração em favor do inimigo.
É característica e sinal de que somos filhos de Deus se temos e demonstramos esse amor desinteressado, que não espera ser reconhecido pelos homens, muito menos retribuído, pois assim é o amor de Deus em relação à grande massa da humanidade que O desconhece e O despreza – todos os benefícios físicos e materiais advindos ao homem, seja qual for o seu relacionamento com Deus, são expressões sinceras do Seu amor pela criação, e não são retirados nem diminuídos em função do quanto o ser humano possa reconhece-los ou retribuir a Deus por eles (cf. Lc 6.35).

III – A PERFEIÇÃO DA VIDA CRISTÃ (MT 5.46-48)
Nos versos em apreço, Jesus propõe uma nova razão pela qual devemos amar nossos inimigos, e não apenas aqueles que nos amam e nos fazem o bem, os quais nosso interesse particular nos levaria a amar mais facilmente. Tão natural e sem mérito é esse tipo de amor que não era difícil de ser encontrado até mesmo entre os publicanos, aqui tomados para ilustrar uma classe de pessoas desprezadas pelo povo, não apenas por cobrarem impostos de seus concidadãos em nome do Império Romano, mas também por recorrerem à extorsão e a métodos escusos para encherem seus próprios bolsos (cf. Lc 3.12, 13; Mt 9.11).
Os escribas e fariseus definiam a prática do amor exigida na Lei de um modo conveniente e cômodo ao seu caráter corrupto e perverso, limitando-o a um amor egoísta que em nada se assemelhava ao amor de Deus. Como no princípio dessa seção do Sermão do Monte, onde vimos que a nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus, se havemos de entrar no reino dos céus (Mt 5.20), agora também o Senhor volta a estabelecer um contraste entre os súditos do Seu reino e os demais homens, sejam quais forem seus distintivos e classes. Dos Seus discípulos, Cristo exige mais, tanto no amor como em todos os demais aspectos de sua conduta – se agimos como qualquer outro homem agiria, “que fazemos de mais?” Tal atitude não corresponde à excelência e relevância (nas figuras do sal da terra e da luz do mundo) que se espera de nós. Elevando ainda mais o padrão da justiça divina, Jesus afirma que o que se espera de nós é que sejamos perfeitos, como é o próprio Deus, no exercício do amor e de Seus atributos divinos. Mas, entendamos também esta cobrança à luz da obra da graça e da regeneração do Espírito Santo, e da nova criação em Cristo, em quem somos misericordiosamente aceitos em nossa limitação, ao mesmo tempo em que capacitados poderosamente nEle para todas as coisas (Fp 4.13). Tanto assim que não podemos nos gloriar de nossos sucessos na caminhada cristã, pois, mesmo quando tivermos feito tudo o que Ele requer de nós, só teremos o direito de dizer: “Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer” (Lc 17.7-10).

CONCLUSÃO
A caminhada cristã exige constante renúncia: aos nossos pecados, aos nossos padrões de conduta relativos, egoístas e inconstantes – enfim, ao nosso “eu” na sua totalidade. Este é o primeiro passo para entendermos a profundidade e excelência da justiça e santidade de Deus, e para alcançarmos graça para nos conformarmos a esse elevado padrão, e assim começarmos a viver e a provar a verdadeira alegria, o pleno contentamento e a firme certeza de que somos filhos de Deus.

QUESTIONÁRIO

1. Qual a importância da “lei do talião”?
2. Por que não podemos essa lei não foi dada para orientar nossos relacionamentos pessoais?
3. O que o Senhor nos ensina quando diz, por exemplo: “Se qualquer te bater na tua face direita, oferece-lhe também a outra”?
4. Quem é o nosso próximo?
5. Se amamos apenas aos que nos amam, qual é o mérito de tal atitude?

PARA USO DO PROFESSOR
AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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